Fração prevenível da atividade física e câncer: revisão sistemática da literatura

• Autor(a) principal: Aguiar, Bárbara Marques Fernandes de
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36871
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA; Atividade física; Câncer; Risco; Fração prevenível; Physical activity; Cancer; Risk; Preventible fraction

Introdução: A incidência de câncer, assim como de outras doenças crônicas, tem se elevado nos últimos anos como consequência do estilo de vida moderno caracterizado por alimentação desregulada, sedentarismo e exposição a agentes químicos, físicos e biológicos. Fundamentação teórica: A atividade física, nas últimas décadas, deixou de fazer parte da rotina do homem. Sabe-se que a prática está relacionada com o fortalecimento da resposta imune, que é de extrema importância para o combate de células neoplásicas. Assim, o sedentarismo contribui para que indivíduos ganhem peso (fator de risco para alguns cânceres), desregula hormônios (fator de risco para cânceres hormônio dependentes) e reduz a resposta imune do hospedeiro. Objetivos: Analisar o papel da atividade física na prevenção do câncer por meio de estimativas da fração prevenível. Métodos: Estudo de revisão sistemática da literatura de acordo com os critérios do PRISMA. Os descritores empregados foram “physical activity”, “cancer” e “risk”. A busca foi realizada no PubMed, Scielo, referências bibliográficas e foram selecionados 20 artigos de estudos do tipo caso-controle e coorte, publicados em inglês, português ou espanhol, que analisaram a modificação do risco dos tipos mais comuns de câncer exercida pela atividade física. Resultados e discussão: Dos 20 artigos analisados, 50% trataram de câncer de mama e os demais, de outros tipos de câncer (câncer em geral, glioma, pulmão, células renais, colorretal, cabeça e pescoço, cólon, próstata, hepatobiliar e melanoma). 16 artigos encontraram associação inversa significante entre atividade física e câncer de mama, mesmo após o ajuste das variáveis confundidoras. Além disso, ao se calcular a fração prevenível de cada artigo, a partir dos valores de risco, encontrou-se uma média de fração prevenível de 24,5%, corroborando para a tese de que a atividade física constitui estratégia de prevenção primária para o câncer. A função protetora da atividade física foi mais prevalente nos exercícios de intensidade moderada a vigorosa, do tipo doméstica ou de lazer/esportiva e durante 5 a 7 dias-horas/semana, o que condiz com as recomendações de outras literaturas. No entanto, são necessários mais estudos que padronizem a mensuração do nível de atividade física e controlem de modo fidedigno os fatores de confundimento. Conclusão: Os dados coletados neste estudo sugerem que a atividade física “provavelmente” previne contra o aparecimento de câncer, principalmente de mama (predominantemente nos ER negativos), pulmão, glioma, rins, cabeça e pescoço, hepático, melanoma. No entanto, não encontrou efeito protetor significante no câncer de próstata e vias biliares. Quanto ao câncer colorretal os resultados divergiram.