A RELAÇÃO CORTESANIA-RUSTICIDADE NA CENA IBÉRICA: JUAN DEL ENCINA, LUCAS FERNÁNDEZ E GIL VICENTE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Jamyle Rocha Ferreira Souza
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26592
Resumo: O presente trabalho procura analisar cortesania e rusticidade como duas convenções literárias distintas nas obras de Juan del Encina (1468-1529), Lucas Fernández (1474-1541) e Gil Vicente (1465?-1536?). As três dramaturgias em questão revelaram uma predileção pelo topos do rústico na corte. A opção estética dos nossos dramaturgos se renova justamente quando faz representar no espaço cortesão rústicos que se aproximam da realidade do universo campesino, distantes da tradição bucólica que privilegiava uma visão idealizada, revelada principalmente na figura do pastor. Essa opção estética pode ser compreendida, segundo o crítico espanhol José María Díez Borque (1987), como um “salto mortal”, uma vez que confronta a privilegiada estimativa literária da poesia cortesanesca e cumpre um fim imediato de divertir a nobreza ociosa. Desse modo, os três autores, cada um a seu modo, rompem os limites sociais da cortesia e multiplicam as possibilidades literárias no espaço dramático. Nesse sentido, fazer dialogar as três dramaturgias possibilita uma visão mais abrangente de como se deu na cena ibérica o processo de reconhecimento do “estilo rústico” enquanto estética valorizada, confrontando a poética culta cortesã.
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Essa opção estética pode ser compreendida, segundo o crítico espanhol José María Díez Borque (1987), como um “salto mortal”, uma vez que confronta a privilegiada estimativa literária da poesia cortesanesca e cumpre um fim imediato de divertir a nobreza ociosa. Desse modo, os três autores, cada um a seu modo, rompem os limites sociais da cortesia e multiplicam as possibilidades literárias no espaço dramático. Nesse sentido, fazer dialogar as três dramaturgias possibilita uma visão mais abrangente de como se deu na cena ibérica o processo de reconhecimento do “estilo rústico” enquanto estética valorizada, confrontando a poética culta cortesã.El presente trabajo busca analizar “cortesanía”e “rusticidad” en cuanto dos convenciones literarias distintas en las obras de Juan del Encina (1468-1529), Lucas Fernández (1474-1541) y Gil Vicente (1465?-1536?). Las tres dramaturgias en cuestión tuvieron una predilección por el topos del rústico en la corte. La opción estética de los nuestros dramaturgos se renueva justamente cuando en el espacio cortesano hace representar rústicos que se acercan de la realidad del universo rústico, distantes de la tradición bucólica que privilegiaba una visión idealizada, demostrada principalmente en la figura del pastor. Esta opción estética puede ser comprendida, según el crítico español José María Díez Borque (1987), como un “salto mortal”, una vez que confronta con la privilegiada estimativa literaria de la poesía cortesanesca y cumple un fin inmediato de divertir la nobleza ociosa. De este modo, los tres autores, cada uno a su modo, rompen los límites sociales de la cortesía e escenifican en el mismo espacio dramático estilos distintos, multiplicando, así, las posibilidades literarias. En ese sentido, hacer dialogar las tres dramaturgias posibilita una visión más amplia de como se dio en la escena ibérica el proceso de reconocimiento del “estilo rústico” en cuanto estética valorizada que va de encuentro a la poética culta cortesana.Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-07-13T21:32:32Z No. of bitstreams: 1 TESE JAMYLE ROCHA FERREIRA SOUZA.pdf: 1562300 bytes, checksum: 719d3bfcbace78df6d3323cd229dbd7a (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2018-07-16T20:19:12Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE JAMYLE ROCHA FERREIRA SOUZA.pdf: 1562300 bytes, checksum: 719d3bfcbace78df6d3323cd229dbd7a (MD5)Made available in DSpace on 2018-07-16T20:19:12Z (GMT). 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