LEBABIMIBOME: espiritualidade africana e resistência à escravização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cerqueira, Hildebrando de Almeida
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Odeere
Texto Completo: https://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/9627
Resumo: Neste artigo eu revisito a minha tese de doutoramento em antropologia social: “Esclavage et Inventions Spirituelles Afro-Brésiliennes: Du Vudum Lebabimibome aux Contes Populaires”, onde tentamos demonstrar um dos impactos marcantes da escravização na história dos povos africanos e afrodescendentes, como este fato marcou a vida espiritual e intelectual das diasporas nas Américas, especialmente da brasileira. Mostramos como estas populações dialogaram entre si, apropriaram-se e transformaram os valores culturais dos povos que as subjugaram. Adaptando-se aos novos quadros-sociais souberam preservar suas memórias espirituais criando assim intermediários sagrados como o do Seja Hundê, Candomblé jeje da Bahia, o vudum Lebabimibome, híbrido do Mensageiro das religiões ancestrais fon e iorubá, Exu-Legbá e de um macaco. Pela adoção desta nova manifestação religiosa, esses povos souberam estrategicamente reciclar ao mesmo tempo uma velha idéia construída pelos colonizadores europeus sobre os africanos e seus descendentes, associando-os a macacos, vendo-os como o elo entre o homen e o animal. Para escapar à escravidão grupos de africanos utilizaram mímicas como meio de comunicação com os estrangeiros. Pelas artimanhas dos macacos dos contos populares, a vida social dos escravizados e dos livres subalternos é também contada e preservada, tranformando-os em verdadeiros arquivos históricos.
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Adaptando-se aos novos quadros-sociais souberam preservar suas memórias espirituais criando assim intermediários sagrados como o do Seja Hundê, Candomblé jeje da Bahia, o vudum Lebabimibome, híbrido do Mensageiro das religiões ancestrais fon e iorubá, Exu-Legbá e de um macaco. Pela adoção desta nova manifestação religiosa, esses povos souberam estrategicamente reciclar ao mesmo tempo uma velha idéia construída pelos colonizadores europeus sobre os africanos e seus descendentes, associando-os a macacos, vendo-os como o elo entre o homen e o animal. Para escapar à escravidão grupos de africanos utilizaram mímicas como meio de comunicação com os estrangeiros. Pelas artimanhas dos macacos dos contos populares, a vida social dos escravizados e dos livres subalternos é também contada e preservada, tranformando-os em verdadeiros arquivos históricos.In this article I revisit my doctoral thesis in social anthropology: “Esclavage et Inventions Spirituelles Afro-Brésiliennes: Du Vudum Lebabimibome aux Contes Populaires”, where we try to demonstrate one of the striking impacts of enslavement in the history of African and Afro-descendant peoples, like this fact marked the spiritual and intellectual life of diasporas in the Americas, especially the Brazilian. We show how these populations dialogued with each other, appropriated and transformed the cultural values ​​of the peoples who subjugated them. By adapting to the new memberships, they were able to preserve their spiritual memories, thus creating sacred intermediaries such as the Seja Hundê, Candomblé jeje da Bahia, the Lebabimibome vudum, a hybrid of the Messenger of the ancestral religions Fon and Yoruba, Exu-Legbá and a monkey. By adopting this new religious manifestation, these peoples knew how to strategically recycle at the same time an old idea built by European colonists about Africans and their descendants, associating them with monkeys, seeing them as the link between man and animal. To escape slavery, groups of Africans used mime as a means of communication with foreigners. Through the tricks of the monkeys in popular tales, the social life of the enslaved and free subalterns is also told and preserved, transforming them into true historical archives.En este artículo revisito mi tesis doctoral en antropología social: “Esclavage et Inventions Spirituelles Afro-Brésiliennes: Du Vudum Lebabimibome aux Contes Populaires”, donde intentamos demostrar uno de los impactos más llamativos de la esclavitud en la historia de los africanos y afrodescendientes. pueblos, como este hecho marcó la vida espiritual e intelectual de las diásporas en las Américas, especialmente la brasileña. Mostramos cómo estas poblaciones dialogaron entre sí, se apropiaron y transformaron los valores culturales de los pueblos que las subyugaron. Al adaptarse a las nuevas membresías, pudieron preservar sus recuerdos espirituales, creando así intermediarios sagrados como el Seja Hundê, Candomblé jeje da Bahia, el Lebabimibome vudum, un híbrido del Mensajero de las religiones ancestrales Fon y Yoruba, Exu. Legbá y un mono. Al adoptar esta nueva manifestación religiosa, estos pueblos supieron reciclar estratégicamente al mismo tiempo una vieja idea construida por los colonos europeos sobre los africanos y sus descendientes, asociándolos con los monos, viéndolos como el vínculo entre el hombre y el animal. Para escapar de la esclavitud, grupos de africanos utilizaron el mimo como medio de comunicación con los extranjeros. A través de los trucos de los monos en los cuentos populares, también se cuenta y preserva la vida social de los subalternos esclavizados y libres, transformándolos en verdaderos archivos históricos.Edições UESB2021-12-29info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPeer-reviewed articleArtigo avaliado pelos paresArtículo revisado por paresapplication/pdfhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/962710.22481/odeere.v6i2.9627ODEERE; Vol. 6 Núm. 2 (2021): Etnociencias y autosostenibilidad de los pueblos tradicionales; 202-236ODEERE; Vol. 6 No. 2 (2021): Ethnosciences and Self-sustainability of Traditional Peoples; 202-236ODEERE; v. 6 n. 2 (2021): Etnociências e Autossustentabilidade de Povos Tradicionais; 202-236ODEERE; Vol. 6 No. 2 (2021): Etnociências e Autossustentabilidade de Povos Tradicionais; 202-2362525-4715reponame:Revista Odeereinstname:Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)instacron:UESBporhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/9627/6500Copyright (c) 2021 ODEEREhttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessCerqueira, Hildebrando de Almeida2022-02-09T16:52:38Zoai:periodicos.periodicos2.uesb.br:article/9627Revistahttp://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/indexPUBhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/oairevistaodeere@uesb.edu.br||2525-47152525-4715opendoar:2022-02-09T16:52:38Revista Odeere - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)false
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