A literatura de viagem e as cosmogonias indígenas em Stradelli e Nunes Pereira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pacheco, Maria Lúcia Tinoco
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8566103887875970
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5734
Resumo: Lendas e Notas de Viagem de Ermanno Stradelli (1852-1926) e Moronguetá: um Decameron Indígena, de Nunes Pereira (1893-1985) oferecem uma leitura dos povos indígenas da Amazônia a partir de sua mitologia. No conjunto de relatos dos viajantes dos séculos XIX e XX, essas duas publicações são registros únicos de narrativas que, inicialmente orais, testemunham a memória de comunidades autóctones, bem como revelam patrimônios socialmente construídos na vivência daqueles povos. Retomadas já por diversos campos de conhecimento como antropologia, geografia, história, entre outros, e trazendo contribuições das mais diversas, ainda faltava a essas obras serem objeto de investigação no campo dos estudos literários. Esse trabalho se propôs a pensar, pois, como as cosmogonias coletadas e apresentadas nestas obras pelos homens de ciência, Stradelli e Nunes Pereira, e inseridas em uma literatura de viajantes, poderiam ser tomadas em perspectiva literária de modo a preencher a lacuna da investigação no interior do sistema literário. Para tanto, partiu-se de três pressupostos principais: o primeiro consideraria a literatura de viajantes que inseriu o Brasil e a Amazônia indígena na memória do mundo como uma literatura polarizada entre ficção e realidade; o segundo tomaria o texto cosmogônico em estudo como uma poética de viagem que, centrada na cosmogonia do indígena da Amazônia brasileira, mostraria algumas instâncias do literário, procurando apresentar certas resistências do campo e destituindo-as ao mesmo tempo; e o terceiro analisaria a obra como um escrito de fronteira, que permitiria entre as várias relações o entrecruzamento entre ciência e literatura, além de sua incursão no interior de outras poéticas. A tese que ora se apresenta, que retomou o estudo da literatura de viagem produzida por Stradelli e Nunes Pereira no recorte destas obras e cujo elo é a Amazônia, foi construída por meios de ensaios, os quais mantiveram diálogos com a fenomenologia de Merleau- Ponty, o imaginário de Bachelard e Durand, além da revisitação das teorias literárias propostas por Bakhtin, Jakobson e os Estudos Culturais, entre outros.
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Esse trabalho se propôs a pensar, pois, como as cosmogonias coletadas e apresentadas nestas obras pelos homens de ciência, Stradelli e Nunes Pereira, e inseridas em uma literatura de viajantes, poderiam ser tomadas em perspectiva literária de modo a preencher a lacuna da investigação no interior do sistema literário. Para tanto, partiu-se de três pressupostos principais: o primeiro consideraria a literatura de viajantes que inseriu o Brasil e a Amazônia indígena na memória do mundo como uma literatura polarizada entre ficção e realidade; o segundo tomaria o texto cosmogônico em estudo como uma poética de viagem que, centrada na cosmogonia do indígena da Amazônia brasileira, mostraria algumas instâncias do literário, procurando apresentar certas resistências do campo e destituindo-as ao mesmo tempo; e o terceiro analisaria a obra como um escrito de fronteira, que permitiria entre as várias relações o entrecruzamento entre ciência e literatura, além de sua incursão no interior de outras poéticas. A tese que ora se apresenta, que retomou o estudo da literatura de viagem produzida por Stradelli e Nunes Pereira no recorte destas obras e cujo elo é a Amazônia, foi construída por meios de ensaios, os quais mantiveram diálogos com a fenomenologia de Merleau- Ponty, o imaginário de Bachelard e Durand, além da revisitação das teorias literárias propostas por Bakhtin, Jakobson e os Estudos Culturais, entre outros.Lendas e Notas de Viagem, Ermanno Stradelli (1852-1926) and Moronguetá: um Decameron Indígena, Nunes Pereira (1893-1985) offer a reading of the indigenous peoples of the Amazon from their mythology. Overall reports of travelers of the nineteenth and twentieth centuries, these two publications are unique records of narratives that initially oral, witness memory of indigenous communities and heritages reveal socially constructed in the experience of those people. Already retaken by diverse fields of knowledge as anthropology, geography, history, etc., and bringing contributions from different, yet lacked these works being the object of investigation in the field of literary studies. This work proposes to think, because, as the collected cosmogonies and presented these works by men of science, Stradelli and Nunes Pereira, and inserted into a traveling literature, could be taken into literary perspective to fill the research gap in within the literary system. Therefore, it started with three main assumptions: first consider the traveler literature that entered Brazil and indigenous Amazon in the world's memory as a polarized literature between fiction and reality; the second would take the cosmogonic text study as a poetic journey that focused on indigenous cosmogony of the Brazilian Amazon, show some instances of literary, seeking to present certain resistance of the field and stripping them at the same time; and the third would consider the work as a writing of the border, which would allow between the various relationships the intersection between science and literature, and their foray inside other poetic. The thesis presented here, which resumed the study of travel literature produced by Stradelli and Nunes Pereira in clipping these works and whose link is the Amazon, was built by means of tests, which held dialogues with Merleau-Ponty the imagination of Bachelard and Durand, besides the revisitation of the literary theories proposed by Bakhtin, Jakobson and cultural studies, among others.Universidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na AmazôniaAlbuquerque, Gabriel Arcanjo Santos dehttp://lattes.cnpq.br/0632488092860482Fiorotti, Devair AntonioTorres, Iraildes CaldasSampaio, Patrícia MeloPacheco, Maria Lúcia Tinocohttp://lattes.cnpq.br/85661038878759702017-07-20T14:47:55Z2017-02-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPACHECO, Maria Lúcia Tinoco. A literatura de viagem e as cosmogonias indígenas em Stradelli e Nunes Pereira. 2017. 235 f. Tese (Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2017.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5734porhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2017-07-21T05:04:01Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/5734Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922017-07-21T05:04:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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