MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28844 |
Resumo: | Alicerçada na concepção fragmentária do indivíduo, proposta pelos Estudos Culturais, essa tese aponta que, para além de estereótipos estanques, as prostitutas possuem múltiplas e complexas negociações identitárias, dentro e fora de seu ofício, as quais rasuram estereótipos da doxa sócio-cultural. Para tanto, são analisadas seis autobiografias de mulheres brasileiras – em que o mote da escrita é o fato de serem prostitutas, mas que, ao mesmo tempo, ultrapassam os limites dos quartos em seus escritos – dentre as quais duas são de Gabriela Leite (Eu, mulher da vida e Filha, mãe, avó e puta), uma de Vanessa de Oliveira (O diário de Marise), Paula Lee (Alugo meu corpo), Dommenique Luxor (Eu, Dommenique) e Lola Benvenutti (O prazer é todo nosso). Assim, o estudo se bifurca em dois blocos teóricos, que se entrecruzam na análise. Em um bloco, reflete-se acerca da produção autobiográfica, demarcando suas especificidades, no que tange à ponderação das vivências para além da enumeração de ocorridos, assim a escrita é um espaço de avaliação; ao lugar do autor em uma época de midiatização do eu; à relação cambiável entre os tempos e a memória; além do papel do mercado editorial na proliferação de autobiografias de sujeitos da margem, iniciados ainda no final do século passado; e, por fim, a invenção de si através da elaboração de um eu múltiplo: autor, personagem, narrador, transfigurados na linguagem. No outro bloco teórico, discutem-se três importantes polarizações que contribuem para uma figuração negativa da meretriz: primeiro, a hierarquia entre os gêneros, estabelecida e mantida pelo biopoder; segundo, a dicotomia construída entre as prostitutas e as outras mulheres, como se a primeira perdesse seu lugar na categoria mulher; e terceiro, a visão ora vitimizada, ora romantizada da prostituição. Estas três concepções de enrijecimentos dos gêneros obliteram as nuances da subjetividade do indivíduo, de maneira a segregar todos aqueles que forem contra as normas estabelecidas pela naturalização dos papéis de cada um. A partir da ótica desconstrutivista, observa-se como o discurso das próprias prostitutas rompem com os estereótipos de sua imagem, revelando seus múltiplos lugares sociais, apontando a complexidade de sua figura, mas, acima de tudo, ressaltando como elas se implicam em suas histórias. Ao escrever sobre si, empoderam-se, recusando-se a ser apenas contada (e julgada) pelos discursos médios, jurídicos, ou ainda pelas artes, os quais, muitas vezes, reiteram visões preconcebidas e limitadas destas mulheres. Assim, ampliando o olhar para as produções advindas daquelas que, após a moral cristã, escondiam-se nas sombras, a fonte memorialística se torna profícua, justamente por trazer a representação que cada uma tem de si, não necessariamente aquilo que se é ou foi, mas como elas se veem enquanto prostituta, enquanto mulher, enquanto indivíduo. |
id |
UFBA-2_1cfa4428b757fe84db95831056a7febe |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufba.br:ri/28844 |
network_acronym_str |
UFBA-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFBA |
repository_id_str |
1932 |
spelling |
Peixinho, Manuela CunhaVieira, Nancy Rita FerreiraHoisel, Evelina de Carvalho SáGarcia, Paulo César SouzaMoreira, Jailmo dos Santos PedreiraSouza, Carla Dameane Pereira de2019-03-14T17:55:25Z2019-03-14T17:55:25Z2019-03-142016http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28844Alicerçada na concepção fragmentária do indivíduo, proposta pelos Estudos Culturais, essa tese aponta que, para além de estereótipos estanques, as prostitutas possuem múltiplas e complexas negociações identitárias, dentro e fora de seu ofício, as quais rasuram estereótipos da doxa sócio-cultural. Para tanto, são analisadas seis autobiografias de mulheres brasileiras – em que o mote da escrita é o fato de serem prostitutas, mas que, ao mesmo tempo, ultrapassam os limites dos quartos em seus escritos – dentre as quais duas são de Gabriela Leite (Eu, mulher da vida e Filha, mãe, avó e puta), uma de Vanessa de Oliveira (O diário de Marise), Paula Lee (Alugo meu corpo), Dommenique Luxor (Eu, Dommenique) e Lola Benvenutti (O prazer é todo nosso). Assim, o estudo se bifurca em dois blocos teóricos, que se entrecruzam na análise. Em um bloco, reflete-se acerca da produção autobiográfica, demarcando suas especificidades, no que tange à ponderação das vivências para além da enumeração de ocorridos, assim a escrita é um espaço de avaliação; ao lugar do autor em uma época de midiatização do eu; à relação cambiável entre os tempos e a memória; além do papel do mercado editorial na proliferação de autobiografias de sujeitos da margem, iniciados ainda no final do século passado; e, por fim, a invenção de si através da elaboração de um eu múltiplo: autor, personagem, narrador, transfigurados na linguagem. No outro bloco teórico, discutem-se três importantes polarizações que contribuem para uma figuração negativa da meretriz: primeiro, a hierarquia entre os gêneros, estabelecida e mantida pelo biopoder; segundo, a dicotomia construída entre as prostitutas e as outras mulheres, como se a primeira perdesse seu lugar na categoria mulher; e terceiro, a visão ora vitimizada, ora romantizada da prostituição. Estas três concepções de enrijecimentos dos gêneros obliteram as nuances da subjetividade do indivíduo, de maneira a segregar todos aqueles que forem contra as normas estabelecidas pela naturalização dos papéis de cada um. A partir da ótica desconstrutivista, observa-se como o discurso das próprias prostitutas rompem com os estereótipos de sua imagem, revelando seus múltiplos lugares sociais, apontando a complexidade de sua figura, mas, acima de tudo, ressaltando como elas se implicam em suas histórias. Ao escrever sobre si, empoderam-se, recusando-se a ser apenas contada (e julgada) pelos discursos médios, jurídicos, ou ainda pelas artes, os quais, muitas vezes, reiteram visões preconcebidas e limitadas destas mulheres. Assim, ampliando o olhar para as produções advindas daquelas que, após a moral cristã, escondiam-se nas sombras, a fonte memorialística se torna profícua, justamente por trazer a representação que cada uma tem de si, não necessariamente aquilo que se é ou foi, mas como elas se veem enquanto prostituta, enquanto mulher, enquanto indivíduo.Founded on the fragmentary conception of the individual proposed by Cultural Studies, this thesis points out that, in addition to strong stereotypes, prostitutes have multiple and complex identity negotiation, in and out of their own environment, which reassures stereotypes of socio-cultural doxa. In regards to this study, six autobiographies of Brazilian women are analyzed – with the writing theme proving that they were prostitutes, yet at the same time pushing the boundaries of the realms in their writings – amongst these, two writings are by Gabriela Leite (Eu, mulher da vida e Filha, mãe, avó e puta), one is by Vanessa de Oliveira (O diário de Marise), one by Paula Lee (Alugo meu corpo), one by Dommenique Luxor (Eu, Dommenique) and lastly, one by Lola Benvenutti (O prazer é todo nosso). Thus, the study bifurcates into two theoretical sections, which intersect in the analysis. One section is reflected on the autobiographical production marking their specificities in regards to the consideration of experiences beyond the enumeration occurred, therefor, showing the writing to be evaluative. In the place of the author in a time of media coverage; the exchangeable relationship between time and memory; Apart from the role of publishing in the proliferation of subjects, autobiographies started at the end of the last century; and finally, the invention of itself through the development of a multiple self: author, character, narrator, transfigured in language. The other theoretical section discusses three important biases that contribute to a negative figuration of the prostitute: firstly, the hierarchy between genders, established and maintained by social control; secondly, the dichotomy built between prostitutes and other women, as if the prostitute were to lose their place in the female category; and thirdly, the perception of being victims, or now sometimes romanticizing prostitution. These three rigidities conceptions of gender obliterate the individual's subjectivity of nuances in order to segregate all those who are against the standards established by what is shown in each of their original papers. In relation to the deconstructive perspective, we observe how the discourse of prostitutes themselves break the stereotypes of their image, revealing their numerous social places, pointing to the complexity of their physical figure, but above all, highlighting how they are involved in their own stories. When writing about one, empower yourself, refusing to be told (and judged) by the average scrutiny, being it of legal inquiry, or of the arts, which often reiterate preconceived views that limit these women. Though with the Christian moral, those who lurked in the shadows created a larger outlook, making their memoirs supply profitable, just to bring the representation of that which each one has of themselves, not necessarily what one is or was but how they see themselves; as a prostitute as a woman, as an individual.Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2019-03-13T16:34:57Z No. of bitstreams: 1 Tese Mulheres na teia autobiográfica – Manuela Cunha Peixinho.pdf: 4828392 bytes, checksum: 278c895f05eaf948f90d02f4e2bc8687 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2019-03-14T17:55:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese Mulheres na teia autobiográfica – Manuela Cunha Peixinho.pdf: 4828392 bytes, checksum: 278c895f05eaf948f90d02f4e2bc8687 (MD5)Made available in DSpace on 2019-03-14T17:55:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese Mulheres na teia autobiográfica – Manuela Cunha Peixinho.pdf: 4828392 bytes, checksum: 278c895f05eaf948f90d02f4e2bc8687 (MD5)LetrasMemóriaAutobiografiasIdentidadeGêneroRepresentação da prostitutaMULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTASinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em Literatura e CulturaUFBABrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALTese Mulheres na teia autobiográfica – Manuela Cunha Peixinho.pdfTese Mulheres na teia autobiográfica – Manuela Cunha Peixinho.pdfapplication/pdf4828392https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28844/1/Tese%20Mulheres%20na%20teia%20autobiogr%c3%a1fica%20%e2%80%93%20Manuela%20Cunha%20Peixinho.pdf278c895f05eaf948f90d02f4e2bc8687MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1383https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28844/2/license.txt690bb9e0ab0d79c4ae420a800ae539f0MD52TEXTTese Mulheres na teia autobiográfica – Manuela Cunha Peixinho.pdf.txtTese Mulheres na teia autobiográfica – Manuela Cunha Peixinho.pdf.txtExtracted texttext/plain516189https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28844/3/Tese%20Mulheres%20na%20teia%20autobiogr%c3%a1fica%20%e2%80%93%20Manuela%20Cunha%20Peixinho.pdf.txt10e3fe08fea3d93026e8479fd8637f5cMD53ri/288442022-03-10 14:33:59.132oai:repositorio.ufba.br:ri/28844VGVybW8gZGUgTGljZW4/P2EsIG4/P28gZXhjbHVzaXZvLCBwYXJhIG8gZGVwPz9zaXRvIG5vIFJlcG9zaXQ/P3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGQkEuCgogUGVsbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNzPz9vIGRlIGRvY3VtZW50b3MsIG8gYXV0b3Igb3Ugc2V1IHJlcHJlc2VudGFudGUgbGVnYWwsIGFvIGFjZWl0YXIgCmVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW4/P2EsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdD8/cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgQmFoaWEgCm8gZGlyZWl0byBkZSBtYW50ZXIgdW1hIGM/P3BpYSBlbSBzZXUgcmVwb3NpdD8/cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2YT8/Pz9vLiAKRXNzZXMgdGVybW9zLCBuPz9vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnQ/P20gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IvY29weXJpZ2h0LCBtYXMgZW50ZW5kZSBvIGRvY3VtZW50byAKY29tbyBwYXJ0ZSBkbyBhY2Vydm8gaW50ZWxlY3R1YWwgZGVzc2EgVW5pdmVyc2lkYWRlLgoKIFBhcmEgb3MgZG9jdW1lbnRvcyBwdWJsaWNhZG9zIGNvbSByZXBhc3NlIGRlIGRpcmVpdG9zIGRlIGRpc3RyaWJ1aT8/Pz9vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2VuPz9hIAplbnRlbmRlIHF1ZToKCiBNYW50ZW5kbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcmVwYXNzYWRvcyBhIHRlcmNlaXJvcywgZW0gY2FzbyBkZSBwdWJsaWNhPz8/P2VzLCBvIHJlcG9zaXQ/P3Jpbwpwb2RlIHJlc3RyaW5naXIgbyBhY2Vzc28gYW8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwsIG1hcyBsaWJlcmEgYXMgaW5mb3JtYT8/Pz9lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHU/Pz8/byBjaWVudD8/ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3RyaT8/Pz9lcyBpbXBvc3RhcyBwZWxvcyBlZGl0b3JlcyBkZSBwZXJpPz9kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2E/Pz8/ZXMgc2VtIGluaWNpYXRpdmFzIHF1ZSBzZWd1ZW0gYSBwb2w/P3RpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVwPz9zaXRvcyAKY29tcHVscz8/cmlvcyBuZXNzZSByZXBvc2l0Pz9yaW8gbWFudD8/bSBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgbWFzIG1hbnQ/P20gYWNlc3NvIGlycmVzdHJpdG8gCmFvIG1ldGFkYWRvcyBlIHRleHRvIGNvbXBsZXRvLiBBc3NpbSwgYSBhY2VpdGE/Pz8/byBkZXNzZSB0ZXJtbyBuPz9vIG5lY2Vzc2l0YSBkZSBjb25zZW50aW1lbnRvCiBwb3IgcGFydGUgZGUgYXV0b3Jlcy9kZXRlbnRvcmVzIGRvcyBkaXJlaXRvcywgcG9yIGVzdGFyZW0gZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgZGUgYWNlc3NvIGFiZXJ0by4KRepositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-03-10T17:33:59Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS |
title |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS |
spellingShingle |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS Peixinho, Manuela Cunha Letras Memória Autobiografias Identidade Gênero Representação da prostituta |
title_short |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS |
title_full |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS |
title_fullStr |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS |
title_full_unstemmed |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS |
title_sort |
MULHERES NA TEIA AUTOBIOGRÁFICA – ENTRELAÇANDO MEMÓRIAS, TRAMANDO IDENTIDADES: NARRATIVAS DE PROSTITUTAS |
author |
Peixinho, Manuela Cunha |
author_facet |
Peixinho, Manuela Cunha |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Peixinho, Manuela Cunha |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Vieira, Nancy Rita Ferreira |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Hoisel, Evelina de Carvalho Sá Garcia, Paulo César Souza Moreira, Jailmo dos Santos Pedreira Souza, Carla Dameane Pereira de |
contributor_str_mv |
Vieira, Nancy Rita Ferreira Hoisel, Evelina de Carvalho Sá Garcia, Paulo César Souza Moreira, Jailmo dos Santos Pedreira Souza, Carla Dameane Pereira de |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
Letras |
topic |
Letras Memória Autobiografias Identidade Gênero Representação da prostituta |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Memória Autobiografias Identidade Gênero Representação da prostituta |
description |
Alicerçada na concepção fragmentária do indivíduo, proposta pelos Estudos Culturais, essa tese aponta que, para além de estereótipos estanques, as prostitutas possuem múltiplas e complexas negociações identitárias, dentro e fora de seu ofício, as quais rasuram estereótipos da doxa sócio-cultural. Para tanto, são analisadas seis autobiografias de mulheres brasileiras – em que o mote da escrita é o fato de serem prostitutas, mas que, ao mesmo tempo, ultrapassam os limites dos quartos em seus escritos – dentre as quais duas são de Gabriela Leite (Eu, mulher da vida e Filha, mãe, avó e puta), uma de Vanessa de Oliveira (O diário de Marise), Paula Lee (Alugo meu corpo), Dommenique Luxor (Eu, Dommenique) e Lola Benvenutti (O prazer é todo nosso). Assim, o estudo se bifurca em dois blocos teóricos, que se entrecruzam na análise. Em um bloco, reflete-se acerca da produção autobiográfica, demarcando suas especificidades, no que tange à ponderação das vivências para além da enumeração de ocorridos, assim a escrita é um espaço de avaliação; ao lugar do autor em uma época de midiatização do eu; à relação cambiável entre os tempos e a memória; além do papel do mercado editorial na proliferação de autobiografias de sujeitos da margem, iniciados ainda no final do século passado; e, por fim, a invenção de si através da elaboração de um eu múltiplo: autor, personagem, narrador, transfigurados na linguagem. No outro bloco teórico, discutem-se três importantes polarizações que contribuem para uma figuração negativa da meretriz: primeiro, a hierarquia entre os gêneros, estabelecida e mantida pelo biopoder; segundo, a dicotomia construída entre as prostitutas e as outras mulheres, como se a primeira perdesse seu lugar na categoria mulher; e terceiro, a visão ora vitimizada, ora romantizada da prostituição. Estas três concepções de enrijecimentos dos gêneros obliteram as nuances da subjetividade do indivíduo, de maneira a segregar todos aqueles que forem contra as normas estabelecidas pela naturalização dos papéis de cada um. A partir da ótica desconstrutivista, observa-se como o discurso das próprias prostitutas rompem com os estereótipos de sua imagem, revelando seus múltiplos lugares sociais, apontando a complexidade de sua figura, mas, acima de tudo, ressaltando como elas se implicam em suas histórias. Ao escrever sobre si, empoderam-se, recusando-se a ser apenas contada (e julgada) pelos discursos médios, jurídicos, ou ainda pelas artes, os quais, muitas vezes, reiteram visões preconcebidas e limitadas destas mulheres. Assim, ampliando o olhar para as produções advindas daquelas que, após a moral cristã, escondiam-se nas sombras, a fonte memorialística se torna profícua, justamente por trazer a representação que cada uma tem de si, não necessariamente aquilo que se é ou foi, mas como elas se veem enquanto prostituta, enquanto mulher, enquanto indivíduo. |
publishDate |
2016 |
dc.date.submitted.none.fl_str_mv |
2016 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-03-14T17:55:25Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-03-14T17:55:25Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-03-14 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28844 |
url |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28844 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto de Letras |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFBA |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto de Letras |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFBA instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA) instacron:UFBA |
instname_str |
Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
instacron_str |
UFBA |
institution |
UFBA |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFBA |
collection |
Repositório Institucional da UFBA |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28844/1/Tese%20Mulheres%20na%20teia%20autobiogr%c3%a1fica%20%e2%80%93%20Manuela%20Cunha%20Peixinho.pdf https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28844/2/license.txt https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28844/3/Tese%20Mulheres%20na%20teia%20autobiogr%c3%a1fica%20%e2%80%93%20Manuela%20Cunha%20Peixinho.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
278c895f05eaf948f90d02f4e2bc8687 690bb9e0ab0d79c4ae420a800ae539f0 10e3fe08fea3d93026e8479fd8637f5c |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808459586043117568 |