“Aqui ninguém fala, escuta ou vê” Relatos sobre o cotidiano profissional dos agentes de segurança penitenciária em Manaus
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM |
Texto Completo: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5584 |
Resumo: | Este trabalho versa sobre o cotidiano de trabalho dos agentes de segurança penitenciária do Sistema Penitenciário Estadual do Estado do Amazonas. A pesquisa é resultado de relatos registrados nos locais de trabalho: as unidades prisionais de Manaus e as localizadas na BR 174. Realizei quarenta entrevistas durante o expediente, considerando também como parte dos relatos, as conversações com diferentes interlocutores nos intervalos, pausas para tomar café, almoços, corredores das unidades prisionais e nas rotas de ônibus corporativo. É possível dividir a apresentação de resultados em três partes principais e interligadas. Em primeiro lugar, a dissertação é iniciada por uma breve reflexão sobre a pesquisa em prisões brasileiras, com a consideração de que o ato de negociar se faz como uma importante e permanente chave simbólica de entrada e saída de instituições fechadas. Em segundo lugar, tenta-se delinear uma compreensão do fenômeno do controle social e o combate aos inimigos sociais/internos como questões centrais para refletir sobre a superlotação das prisões amazonenses, em um tempo de prisão-negócio, com impactos significativos que são promovidos pelas políticas de segurança pública orientadas em termos de produtividade, manifestando as evidências sobre a opção política pelo encarceramento em massa. Dessa forma, as conexões relacionais permitiram uma breve e recente descrição de determinados caminhos do “crime” na cidade de Manaus. Nesse ponto, descrevo o “galeroso” como acusação e justificativa para a criminalização da juventude manauara, para sinalizar a mudança recente na narrativa do noticiário policial com a ascensão de novos coletivos criminais, promotores de uma nova dinâmica do crime nas unidades prisionais, bairros e vielas, modificando o plano discursivo e prático sobre a questão que envolvem a segurança e a sensação de insegurança. Por fim, as transcrições de entrevistas e dos cadernos de campo auxiliaram na compreensão das contingências de uma das mais difíceis e precarizadas profissões do Brasil. |
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“Aqui ninguém fala, escuta ou vê” Relatos sobre o cotidiano profissional dos agentes de segurança penitenciária em ManausAgentes penitenciárioCotidiano de trabalhoCIÊNCIAS HUMANAS: SOCIOLOGIAEste trabalho versa sobre o cotidiano de trabalho dos agentes de segurança penitenciária do Sistema Penitenciário Estadual do Estado do Amazonas. A pesquisa é resultado de relatos registrados nos locais de trabalho: as unidades prisionais de Manaus e as localizadas na BR 174. Realizei quarenta entrevistas durante o expediente, considerando também como parte dos relatos, as conversações com diferentes interlocutores nos intervalos, pausas para tomar café, almoços, corredores das unidades prisionais e nas rotas de ônibus corporativo. É possível dividir a apresentação de resultados em três partes principais e interligadas. Em primeiro lugar, a dissertação é iniciada por uma breve reflexão sobre a pesquisa em prisões brasileiras, com a consideração de que o ato de negociar se faz como uma importante e permanente chave simbólica de entrada e saída de instituições fechadas. Em segundo lugar, tenta-se delinear uma compreensão do fenômeno do controle social e o combate aos inimigos sociais/internos como questões centrais para refletir sobre a superlotação das prisões amazonenses, em um tempo de prisão-negócio, com impactos significativos que são promovidos pelas políticas de segurança pública orientadas em termos de produtividade, manifestando as evidências sobre a opção política pelo encarceramento em massa. Dessa forma, as conexões relacionais permitiram uma breve e recente descrição de determinados caminhos do “crime” na cidade de Manaus. Nesse ponto, descrevo o “galeroso” como acusação e justificativa para a criminalização da juventude manauara, para sinalizar a mudança recente na narrativa do noticiário policial com a ascensão de novos coletivos criminais, promotores de uma nova dinâmica do crime nas unidades prisionais, bairros e vielas, modificando o plano discursivo e prático sobre a questão que envolvem a segurança e a sensação de insegurança. Por fim, as transcrições de entrevistas e dos cadernos de campo auxiliaram na compreensão das contingências de uma das mais difíceis e precarizadas profissões do Brasil.This work deals with the prison guards of the State of Amazonas State Penitentiary System and its reports on the daily work. The research is the result of ethnographic accounts registered in the workplace: the prisons of Manaus and located on BR 174. I conducted conversations and interviews with forty professionals during the expedients, breaks, and talks held in the corridors of prisons and the bus routes. First, the dissertation is formed by a brief reflection on the research in Brazilian prisons, taking the negotiation as an important and permanent symbolic key in and out of closed institutions. Second, social control and the fight against social / internal enemies are central issues to reflect on the overcrowding of Amazonian prisons in a time of prison-business, and on the impacts promoted by public security policies oriented in terms of productivity and political option for mass incarceration. Therefore, the effort to think relational allowed a brief and recent description of certain ways of "crime" in the city of Manaus. At this point, I describe the "galeroso" as an accusation and justification for the criminalization of manauara youth, to signal the recent change in the police news narrative with the rise of new criminal collectives, promoters of a new dynamics of crime in prisons, neighborhoods and alleyways, putting the problem of insecurity and feeling of insecurity in a new and complex level. Finally, interview transcripts and field notes useful to understand the contingencies of one of the most difficult and precarious jobs in Brazil.FAPEAM - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do AmazonasUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em SociologiaPaiva, Luiz Fábio Silvahttp://lattes.cnpq.br/0301446708793558Siqueira, Italo Barbosa Limahttp://lattes.cnpq.br/96723955238081842017-03-14T15:47:16Z2016-02-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSIQUEIRA, Italo Barbosa Lima. “Aqui ninguém fala, escuta ou vê” Relatos sobre o cotidiano profissional dos agentes de segurança penitenciária em Manaus. 2016. 224 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2016.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5584porhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2017-03-15T05:05:08Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/5584Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922017-03-15T05:05:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false |
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