Diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial de professores: padronizar para controlar?
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Práxis Educacional (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/8917 |
Resumo: | Este artigo visa discutir a padronização da formação inicial dos professores, imposta pelo Parecer CNE/CP no 22/2019 e Resolução CNE/CP no 02/2019, como uma “grade” formativa que retira o sujeito e a subjetividade docente do centro do processo formativo, concentrando atenções na dimensão técnica da formação com competências e habilidades predefinidas e estabelecendo estandartes que poderão ser utilizados numa avaliação docente de larga escala em forma de auditoria. Essa normativa fabrica identidades docentes quando prescreve os modos de ser professor/a e do fazer pedagógico e alinha a formação ao conteúdo da BNCC, dentro do modelo gerencial que subjaz ao pacote reformista em curso. Há reordenamento e profunda mudança nos fundamentos, objetivos, conteúdos e estrutura da formação inicial, fortemente associada à cultura de performatividade, voltada à gestão de resultados em consonância com o projeto do capital. São mudanças que expropriam o professor de seu modo de produção, propondo o controle do trabalho docente que busca submeter os saberes tácitos construídos em situações de trabalho e subsidiam sua prática, sua artesania docente. Esse engessamento traz em seu bojo a intencionalidade de expropriação do saber criativo, constituído pelos conteúdos vinculados ao campo da arte, estética, análise crítica de contexto, fortalecimento dos aspectos éticos, etc., inerentes à formação cultural e ao desenvolvimento humano. Considerando essa intencionalidade formativa, delineia-se uma cultura de heterogestão, constituída pela padronização, controle e avaliação (pautas da Nova Gestão Pública –NGE); campo fértil para a implantação da ideologia baseada no livre mercado competitivo que perpetua e intensifica a exploração do trabalhador. |
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Diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial de professores: padronizar para controlar? Directrizes curriculares para la formación inicial de profesores: ?estandarizar para controlar? National curriculum guidelines for initial teacher training: standardize to control? Artesania docenteFormação culturalPolítica de formação de professoresArtesanìa docenteFormaciónculturalPolitica de formación de professoresCultural trainingTeachers training policyTeaching craftsmanship Este artigo visa discutir a padronização da formação inicial dos professores, imposta pelo Parecer CNE/CP no 22/2019 e Resolução CNE/CP no 02/2019, como uma “grade” formativa que retira o sujeito e a subjetividade docente do centro do processo formativo, concentrando atenções na dimensão técnica da formação com competências e habilidades predefinidas e estabelecendo estandartes que poderão ser utilizados numa avaliação docente de larga escala em forma de auditoria. Essa normativa fabrica identidades docentes quando prescreve os modos de ser professor/a e do fazer pedagógico e alinha a formação ao conteúdo da BNCC, dentro do modelo gerencial que subjaz ao pacote reformista em curso. Há reordenamento e profunda mudança nos fundamentos, objetivos, conteúdos e estrutura da formação inicial, fortemente associada à cultura de performatividade, voltada à gestão de resultados em consonância com o projeto do capital. São mudanças que expropriam o professor de seu modo de produção, propondo o controle do trabalho docente que busca submeter os saberes tácitos construídos em situações de trabalho e subsidiam sua prática, sua artesania docente. Esse engessamento traz em seu bojo a intencionalidade de expropriação do saber criativo, constituído pelos conteúdos vinculados ao campo da arte, estética, análise crítica de contexto, fortalecimento dos aspectos éticos, etc., inerentes à formação cultural e ao desenvolvimento humano. Considerando essa intencionalidade formativa, delineia-se uma cultura de heterogestão, constituída pela padronização, controle e avaliação (pautas da Nova Gestão Pública –NGE); campo fértil para a implantação da ideologia baseada no livre mercado competitivo que perpetua e intensifica a exploração do trabalhador. This article aims to discuss the standardization of initial teacher education, imposed by CNE/CP Opinion 22/2019 and CNE / CP Resolution 02/2019, as a formative “grid” that removes the subject and the subjectivity of teachers from the center of the formative process, focusing on the technical dimension of training with predefined skills and abilities and establishing standards that can be used in a large-scale teacher evaluation in the form of an audit. This norm manufactures teaching identities when it prescribes the ways of being a teacher and pedagogical practice and aligns the formation to the content of the BNCC, within the management model that underlies the ongoing reform package. There is a reorganization and profound change in the fundamentals, objectives, contents, and structure of the initial formation, strongly associated with the culture of performance, focused on the management of results in line with the capital project. These are changes that expropriate the teacher from his mode of production, proposing the control of teaching work that seeks to submit the tacit knowledge built in work situations and subsidize his practice, his teaching craftsmanship. This guide brings with it the intentionality of expropriation of creative knowledge, constituted by contents linked to the field of art, aesthetics, critical context analysis, strengthening of ethical aspects, etc., inherent to cultural formation and human development. Considering this formative intentionality, a culture of heterogeneity is outlined, constituted by standardization, control, and evaluation (guidelines of the New Public Management - NPM); fertile field for the implantation of the ideology based on the free competitive market that perpetuates and intensifies the exploitation of the worker. Este artículo discuti la estandarización de la formación inicial docente, impuesta por el Parecer CNE / CP 22/2019 y la Resolución CNE / CP 02/2019, como una “grada” formativa que quita el sujeto y la subjetividad de los docentes del proceso formativo, centrándose en la dimensión técnica de la formación con destrezas y habilidades predefinidas y estableciendo estándares que pueden ser utilizados en una evaluación docente a gran escala en forma de auditoría. Las identidades docentes se fabrican cuando prescribe las formas de ser y del hacer pedagógico y alinea la formación con los contenidos dela BNCC, dentro del modelo de gestión que sustenta el paquete de reformas en curso. Hayun cambio profundo en los fundamentos, objetivos, contenidos y estructura de la formación inicial, asociada a la cultura del desempeño, enfocada la gestión de resultados del proyecto de capital. Son cambios que expropian el modo de producción de los docentes controlando su labor que somete el conocimiento tácito construido en situaciones laborales y subsidian su práctica, su artesanía docente. Elcurrículo enyesado expropia el conocimiento creativo, constituido por contenidos vinculados al campo del arte, la estética, el análisis del contexto crítico, el fortalecimiento de aspectos éticos, etc., inherentes a la formación cultural y al desarrollo humano. Con esta intencionalidad formativa, se perfila una cultura de heterogeneidad, constituida por la estandarización, control y la evaluación (a la Nueva Gestión Pública - NGE); campo fértil para la implantación de la ideología basada en el libre mercado competitivo que intensifica la explotación del trabajador. Edições UESB2021-07-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/891710.22481/praxisedu.v17i46.8917Práxis Educacional; v. 17 n. 46 (2021): Dossiê formação de professores: projetos em disputa ; 72-88Práxis Educacional; Vol. 17 Núm. 46 (2021): Dossiê formação de professores: projetos em disputa ; 72-88Práxis Educacional; Vol. 17 No. 46 (2021): Dossiê formação de professores: projetos em disputa ; 72-882178-26791809-0249reponame:Práxis Educacional (Online)instname:Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)instacron:UESBporhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/8917/5834http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSimionato, Margareth FadanelliHobold, Márcia de Souza2021-08-06T01:37:06Zoai:periodicos.periodicos2.uesb.br:article/8917Revistahttp://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/indexPUBhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/oaipraxisedu@uesb.edu.br||2178-26791809-0249opendoar:2021-08-06T01:37:06Práxis Educacional (Online) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)false |
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