A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade como novas formas de conhecimento para a articulação de saberes no contexto da ciência e do conhecimento em geral: contribuição para os campos da Educação, da Saúde e do Meio Ambiente
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22497 |
Resumo: | Introdução − A separação entre as diferentes formas de conhecimento como o mito, a filosofia, a teologia, a ciência moderna, a arte, as tradições de sabedoria, a experiência e, mais recentemente, entre as diferentes áreas e entre as disciplinas acadêmicas, sem a sua subsequente articulação, tem sido uma causa central de ampla gama de problemas sociais, ambientais e humanos, e tem dificultado a resolução de grande número de problemas complexos cada vez mais presentes nas fronteiras entre as disciplinas acadêmicas, e nas fronteiras entre estas e os conhecimentos não-acadêmicos e na sociedade em geral. Objetivo − Verificar as especificidades e relações existentes entre duas novas formas ou modalidades de conhecimento: a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, e suas possibilidades de respostas a esses tipos de problemas que não podem ser tratados adequadamente por abordagens monodisciplinares e que, às vezes, não podem ser tratados de maneira satisfatória utilizando-se apenas os saberes acadêmicos. Métodos – Exploração histórica dos quatro grandes modelos ou formas de conhecimento que estruturaram o pensamento do Ocidente europeu ao longo dos últimos 2500 anos: mitológico, filosófico, teológico e científico, buscando verificar em cada um desses modelos o movimento de separação/exclusão ou separação/articulação com o(s) modelo(s) anterior(es) (Parte I). Pesquisa quantitativa (meta-análise) em três bases de dados eletrônicas acadêmicas, a primeira na área da Educação, a segunda na área das Ciências da Saúde e a terceira na área do Meio Ambiente, buscando verificar, retrocedendo década a década, a utilização dos termos interdisciplinaridade, interdisciplinar, transdisciplinaridade, transdisciplinar em artigos científicos nessas três áreas (Parte II); e pesquisa quantitativa (meta-análise) em uma base de dados eletrônica de alcance geral, buscando verificar, retrocedendo década a década, a utilização desses mesmos quatro termos em inglês, português, francês e espanhol nas publicações em livros (Parte II). Pesquisa qualitativa em trinta e nove artigos científicos selecionados em três bases de dados acadêmicas, utilizando a metodologia da análise de conteúdo para obter dados para duas unidades de análise: as definições de interdisciplinaridade e/ou transdisciplinaridade nas quais o(s) autor(es) de cada artigo se apoiam; o tipo das relações que neles se estabelecem entre as disciplinas e a pessoa humana (Parte III). Exploração teórica de autores de referência nos campos da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade, bem como de alguns congressos internacionais sobre esta temática que se mostraram muito relevantes para o seu aprofundamento (Parte IV). Conclusões – Os dados demonstram que (a) os campos específicos da interdisciplinaridade e o da transdisciplinaridade, sua distinção e relação, eram confusos até o início da década de 1990, mas que, desde então, há uma clareza cada vez maior a respeito do objeto, do método e da finalidade dessas duas novas formas de produção do conhecimento nas áreas da Educação, das Ciências da Saúde e do Meio Ambiente. Além disso, foi possível verificar que: (b) a interdisciplinaridade é uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas, tanto as epistemologicamente próximas quanto as distantes; e (c) que, nas áreas da Educação e do Meio Ambiente, ela indica um início de ruptura paradigmática nos modos de produção do conhecimento acadêmico, pois permite uma articulação parcial não somente entre o sujeito e o objeto na ciência, mas também uma articulação parcial entre os quatro modelos ou formas de conhecimento que estruturaram o pensamento do Ocidente europeu. Os dados indicaram que, (d) no que diz respeito à área das Ciências da Saúde, a interdisciplinaridade já se apresenta como uma ruptura paradigmática forte, pois permite uma articulação forte entre subjetividade e objetividade na ciência e nas práticas de Saúde. E, por fim, foi possível verificar que: (e) atualmente há duas perspectivas de transdisciplinaridade; (f) que ambas são uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas e os conhecimentos não-acadêmicos para responder a certos tipos de problemas complexos que não podem ser tratados apenas pelas disciplinas acadêmicas nem pela interdisciplinaridade; (g) que a primeira dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos produzidos pela experiência na sociedade em geral, indica o início de uma ruptura paradigmática, pois permite, na produção do conhecimento, uma articulação parcial entre subjetividade e objetividade e entre os quatro grandes modelos citados; e (h) que a segunda dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos ainda mais amplos, como aqueles das culturas ancestrais e das tradições de sabedoria, indica uma ruptura paradigmática forte, pois permite, na produção do conhecimento, não somente uma articulação forte entre subjetividade e objetividade, como, também, entre os quatro grandes modelos citados e outras formas de conhecimento. |
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Sommerman, AméricoGaleffi, Dante AugustoPaul, PatrickPaul, PatrickAlvarenga, Thereza AugustaBurnham, Teresinha FróesPonczek, Roberto LeonPhilippi Junior, Arlindo2017-05-12T18:46:12Z2017-05-12T18:46:12Z2017-05-122012-04-13Tesehttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22497Introdução − A separação entre as diferentes formas de conhecimento como o mito, a filosofia, a teologia, a ciência moderna, a arte, as tradições de sabedoria, a experiência e, mais recentemente, entre as diferentes áreas e entre as disciplinas acadêmicas, sem a sua subsequente articulação, tem sido uma causa central de ampla gama de problemas sociais, ambientais e humanos, e tem dificultado a resolução de grande número de problemas complexos cada vez mais presentes nas fronteiras entre as disciplinas acadêmicas, e nas fronteiras entre estas e os conhecimentos não-acadêmicos e na sociedade em geral. Objetivo − Verificar as especificidades e relações existentes entre duas novas formas ou modalidades de conhecimento: a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, e suas possibilidades de respostas a esses tipos de problemas que não podem ser tratados adequadamente por abordagens monodisciplinares e que, às vezes, não podem ser tratados de maneira satisfatória utilizando-se apenas os saberes acadêmicos. Métodos – Exploração histórica dos quatro grandes modelos ou formas de conhecimento que estruturaram o pensamento do Ocidente europeu ao longo dos últimos 2500 anos: mitológico, filosófico, teológico e científico, buscando verificar em cada um desses modelos o movimento de separação/exclusão ou separação/articulação com o(s) modelo(s) anterior(es) (Parte I). Pesquisa quantitativa (meta-análise) em três bases de dados eletrônicas acadêmicas, a primeira na área da Educação, a segunda na área das Ciências da Saúde e a terceira na área do Meio Ambiente, buscando verificar, retrocedendo década a década, a utilização dos termos interdisciplinaridade, interdisciplinar, transdisciplinaridade, transdisciplinar em artigos científicos nessas três áreas (Parte II); e pesquisa quantitativa (meta-análise) em uma base de dados eletrônica de alcance geral, buscando verificar, retrocedendo década a década, a utilização desses mesmos quatro termos em inglês, português, francês e espanhol nas publicações em livros (Parte II). Pesquisa qualitativa em trinta e nove artigos científicos selecionados em três bases de dados acadêmicas, utilizando a metodologia da análise de conteúdo para obter dados para duas unidades de análise: as definições de interdisciplinaridade e/ou transdisciplinaridade nas quais o(s) autor(es) de cada artigo se apoiam; o tipo das relações que neles se estabelecem entre as disciplinas e a pessoa humana (Parte III). Exploração teórica de autores de referência nos campos da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade, bem como de alguns congressos internacionais sobre esta temática que se mostraram muito relevantes para o seu aprofundamento (Parte IV). Conclusões – Os dados demonstram que (a) os campos específicos da interdisciplinaridade e o da transdisciplinaridade, sua distinção e relação, eram confusos até o início da década de 1990, mas que, desde então, há uma clareza cada vez maior a respeito do objeto, do método e da finalidade dessas duas novas formas de produção do conhecimento nas áreas da Educação, das Ciências da Saúde e do Meio Ambiente. Além disso, foi possível verificar que: (b) a interdisciplinaridade é uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas, tanto as epistemologicamente próximas quanto as distantes; e (c) que, nas áreas da Educação e do Meio Ambiente, ela indica um início de ruptura paradigmática nos modos de produção do conhecimento acadêmico, pois permite uma articulação parcial não somente entre o sujeito e o objeto na ciência, mas também uma articulação parcial entre os quatro modelos ou formas de conhecimento que estruturaram o pensamento do Ocidente europeu. Os dados indicaram que, (d) no que diz respeito à área das Ciências da Saúde, a interdisciplinaridade já se apresenta como uma ruptura paradigmática forte, pois permite uma articulação forte entre subjetividade e objetividade na ciência e nas práticas de Saúde. E, por fim, foi possível verificar que: (e) atualmente há duas perspectivas de transdisciplinaridade; (f) que ambas são uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas e os conhecimentos não-acadêmicos para responder a certos tipos de problemas complexos que não podem ser tratados apenas pelas disciplinas acadêmicas nem pela interdisciplinaridade; (g) que a primeira dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos produzidos pela experiência na sociedade em geral, indica o início de uma ruptura paradigmática, pois permite, na produção do conhecimento, uma articulação parcial entre subjetividade e objetividade e entre os quatro grandes modelos citados; e (h) que a segunda dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos ainda mais amplos, como aqueles das culturas ancestrais e das tradições de sabedoria, indica uma ruptura paradigmática forte, pois permite, na produção do conhecimento, não somente uma articulação forte entre subjetividade e objetividade, como, também, entre os quatro grandes modelos citados e outras formas de conhecimento.ABSTRACT Introduction − The separation of various forms of knowledge – e.g., myth, philosophy, theology, modern science, art, wisdom traditions, experience – and, more recently, of various areas and academic disciplines, without their subsequent reconnection, has been a central cause of a broad range of social, environmental and human predicaments, and has hindered the resolution of many complex problems increasingly found in the boundaries between academic disciplines, in the boundaries between these and non-academic knowledge, and in society in general. Objective −To ascertain the characteristics and relationships between two new forms or modes of knowledge – interdisciplinarity and transdisciplinarity – and their possible responses to the types of problems that cannot be adequately dealt with by monodisciplinary approaches and sometimes cannot be satisfactorily resolved by means of academic knowledge alone. Methods − A historical exploration of the four major models or forms of knowledge that structured Western European thought over the past 2,500 years – mythological, philosophical, theological and scientific – to discern in each of them the movements of separation/exclusion from, or separation/reconnection to earlier model(s) (PART I). Quantitative research (meta-analysis) in three academic electronic databases – one each in the areas of Education, Health Sciences and Environment – in order to regressively ascertain, decade by decade, the use of the terms interdisciplinarity, interdisciplinary, transdisciplinarity, and interdisciplinary in scientific articles in the three areas (PART IIa). Quantitative research (meta-analysis) in a generic electronic database in order to regressively ascertain, decade by decade, the use of the same four terms in books published in English, Portuguese, French and Spanish (PART IIb). Qualitative research in thirty-nine scientific papers selected from three academic databases, with the application of the method of content analysis to obtain information for two analytical units: the definitions of interdisciplinarity and/or transdisciplinarity on which the authors based their articles; and the type of relationships they established between the disciplines and the human person (PART III). A theoretical exploration of authoritative authors in the fields of interdisciplinarity and transdisciplinarity, and of some international conferences on these subjects that greatly contributed to their understanding (PART IV). Conclusions − The data shows that the specific fields of interdisciplinarity and transdisciplinarity, their distinctions and relationships were confusing until the early 1990s, but that since then there has been increasing clarity concerning the object, method and purpose of these two new forms of producing knowledge in the areas of Education, Health Sciences and the Environment. Furthermore, it was possible to establish that interdisciplinarity has become an means to reconnect academic disciplines, whether epistemologically close or distant, and that in the areas of Education and the Environment interdisciplinarity indicates the onset of a paradigmatic rupture in the modes of production of academic knowledge, because it allows a partial reconnection not only between subject and object in science, but also between the four models or forms of knowledge that structured the Western European thought. In the area of Health Sciences, the data likewise shows that interdisciplinarity already constitutes a solid paradigmatic disruption, allowing a strong reconnection between subjectivity and objectivity in science and in health care. Finally, it was possible to ascertain the following: (a) that there are currently two approaches to transdisciplinarity; (b) that both are a means to reconnect academic disciplines and non-academic knowledge, and thus resolve certain types of complex problems that cannot be dealt with only by academic disciplines or by interdisciplinarity; (c) that the first of these perspectives (which is a response to the reconnection between academic knowledge and the non-academic knowledge produced by the experience of society in general) points to the beginning of a paradigmatic rupture because it allows, in the production of knowledge, a partial reconnection between subjectivity and objectivity, and between the four major aforementioned models; and (d) that the second of these perspectives (which is a response to the reconnection between academic knowledge and even broader non-academic knowledge, such as that of ancient cultures and wisdom traditions) indicates a strong paradigmatic rupture because it allows, in the production of knowledge, a strong reconnection not only between subjectivity and objectivity, but also between the four major aforementioned models and other forms of knowledge.Submitted by Americo Sommerman (americosommerman@uol.com.br) on 2017-05-11T16:14:30Z No. of bitstreams: 2 UFBA - DOUTORADO AMÉRICO SOMMERMAN - Vol. I.pdf: 5865947 bytes, checksum: b9539293945b4a5413c14ba08c2546ae (MD5) UFBA - DOUTORADO AMÉRICO SOMMERMAN - Vol. II - Apêndices e Anexos.pdf: 3231905 bytes, checksum: d945f771e2e4682296bba9eae8cab8a5 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora da Silva Lopes (silopes@ufba.br) on 2017-05-12T18:46:11Z (GMT) No. of bitstreams: 2 UFBA - DOUTORADO AMÉRICO SOMMERMAN - Vol. I.pdf: 5865947 bytes, checksum: b9539293945b4a5413c14ba08c2546ae (MD5) UFBA - DOUTORADO AMÉRICO SOMMERMAN - Vol. II - Apêndices e Anexos.pdf: 3231905 bytes, checksum: d945f771e2e4682296bba9eae8cab8a5 (MD5)Made available in DSpace on 2017-05-12T18:46:12Z (GMT). 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Conclusões – Os dados demonstram que (a) os campos específicos da interdisciplinaridade e o da transdisciplinaridade, sua distinção e relação, eram confusos até o início da década de 1990, mas que, desde então, há uma clareza cada vez maior a respeito do objeto, do método e da finalidade dessas duas novas formas de produção do conhecimento nas áreas da Educação, das Ciências da Saúde e do Meio Ambiente. Além disso, foi possível verificar que: (b) a interdisciplinaridade é uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas, tanto as epistemologicamente próximas quanto as distantes; e (c) que, nas áreas da Educação e do Meio Ambiente, ela indica um início de ruptura paradigmática nos modos de produção do conhecimento acadêmico, pois permite uma articulação parcial não somente entre o sujeito e o objeto na ciência, mas também uma articulação parcial entre os quatro modelos ou formas de conhecimento que estruturaram o pensamento do Ocidente europeu. Os dados indicaram que, (d) no que diz respeito à área das Ciências da Saúde, a interdisciplinaridade já se apresenta como uma ruptura paradigmática forte, pois permite uma articulação forte entre subjetividade e objetividade na ciência e nas práticas de Saúde. E, por fim, foi possível verificar que: (e) atualmente há duas perspectivas de transdisciplinaridade; (f) que ambas são uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas e os conhecimentos não-acadêmicos para responder a certos tipos de problemas complexos que não podem ser tratados apenas pelas disciplinas acadêmicas nem pela interdisciplinaridade; (g) que a primeira dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos produzidos pela experiência na sociedade em geral, indica o início de uma ruptura paradigmática, pois permite, na produção do conhecimento, uma articulação parcial entre subjetividade e objetividade e entre os quatro grandes modelos citados; e (h) que a segunda dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos ainda mais amplos, como aqueles das culturas ancestrais e das tradições de sabedoria, indica uma ruptura paradigmática forte, pois permite, na produção do conhecimento, não somente uma articulação forte entre subjetividade e objetividade, como, também, entre os quatro grandes modelos citados e outras formas de conhecimento. |
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