A música como arte de viver em Salvador
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33061 |
Resumo: | O presente trabalho visa contribuir às discussões sobre a performance musical como ocupação. Inserido na cidade de Salvador, o campo de pesquisa delineia-se em torno da compreensão dos conflitos inerentes à aproximação entre valores dominantes nas esferas musical e econômica, tomadas em suas dimensões simbólicas e objetivas. Os processos a ampará-lo, majoritariamente qualitativos, agregam procedimentos (observação participante; entrevistas; pesquisa historiográfica; técnicas de análise quantitativa) e fontes diversas (diário de campo; transcrições de entrevistas, diálogos e correspondências virtuais – e-mails e mensagens de aplicativos; microdados de pesquisas domiciliares do IBGE – Censos e Pnads), resultando em sete eixos de análise para reflexões acerca das especificidades do habitus ocupacional dos interlocutores da pesquisa. Os eixos são: (1) a dissociação estrutural e historicamente estabelecida entre fazeres laborais e musicais; (2) a vinculação dos últimos a uma compreensão essencialista do talento; (3) o baixo reconhecimento, no campo musical, do capital cultural em sua forma institucionalizada; (4) a compreensão da música como uma ocupação “de amor”; (5) a informalidade a caracterizar os fazeres laborais dos musicistas; (6) a acentuada flexibilidade que também os particularizam; e (7) as desigualdades legitimadas e espetaculares verificadas em um mercado de trabalho no qual “o vencedor leva tudo”. Conclui-se que elementos simbólicos e objetivos a particularizarem as experiências laborais de musicistas operam, dialeticamente, para a sustentação de uma ocupação com traços exacerbados de informalidade, flexibilidade e desigualdade. Deste modo, a transformação da condição verificada pressupõe o engajamento de diversos atores – com especial atenção aos musicistas – em ações a transcenderem as esferas institucionais, devendo também direcionarem-se aos símbolos histórica e socialmente atribuídos aos fazeres musicais, no intuito de 14avorece-los em sua assimilação como práticas laborais. |
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Os eixos são: (1) a dissociação estrutural e historicamente estabelecida entre fazeres laborais e musicais; (2) a vinculação dos últimos a uma compreensão essencialista do talento; (3) o baixo reconhecimento, no campo musical, do capital cultural em sua forma institucionalizada; (4) a compreensão da música como uma ocupação “de amor”; (5) a informalidade a caracterizar os fazeres laborais dos musicistas; (6) a acentuada flexibilidade que também os particularizam; e (7) as desigualdades legitimadas e espetaculares verificadas em um mercado de trabalho no qual “o vencedor leva tudo”. Conclui-se que elementos simbólicos e objetivos a particularizarem as experiências laborais de musicistas operam, dialeticamente, para a sustentação de uma ocupação com traços exacerbados de informalidade, flexibilidade e desigualdade. Deste modo, a transformação da condição verificada pressupõe o engajamento de diversos atores – com especial atenção aos musicistas – em ações a transcenderem as esferas institucionais, devendo também direcionarem-se aos símbolos histórica e socialmente atribuídos aos fazeres musicais, no intuito de 14avorece-los em sua assimilação como práticas laborais.Submitted by Rodrigo Heringer (rodrovas@gmail.com) on 2021-03-16T23:12:17Z No. of bitstreams: 1 Tese_Sigaa_Final.pdf: 21021028 bytes, checksum: 0c34ec557c00f63277323d77d5e19b11 (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca de Musica (bibmus@ufba.br) on 2021-03-18T12:27:33Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese_Sigaa_Final.pdf: 21021028 bytes, checksum: 0c34ec557c00f63277323d77d5e19b11 (MD5)Made available in DSpace on 2021-03-18T12:27:33Z (GMT). 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