Ditadura, agricultura e educação: a ESALQ/USP e a modernização conservadora do campo brasileiro (1964 a 1985)
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Germinal: Marxismo e Educação em Debate |
Texto Completo: | https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/22449 |
Resumo: | Esta tese de doutorado foi desenvolvida na linha de pesquisa História de Instituições Escolares no Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Educação no Brasil. É o resultado de uma década de estudos acerca da História da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” localizada na cidade de Piracicaba, instituição projetada em 1881, inaugurada em 1901 e integrada pela Universidade de São Paulo desde 1934. Apesar de realizarmos um histórico dos 115 anos da escola instituída, nosso principal foco de investigação é concentrado no período histórico da “Ditadura Civil-Militar” de 1964 a 1985. Sob inspiração do materialismo histórico-dialético, nossa investigação foi baseada principalmente em fontes primárias do acervo das unidades da ESALQ e do Arquivo Público do Estado de São Paulo, em especial, o fundo DEOPS. No geral, foram examinados jornais, dossiês, relatórios, revistas, cartas, fotografias, mapas e atas da congregação. Também foram aplicados questionários, realizadas entrevistas e vivencia antropológica no meio institucional, seja dentro ou fora de seus muros. No decorrer de nossa pesquisa procuramos relacionar a Ditadura, a Agricultura e a Educação Superior Agrícola como fatores articulados ao projeto político e econômico dos militares, dos empresários e do imperialismo que objetivou a modernização do campo, mesmo que o “moderno” estivesse acompanhado do “arcaico”, um fenômeno estrutural do capitalismo desenvolvido no Brasil. Neste percurso investigativo nos interrogamos: “quem são os esalqueanos e quais foram suas contribuições e resistências ao projeto da ditadura para o meio rural? Assim, analisamos o período pré-golpe de 1964, quando ocorreram movimentações de funcionários do governo dos EUA e da extrema direita brasileira dentro da escola, auxiliares na deposição do presidente João Goulart e perseguidores da esquerda esalqueana. Após o golpe, analisamos o período ditatorial, quando o campus USP de Piracicaba passou por um grande plano de intervenção estadunidense via USAID, que pretendeu implantar o sistema de Land Grant College System no Brasil. Foi neste período que os professores estrangeiros e os esalqueanos criaram novos cursos de graduação e a pós-graduação, com especial destaque para a área da energia nuclear aplicada ao campo (CENA). Tratou-se de um projeto de Estado a serviço dos empresários nacionais e internacionais, quando a ESALQ aprofundou a prática do ensino e da pesquisa em benefício da agroindústria, especialmente a mutação genética de sementes, animais e o desenvolvimento de tecnologias rurais financiadas com dinheiro público, embora o povo estivesse marginalizado deste processo. Nesse sentido procuramos compreender o papel da ESALQ como centro estratégico da classe dominante na formação de intelectuais orgânicos do ruralismo, sujeitos que atuam no interior da sociedade civil e política em cargos de direção empresarial ou estatal. Seja fora da escola com o genocídio dos “povos da terra” ou dentro da “Luiz de Queiroz” com a perseguição e prisão de esalqueanos contrários ao regime, concluímos que a modernização capitalista do campo brasileiro foi resultado da aliança do imperialismo com as classes hegemônicas do movimento civil-militar de 1964. |
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Ditadura, agricultura e educação: a ESALQ/USP e a modernização conservadora do campo brasileiro (1964 a 1985)ESALQ/USPMovimento Civil-Militar de 1964RuralismoModernização ConservadoraQuestão agráriaEducação Superior Agrícolaintelectuais orgânicosCiências AgráriasEsta tese de doutorado foi desenvolvida na linha de pesquisa História de Instituições Escolares no Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Educação no Brasil. É o resultado de uma década de estudos acerca da História da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” localizada na cidade de Piracicaba, instituição projetada em 1881, inaugurada em 1901 e integrada pela Universidade de São Paulo desde 1934. Apesar de realizarmos um histórico dos 115 anos da escola instituída, nosso principal foco de investigação é concentrado no período histórico da “Ditadura Civil-Militar” de 1964 a 1985. Sob inspiração do materialismo histórico-dialético, nossa investigação foi baseada principalmente em fontes primárias do acervo das unidades da ESALQ e do Arquivo Público do Estado de São Paulo, em especial, o fundo DEOPS. No geral, foram examinados jornais, dossiês, relatórios, revistas, cartas, fotografias, mapas e atas da congregação. Também foram aplicados questionários, realizadas entrevistas e vivencia antropológica no meio institucional, seja dentro ou fora de seus muros. No decorrer de nossa pesquisa procuramos relacionar a Ditadura, a Agricultura e a Educação Superior Agrícola como fatores articulados ao projeto político e econômico dos militares, dos empresários e do imperialismo que objetivou a modernização do campo, mesmo que o “moderno” estivesse acompanhado do “arcaico”, um fenômeno estrutural do capitalismo desenvolvido no Brasil. Neste percurso investigativo nos interrogamos: “quem são os esalqueanos e quais foram suas contribuições e resistências ao projeto da ditadura para o meio rural? Assim, analisamos o período pré-golpe de 1964, quando ocorreram movimentações de funcionários do governo dos EUA e da extrema direita brasileira dentro da escola, auxiliares na deposição do presidente João Goulart e perseguidores da esquerda esalqueana. Após o golpe, analisamos o período ditatorial, quando o campus USP de Piracicaba passou por um grande plano de intervenção estadunidense via USAID, que pretendeu implantar o sistema de Land Grant College System no Brasil. Foi neste período que os professores estrangeiros e os esalqueanos criaram novos cursos de graduação e a pós-graduação, com especial destaque para a área da energia nuclear aplicada ao campo (CENA). Tratou-se de um projeto de Estado a serviço dos empresários nacionais e internacionais, quando a ESALQ aprofundou a prática do ensino e da pesquisa em benefício da agroindústria, especialmente a mutação genética de sementes, animais e o desenvolvimento de tecnologias rurais financiadas com dinheiro público, embora o povo estivesse marginalizado deste processo. Nesse sentido procuramos compreender o papel da ESALQ como centro estratégico da classe dominante na formação de intelectuais orgânicos do ruralismo, sujeitos que atuam no interior da sociedade civil e política em cargos de direção empresarial ou estatal. Seja fora da escola com o genocídio dos “povos da terra” ou dentro da “Luiz de Queiroz” com a perseguição e prisão de esalqueanos contrários ao regime, concluímos que a modernização capitalista do campo brasileiro foi resultado da aliança do imperialismo com as classes hegemônicas do movimento civil-militar de 1964. Universidade Federal da Bahia2017-12-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionMaterialismo Histórico Dialéticoapplication/pdfhttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/2244910.9771/gmed.v9i3.22449Germinal: marxismo e educação em debate; v. 9 n. 3 (2017): AMÉRICA LATINA, 100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA, EDUCAÇÃO E ENSINO; 3922175-5604reponame:Germinal: Marxismo e Educação em Debateinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAporhttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/22449/15306Copyright (c) 2018 Germinal: Marxismo e Educação em Debateinfo:eu-repo/semantics/openAccessSarruge Molina, Rodrigo2018-01-18T23:06:46Zoai:ojs.periodicos.ufba.br:article/22449Revistahttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/PUBhttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/oairevistagerminal@ufba.br2175-56042175-5604opendoar:2018-01-18T23:06:46Germinal: Marxismo e Educação em Debate - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
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