Crianças e jovens portadores de necessidades educativas especiais institucionalizados: um estudo sobre suas interpretações em relação às práticas socioeducativas para a reinserção social
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Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11835 |
Resumo: | O presente estudo tem como objetivo compreender as interpretações dos jovens portadores de necessidades educativas especiais acerca das práticas socioeducativas para a reinserção social, desenvolvidas em um Abrigo, pertencente à Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC), em Salvador/Bahia. Inicialmente, apresenta-se uma interpretação bibliográfica, visando contextualizar historicamente a concepção e assistência implementadas para o atendimento aos portadores de necessidades educativas especiais, enfocando-se em seguida o processo de segregação e institucionalização infligido a esses sujeitos, tomando-se como eixo principal, para a consecução do estudo, o conceito de Instituição Total, desenvolvido por Goffman. A opção metodológica foi a abordagem qualitativa, com o uso da etnografia semiológica, baseada nos conceitos epistemológicos e dispositivos metodológicos da Etnopesquisa. Utilizou-se como técnica de análise de ?dados? a interpretação das narrativas dos jovens e professores sobre as ações implementadas para a reinserção social com base na análise de conteúdo. A partir da análise das narrativas foram identificadas três categorias analíticas: Institucionalização, Práticas Pedagógicas e Reinserção Social. Com base nas análises dessas categorias analíticas, pode-se afirmar que o Abrigo, oficialmente considerado uma ?casa de passagem?, trata-se, na realidade, de uma Instituição Total (GOFFMAN, 1974), indo de encontro ao Artigo 101 ? Parágrafo Único ? do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) ?o abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a colocação em família substituta, não implicando em privação de liberdade?. Em relação às práticas educativas para a reinserção social, conclui-se que se revelam sociopedagogicamente ineficazes, reforçando ademais, um modelo institucional com características de uma Instituição Total. Tais ações, implementadas em regime fechado, só reforçam a segregação social dos portadores de necessidades educativas especiais, dificultando a sua reinserção social e a conquista da dignidade da vida. |
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Conceição, Lígia NascimentoConceição, Lígia NascimentoMacedo, Roberto Sidnei Alves2013-06-11T13:48:19Z2013-06-11T13:48:19Z2004http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11835O presente estudo tem como objetivo compreender as interpretações dos jovens portadores de necessidades educativas especiais acerca das práticas socioeducativas para a reinserção social, desenvolvidas em um Abrigo, pertencente à Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC), em Salvador/Bahia. Inicialmente, apresenta-se uma interpretação bibliográfica, visando contextualizar historicamente a concepção e assistência implementadas para o atendimento aos portadores de necessidades educativas especiais, enfocando-se em seguida o processo de segregação e institucionalização infligido a esses sujeitos, tomando-se como eixo principal, para a consecução do estudo, o conceito de Instituição Total, desenvolvido por Goffman. A opção metodológica foi a abordagem qualitativa, com o uso da etnografia semiológica, baseada nos conceitos epistemológicos e dispositivos metodológicos da Etnopesquisa. Utilizou-se como técnica de análise de ?dados? a interpretação das narrativas dos jovens e professores sobre as ações implementadas para a reinserção social com base na análise de conteúdo. A partir da análise das narrativas foram identificadas três categorias analíticas: Institucionalização, Práticas Pedagógicas e Reinserção Social. Com base nas análises dessas categorias analíticas, pode-se afirmar que o Abrigo, oficialmente considerado uma ?casa de passagem?, trata-se, na realidade, de uma Instituição Total (GOFFMAN, 1974), indo de encontro ao Artigo 101 ? Parágrafo Único ? do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) ?o abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a colocação em família substituta, não implicando em privação de liberdade?. Em relação às práticas educativas para a reinserção social, conclui-se que se revelam sociopedagogicamente ineficazes, reforçando ademais, um modelo institucional com características de uma Instituição Total. Tais ações, implementadas em regime fechado, só reforçam a segregação social dos portadores de necessidades educativas especiais, dificultando a sua reinserção social e a conquista da dignidade da vida.Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2013-04-29T18:42:44Z No. of bitstreams: 1 Conceicao, Ligia.pdf: 475789 bytes, checksum: 1626391bff5c862f77ca5497ae00f744 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora Lopes(silopes@ufba.br) on 2013-06-11T13:48:19Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Conceicao, Ligia.pdf: 475789 bytes, checksum: 1626391bff5c862f77ca5497ae00f744 (MD5)Made available in DSpace on 2013-06-11T13:48:19Z (GMT). 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O presente estudo tem como objetivo compreender as interpretações dos jovens portadores de necessidades educativas especiais acerca das práticas socioeducativas para a reinserção social, desenvolvidas em um Abrigo, pertencente à Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC), em Salvador/Bahia. Inicialmente, apresenta-se uma interpretação bibliográfica, visando contextualizar historicamente a concepção e assistência implementadas para o atendimento aos portadores de necessidades educativas especiais, enfocando-se em seguida o processo de segregação e institucionalização infligido a esses sujeitos, tomando-se como eixo principal, para a consecução do estudo, o conceito de Instituição Total, desenvolvido por Goffman. A opção metodológica foi a abordagem qualitativa, com o uso da etnografia semiológica, baseada nos conceitos epistemológicos e dispositivos metodológicos da Etnopesquisa. Utilizou-se como técnica de análise de ?dados? a interpretação das narrativas dos jovens e professores sobre as ações implementadas para a reinserção social com base na análise de conteúdo. A partir da análise das narrativas foram identificadas três categorias analíticas: Institucionalização, Práticas Pedagógicas e Reinserção Social. Com base nas análises dessas categorias analíticas, pode-se afirmar que o Abrigo, oficialmente considerado uma ?casa de passagem?, trata-se, na realidade, de uma Instituição Total (GOFFMAN, 1974), indo de encontro ao Artigo 101 ? Parágrafo Único ? do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) ?o abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a colocação em família substituta, não implicando em privação de liberdade?. Em relação às práticas educativas para a reinserção social, conclui-se que se revelam sociopedagogicamente ineficazes, reforçando ademais, um modelo institucional com características de uma Instituição Total. Tais ações, implementadas em regime fechado, só reforçam a segregação social dos portadores de necessidades educativas especiais, dificultando a sua reinserção social e a conquista da dignidade da vida. |
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