A invenção do Expressionismo em Augusto dos Anjos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, José Maria Pinto de
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9686739374222738
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2369
Resumo: Fortemente influenciada pela filosofia de Schopenhauer e pelo pensamento budista; percutindo as vibrações inovadoras da poesia de Baudelaire; tomada por uma sede de conhecimento que não obtinha respostas das ciências; obstinada pelo mundo microscópico que só então começava a ser explorado; e reflexo de um país em transformação, em um mundo em transformação, a poesia de Augusto dos Anjos encontra o seu Zeitgeist, o espírito dionisíaco de seu tempo, em uma expressão inédita na poesia brasileira, que desnorteou, por muito tempo, sua recepção crítica. Os poemas mais antigos já trazem a marca de um eu lírico melancólico, marcado pela solidão e pela reflexão. Em meados de 1906, essa melancolia se exacerba e a expressão, que vinha se tornando cada vez mais áspera, encontra finalmente seu tom. Não era mais o eu lírico que se expressava, mas um desdobramento deste: uma personagem sofrida, misantropa, misógina, que parecia ter uma só finalidade na vida sofrer. Com a melancolia em crescimento exponencial, aquela personagem amadurece não apenas a linguagem, mas também as reflexões. Pretendemos demonstrar, pois, que, fugindo do lirismo confessional, e baseado em um conceito de Schopenhauer, dor estética , o autor forjou uma personagem, sua máscara lírica. A finalidade desta: denunciar a degradação pela qual passava a humanidade, por meio de poemas que subvertiam as noções então aceitas de beleza. Augusto dos Anjos inventou uma variante expressionista, buscando uma representação não-aristotélica da realidade, usando uma forma fragmentada e contrastante, aproximandose de tal forma dos expressionistas alemães que é absolutamente plausível classificá-lo como um poeta expressionista. E não se trata apenas de uma sensibilidade expressionista , mas de um corpus e uma Ideia integralmente expressionistas. Sem temer o grotesco ou o kitsch, extraindo beleza do mau gosto e da matéria em decomposição, Augusto dos Anjos registrou a vida brasileira do limiar do século XX
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Em meados de 1906, essa melancolia se exacerba e a expressão, que vinha se tornando cada vez mais áspera, encontra finalmente seu tom. Não era mais o eu lírico que se expressava, mas um desdobramento deste: uma personagem sofrida, misantropa, misógina, que parecia ter uma só finalidade na vida sofrer. Com a melancolia em crescimento exponencial, aquela personagem amadurece não apenas a linguagem, mas também as reflexões. Pretendemos demonstrar, pois, que, fugindo do lirismo confessional, e baseado em um conceito de Schopenhauer, dor estética , o autor forjou uma personagem, sua máscara lírica. A finalidade desta: denunciar a degradação pela qual passava a humanidade, por meio de poemas que subvertiam as noções então aceitas de beleza. Augusto dos Anjos inventou uma variante expressionista, buscando uma representação não-aristotélica da realidade, usando uma forma fragmentada e contrastante, aproximandose de tal forma dos expressionistas alemães que é absolutamente plausível classificá-lo como um poeta expressionista. E não se trata apenas de uma sensibilidade expressionista , mas de um corpus e uma Ideia integralmente expressionistas. Sem temer o grotesco ou o kitsch, extraindo beleza do mau gosto e da matéria em decomposição, Augusto dos Anjos registrou a vida brasileira do limiar do século XXAbstract: Strongly influenced by Schopenhauer s philosophy and by the Buddhist thinking; tapping the innovative vibrations from Baudelaire s poetry; taken by thirst for knowledge with no answer from the science; driven by the microscopic world that only then started to be explored; and the reflex of a changing country in a changing world, Augusto dos Anjos poetry finds it Zeitgeist, the Dionysian spirit of its time, in an expression never before seen in Brazilian poetry, which confused, for a long time, its critical reception. His older poems had already brought the mark of a melancholic lyric I, stricken by loneliness and reflection. In the middle of 1906 this melancholy overflows and the expression, which had become rougher, finally meets its tone. It was no longer the lyric I that expressed itself, but a ramification of it: a suffering, misanthropic, misogynistic character, who seemed to have only one purpose in life to suffer. With the melancholy in exponential growth, that character ripens not only the language, but also the reflections. We intent to show that, running from the confessional lyricism and based upon Schopenhauer s concept of aesthetic pain , the author forged a character, his lyric mask. Its purpose was to denounce the degradation humanity was going through, by the means of poems which subverted the accepted notions of beauty. Augusto dos Anjos invented an expressionist variation, seeking a non- Aristotelic representation of reality, using a fragmented and contrasting form, thus approaching the German expressionists, which makes it completely plausible to classify him as an expressionist poet. And it is not only an expressionist sensibility , but corpus and an idea integrally expressionist. Without fearing the grotesque and the kitsch, extracting beauty from bad taste and decaying matter, Augusto dos Anjos registered Brazilian life on the verge of the twentieth centuryUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBRUFAMPrograma de Pós-graduação em LetrasSilva, Allison Marcos Leão dahttp://lattes.cnpq.br/2862237221241530Figueiredo, José Maria Pinto dehttp://lattes.cnpq.br/96867393742227382015-04-11T13:48:59Z2015-04-102012-04-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfFIGUEIREDO, José Maria Pinto de. A invenção do Expressionismo em Augusto dos Anjos. 2012. 135 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2012.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2369porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2016-05-12T17:13:51Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/2369Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922016-05-12T17:13:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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