A filosofia e seu ensino a partir de Rousseau: "se a verdadeira filosofia fosse inseparável do título de filósofo"
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Trilhas Filosóficas (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.apps.uern.br/index.php/RTF/article/view/28 |
Resumo: | Resumo: O presente artigo apresenta uma compreensão sobre a filosofia no autor de Genebra, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), a partir de suas críticas aos pensadores de sua época. Para o autor suíço tais pensadores estavam interessados em obter fama e reconhecimento em meio í República das letras. O posicionamento do escritor genebrino pode se traduzir no modo pelo qual ele resolve chamar a atenção para o distanciamento entre os discursos proferidos pela sociedade do século dezoito, caracterizados pelo otimismo exacerbado em relação à razão, e as ações cotidianas comumente envolvidas com o cultivo da vaidade humana e com a negação da virtude. Tal desconexão entre discurso e realidade resulta na infelicidade característica da vida de tais indivíduos. Assim, em meio a uma postura contestadora, é possível perceber que Rousseau aponta para o que seria o verdadeiro modo de ser da filosofia, a saber, enquanto um exercício do pensar que favoreça a experiência do autoconhecimento. Nesse sentido, a realização da atividade da filosofia deveria consistir no intento de conduzir o homem a conhecer-se para melhorar-se, para educar-se. Palavras-chave: Rousseau. Filosofia. Ensino. Abstract: The present paper emphasizes possible understanding of philosophy from the Geneva author, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), from his criticism to the thinkers of his epoch. To the Swiss author highlighted here, such thinkers were interested in obtaining fame and recognition among the Republic of Letters. The positioning of the Genevan writer would translate in a way which it decides to raise awareness to the distance between the speeches given by the eighteenth-century society, characterized by exaggerated optimism in relation to the rationality, and the daily actions extremely involved in the diffusion of human vanity, denial of virtue and ultimately responsible for the unhappiness of individuals. Through a contesting posture, we can notice that Rousseau points to what would be the true way of being of philosophy as an exercise of thinking that furthers the experience of self-knowledge, in other words, that the realization of the activity of philosophy should be in order to lead the man to know himself to know, to know himself and to know enough for know yourself and know enough for yourself. Keywords: Rousseau. Philosophy. Teaching. REFERÊNCIAS ARAÚJO SILVA, Marcos Érico de. A questão da Filosofia e sua introdução: o despertar de uma tonalidade afetiva (stemning) fundamental. In: ARAÚJO SILVA, Marcos Érico de. A superação da metafísica na filosofia de Kierkegaard e de Heidegger: as tonalidades afetivas (Stemninger, Stimmungen) como arché da filosofia, páthos do filosofar. São Paulo, LiberArs, 2018, p. 37-80. ASPIS, Renata Lima; GALLO, Sílvio. Ensinar Filosofia: um livro para professores. São Paulo: Atta Mídia e Educação, 2009. BECKER, Evaldo. Natureza, ética e sociedade em Rousseau. Cadernos de Filosofia Política, São Paulo, n. 21, fev. 2012, p. 31-42. BEZERRA, Gustavo Cunha. A ordem da natureza no pensamento filosófico e religioso de Jean-Jacques Rousseau. Tese (Doutorado em Filosofia), Universidade Estadual de Campinas, 2014. BRAGA, Eduardo Cardoso. Relações e paralelos entre Rousseau e a ecologia radical contemporânea. Griot – Revista de Filosofia, Amargosa, v. 8, n. 2, dez. 2013, p. 201-225. CERLETTI, Alejandro. O ensino de filosofia como problema filosófico. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. CHAUÍ, Marilena. Rousseau: vida e obra. In: ROUSSEAU, J.-J. Obras. 2. ed. São Paulo, Abril Cultural, 1978, p. VI-XXIV. CORREIA, Mary Lúcia Andrade. Rousseau: meio ambiente e ética ambiental. Revista Jurídica Luso Brasileira - RJLB, Lisboa, ano 1, n. 3, ago. 2015, p. 1245-1269. DENT, N.J.H. Dicionário de Rousseau. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1996. ESPÍNDOLA, Arlei de. Rousseau e Sêneca: da crítica das luzes à defesa da virtude. Revista Tempo da Ciência, Toledo, v. 14, n. 27, jan.-jul. 2007, p. 09-21. FORTES, Luis Roberto Salinas. Rousseau: da teoria à prática. São Paulo: Ed. Ática, 1976. HERMANN, Nadja. Rousseau: o retorno à natureza. In: CARVALHO, Isabel Cristina de; GRÜN, Mauro; TRAJBER, Rachel (Org). Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental. Brasília, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2006, p. 93-109. LARRÈRE, Catherine. Jean-Jacques Rousseau: o retorno da natureza? Cadernos de Ética e Filosofia Política, São Paulo, USP, n. 21, 2012, p. 93-109. PITANO, Sandro de Castro; NOAL, Rosa Elena. Horizontes de diálogo em educação ambiental: contribuições de Milton Santos, Jean-Jacques Rousseau e Paulo Freire. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 03, dez. 2009, p. 283-298. PRADO JUNIOR, Bento. A retórica de Rousseau e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2008. ROUSSEAU, Jean-Jacques. As Confissões de Jean-Jacques Rousseau. Tradução e prefácio de Wilson Lousada. Rio de Janeiro, Edições de Ouro, 1965. (Coleção "Clássicos de Bolso"). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1978a, p. 201-320. (Coleção Os Pensadores). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as Ciências e as Artes. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1978b, p. 321-354. (Coleção Os Pensadores). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Resposta de J.-J. Rousseau ao Rei da Polônia, Duque de Lorena. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1978c, p. 375-391. (Coleção Os Pensadores). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da educação. Tradução de Laurent de Saes. São Paulo: Edipro, 2017a. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os devaneios do caminhante solitário. Tradução de Júlia da Rosa Simões. Porto Alegre: L&PM, 2017b. SIMPSON, Matthew. Compreender Rousseau. Tradução de Hélio Magri Filho. Petrópolis: Vozes, 2009. STAROBINSKI, Jean. Jean-Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo; seguido de Sete ensaios sobre Rousseau. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. VICENTE, José João Neves Barbosa. A "Sociedade Moderna" na visão de Rousseau. In: Prometeus filosofia, São Cristovão-SE, v. 10, n. 24, set.-dez., p. 315-328, 2017. Disponível: https://seer.ufs.br/index.php/prometeus/article/viewFile/5928/5796. Acesso em: 18/11/2018. |
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A filosofia e seu ensino a partir de Rousseau: "se a verdadeira filosofia fosse inseparável do título de filósofo"RousseauFilosofiaEnsinoResumo: O presente artigo apresenta uma compreensão sobre a filosofia no autor de Genebra, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), a partir de suas críticas aos pensadores de sua época. Para o autor suíço tais pensadores estavam interessados em obter fama e reconhecimento em meio í República das letras. O posicionamento do escritor genebrino pode se traduzir no modo pelo qual ele resolve chamar a atenção para o distanciamento entre os discursos proferidos pela sociedade do século dezoito, caracterizados pelo otimismo exacerbado em relação à razão, e as ações cotidianas comumente envolvidas com o cultivo da vaidade humana e com a negação da virtude. Tal desconexão entre discurso e realidade resulta na infelicidade característica da vida de tais indivíduos. Assim, em meio a uma postura contestadora, é possível perceber que Rousseau aponta para o que seria o verdadeiro modo de ser da filosofia, a saber, enquanto um exercício do pensar que favoreça a experiência do autoconhecimento. Nesse sentido, a realização da atividade da filosofia deveria consistir no intento de conduzir o homem a conhecer-se para melhorar-se, para educar-se. Palavras-chave: Rousseau. Filosofia. Ensino. Abstract: The present paper emphasizes possible understanding of philosophy from the Geneva author, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), from his criticism to the thinkers of his epoch. To the Swiss author highlighted here, such thinkers were interested in obtaining fame and recognition among the Republic of Letters. 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In: ARAÚJO SILVA, Marcos Érico de. A superação da metafísica na filosofia de Kierkegaard e de Heidegger: as tonalidades afetivas (Stemninger, Stimmungen) como arché da filosofia, páthos do filosofar. São Paulo, LiberArs, 2018, p. 37-80. ASPIS, Renata Lima; GALLO, Sílvio. Ensinar Filosofia: um livro para professores. São Paulo: Atta Mídia e Educação, 2009. BECKER, Evaldo. Natureza, ética e sociedade em Rousseau. Cadernos de Filosofia Política, São Paulo, n. 21, fev. 2012, p. 31-42. BEZERRA, Gustavo Cunha. A ordem da natureza no pensamento filosófico e religioso de Jean-Jacques Rousseau. Tese (Doutorado em Filosofia), Universidade Estadual de Campinas, 2014. BRAGA, Eduardo Cardoso. Relações e paralelos entre Rousseau e a ecologia radical contemporânea. Griot – Revista de Filosofia, Amargosa, v. 8, n. 2, dez. 2013, p. 201-225. CERLETTI, Alejandro. O ensino de filosofia como problema filosófico. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. CHAUÍ, Marilena. Rousseau: vida e obra. In: ROUSSEAU, J.-J. 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Nesse sentido, a realização da atividade da filosofia deveria consistir no intento de conduzir o homem a conhecer-se para melhorar-se, para educar-se. Palavras-chave: Rousseau. Filosofia. Ensino. Abstract: The present paper emphasizes possible understanding of philosophy from the Geneva author, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), from his criticism to the thinkers of his epoch. To the Swiss author highlighted here, such thinkers were interested in obtaining fame and recognition among the Republic of Letters. The positioning of the Genevan writer would translate in a way which it decides to raise awareness to the distance between the speeches given by the eighteenth-century society, characterized by exaggerated optimism in relation to the rationality, and the daily actions extremely involved in the diffusion of human vanity, denial of virtue and ultimately responsible for the unhappiness of individuals. Through a contesting posture, we can notice that Rousseau points to what would be the true way of being of philosophy as an exercise of thinking that furthers the experience of self-knowledge, in other words, that the realization of the activity of philosophy should be in order to lead the man to know himself to know, to know himself and to know enough for know yourself and know enough for yourself. Keywords: Rousseau. Philosophy. Teaching. REFERÊNCIAS ARAÚJO SILVA, Marcos Érico de. A questão da Filosofia e sua introdução: o despertar de uma tonalidade afetiva (stemning) fundamental. In: ARAÚJO SILVA, Marcos Érico de. A superação da metafísica na filosofia de Kierkegaard e de Heidegger: as tonalidades afetivas (Stemninger, Stimmungen) como arché da filosofia, páthos do filosofar. São Paulo, LiberArs, 2018, p. 37-80. ASPIS, Renata Lima; GALLO, Sílvio. Ensinar Filosofia: um livro para professores. São Paulo: Atta Mídia e Educação, 2009. BECKER, Evaldo. Natureza, ética e sociedade em Rousseau. Cadernos de Filosofia Política, São Paulo, n. 21, fev. 2012, p. 31-42. BEZERRA, Gustavo Cunha. A ordem da natureza no pensamento filosófico e religioso de Jean-Jacques Rousseau. Tese (Doutorado em Filosofia), Universidade Estadual de Campinas, 2014. BRAGA, Eduardo Cardoso. Relações e paralelos entre Rousseau e a ecologia radical contemporânea. Griot – Revista de Filosofia, Amargosa, v. 8, n. 2, dez. 2013, p. 201-225. CERLETTI, Alejandro. O ensino de filosofia como problema filosófico. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. CHAUÍ, Marilena. Rousseau: vida e obra. In: ROUSSEAU, J.-J. Obras. 2. ed. São Paulo, Abril Cultural, 1978, p. VI-XXIV. CORREIA, Mary Lúcia Andrade. Rousseau: meio ambiente e ética ambiental. Revista Jurídica Luso Brasileira - RJLB, Lisboa, ano 1, n. 3, ago. 2015, p. 1245-1269. DENT, N.J.H. Dicionário de Rousseau. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1996. ESPÍNDOLA, Arlei de. 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ROUSSEAU, Jean-Jacques. As Confissões de Jean-Jacques Rousseau. Tradução e prefácio de Wilson Lousada. Rio de Janeiro, Edições de Ouro, 1965. (Coleção "Clássicos de Bolso"). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1978a, p. 201-320. (Coleção Os Pensadores). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as Ciências e as Artes. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1978b, p. 321-354. (Coleção Os Pensadores). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Resposta de J.-J. Rousseau ao Rei da Polônia, Duque de Lorena. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1978c, p. 375-391. (Coleção Os Pensadores). ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da educação. Tradução de Laurent de Saes. São Paulo: Edipro, 2017a. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os devaneios do caminhante solitário. Tradução de Júlia da Rosa Simões. Porto Alegre: L&PM, 2017b. SIMPSON, Matthew. Compreender Rousseau. Tradução de Hélio Magri Filho. Petrópolis: Vozes, 2009. STAROBINSKI, Jean. Jean-Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo; seguido de Sete ensaios sobre Rousseau. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. VICENTE, José João Neves Barbosa. A "Sociedade Moderna" na visão de Rousseau. In: Prometeus filosofia, São Cristovão-SE, v. 10, n. 24, set.-dez., p. 315-328, 2017. Disponível: https://seer.ufs.br/index.php/prometeus/article/viewFile/5928/5796. Acesso em: 18/11/2018. |
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