A falácia da educação integral sob o domínio imperialista: um estudo do Programa Mais Educação em Rondônia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Paulo Aparecido Dias da
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9966733160906645
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5673
Resumo: Esta tese trata do Programa Mais Educação em Rondônia. A pesquisa foi realizada tendo por método o materialismo histórico-dialético a partir das categorias analíticas totalidade, contradição, ideologia e práxis e das categorias históricas imperialismo e capitalismo burocrático. Buscou-se analisar se o Programa Mais Educação pode ser considerado uma proposta de educação integral ou se apenas diz respeito a uma política de ampliação da jornada escolar com vistas a atender as demandas do modo de produção capitalista em sua fase imperialista. As concepções e práticas de educação integral no Brasil sempre estiveram no interior do horizonte teórico burguês, ora fundamentando-se no pragmatismo como no caso de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, ora no fascismo escancarado como no caso da Ação Integralista Brasileira (AIB) dirigida por Plínio Salgado. A partir da década de 1970, o Banco Mundial, na condição de principal agência do imperialismo na atualidade, direciona suas prioridades para educação básica. A educação básica passa a ser vista como importante fator de segurança e controle social. O discurso ideológico que enfatiza a necessidade de políticas públicas de educação focalizadas com o objetivo de aliviar a pobreza torna-se o eixo central por meio do qual o Banco Mundial formula e impõe as políticas aos países dominados e submetidos ao controle imperialista. O Programa Mais Educação insere-se nesse contexto. Nos documentos oficiais que fundamentam e norteiam a implantação do Programa Mais Educação estão reproduzidas as diretrizes do Banco Mundial. O ideário pós-moderno que nega a importância da transmissão dos conhecimentos científicos e o papel da escola de transmitir os conteúdos universais está presente em seus fundamentos em nome da criação de “redes de aprendizagem” e “territórios educativos” que se estenderiam por toda a cidade. Na prática, não há infraestrutura básica, os monitores são voluntários e não recebem formação, não há melhora na apropriação de conhecimentos e os alunos são estigmatizados por sua condição social. Coordenadores, diretores, professores e monitores destacam a forma autoritária como foi implantado o Programa Mais Educação, não o consideram uma proposta com uma prática de Educação integral e criticam sua natureza focalizadora. Exaltam, por outro lado, seu caráter protetor ao manter ocupados e alimentados por mais tempo no interior da escola os alunos pobres como forma de prevenir supostos perigos que a rua e a sociedade em geral oferecem. Em síntese, em um país de capitalismo burocrático, dominado pelo imperialismo, a educação integral não passa de uma falácia e se constitui em mera ampliação da jornada escolar com vistas a atender as necessidades de formação exigidas para a fase imperialista do capitalismo. A educação integral, na perspectiva da omnilateralidade, será consequência da revolução socialista e atingirá seu maior nível de desenvolvimento no momento em que a unilateralidade da educação burguesa esteja definitivamente superada por meio da supressão revolucionária de todas as classes sociais.
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As concepções e práticas de educação integral no Brasil sempre estiveram no interior do horizonte teórico burguês, ora fundamentando-se no pragmatismo como no caso de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, ora no fascismo escancarado como no caso da Ação Integralista Brasileira (AIB) dirigida por Plínio Salgado. A partir da década de 1970, o Banco Mundial, na condição de principal agência do imperialismo na atualidade, direciona suas prioridades para educação básica. A educação básica passa a ser vista como importante fator de segurança e controle social. O discurso ideológico que enfatiza a necessidade de políticas públicas de educação focalizadas com o objetivo de aliviar a pobreza torna-se o eixo central por meio do qual o Banco Mundial formula e impõe as políticas aos países dominados e submetidos ao controle imperialista. O Programa Mais Educação insere-se nesse contexto. Nos documentos oficiais que fundamentam e norteiam a implantação do Programa Mais Educação estão reproduzidas as diretrizes do Banco Mundial. O ideário pós-moderno que nega a importância da transmissão dos conhecimentos científicos e o papel da escola de transmitir os conteúdos universais está presente em seus fundamentos em nome da criação de “redes de aprendizagem” e “territórios educativos” que se estenderiam por toda a cidade. Na prática, não há infraestrutura básica, os monitores são voluntários e não recebem formação, não há melhora na apropriação de conhecimentos e os alunos são estigmatizados por sua condição social. Coordenadores, diretores, professores e monitores destacam a forma autoritária como foi implantado o Programa Mais Educação, não o consideram uma proposta com uma prática de Educação integral e criticam sua natureza focalizadora. Exaltam, por outro lado, seu caráter protetor ao manter ocupados e alimentados por mais tempo no interior da escola os alunos pobres como forma de prevenir supostos perigos que a rua e a sociedade em geral oferecem. Em síntese, em um país de capitalismo burocrático, dominado pelo imperialismo, a educação integral não passa de uma falácia e se constitui em mera ampliação da jornada escolar com vistas a atender as necessidades de formação exigidas para a fase imperialista do capitalismo. A educação integral, na perspectiva da omnilateralidade, será consequência da revolução socialista e atingirá seu maior nível de desenvolvimento no momento em que a unilateralidade da educação burguesa esteja definitivamente superada por meio da supressão revolucionária de todas as classes sociais.This thesis deals with the More Education Program in Rondônia. The research was carried out using method-historical-dialectical materialism from the analytical categories totality, contradiction, ideology and praxis and from the historical categories imperialism and bureaucratic capitalism. It was tried to analyze if the More Education Program can be considered a proposal of integral education or only a point of view of a politics of extension of the scholastic day with view to attend like demands of mode of production capitalist in its imperialist phase. The conceptions and practices of integral education in Brazil have always been within the bourgeois theoretical horizon, now based on pragmatism as in the case of Anísio Teixeira and Darcy Ribeiro, sometimes in open fascism as in the case of the Brazilian Integralist Action (AIB) directed by Plínio Salgado. Since the 1970s, the World Bank, as the main agency of imperialism today, directs its priorities to basic education. Basic education is seen as an important factor of security and social control. The ideological discourse that emphasizes the need for targeted education public policies to alleviate poverty becomes the central axis through which the World Bank formulates and enforces as policies for countries dominated and subjected to imperialist control. The More Education Program is part of this context. In the official documents that support and guide the implementation of the More Education Program are reproduced the guidelines of the World Bank. Postmodern ideology, which is not an evaluation of the transmission of scientific knowledge and the role of the school in transmitting universal content, is present in its foundations in the name of the creation of "learning networks" and "educational territories" that would extend throughout the City. In practice, there is no basic infrastructure, monitors are volunteers and do not receive formation, there is no improvement in the appropriation of knowledge and students are stigmatized by their social condition. The subjects stand out as an embodiment like the More Education Program, do not consider a proposal with a practice of integral education and criticize its focal nature. They exalt, on the other hand, their protective character by keeping poor students occupied and fed for longer in the school as a way of preventing supposed dangers that the street and society in general offer. In short, in a country of bureaucratic capitalism dominated by imperialism, integral education is nothing more than a fallacy and constitutes a mere extension of the school day in order to meet the formation needs required for the imperialist phase of capitalism. Integral education, in the perspective of omnilaterality, will be a consequence of the socialist revolution and will reach its highest level of development at a time when the unilaterality of bourgeois education is finally overcome by the revolutionary suppression of all social classes.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasFaculdade de EducaçãoBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em EducaçãoPinheiro, Maria das Graças Sá Peixotohttp://lattes.cnpq.br/1126828777557299Silva, Paulo Aparecido Dias dahttp://lattes.cnpq.br/99667331609066452017-05-18T19:22:05Z2017-04-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSILVA, Paulo Aparecido Dias da. A falácia da educação integral sob o domínio imperialista: um estudo do Programa Mais Educação em Rondônia. 2017. 223 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2017.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5673porhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2017-05-19T05:03:21Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/5673Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922017-05-19T05:03:21Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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