Representações de gênero e sexualidade em Rafiki: dissidências sexuais e experiências queer nos cinemas africanos

• Autor(a) principal: Costa, Thaís Vieira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36493
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO; Cinemas Africanos; Gênero; Sexualidade; Mulheres Queer; Dissidência Sexual

Neste Trabalho de Conclusão de Curso será abordado o estudo sobre as representações em relação ao gênero e sexualidade nos cinemas africanos a partir da análise fílmica de Rafiki (2018). A pergunta que orienta a pesquisa é como são construídas as representações de mulheres dissidentes sexuais nos cinemas africanos contemporâneos. O objetivo do presente trabalho é compreender como as mulheres dissidentes sexuais nos países africanos são representadas, quais enredos narrativos são construídos pelas e para as personagens de Rafiki (2018), em quais posições elas se encontram e como se relacionam ao decorrer da obra cinematográfica. Ademais, observa-se a importância de compreender a situação dos grupos identitários atrelados a esses marcadores sociais no Quênia — país onde Rafiki (2018) foi realizado —, considerando haver a criminalização estatal das relações entre pessoas do mesmo sexo. Os procedimentos metodológicos são a partir da análise fílmica conceituada por Vanoye e Goliot- Leté, incluindo o conceito de representações de Stuart Hall, entendidas como fenômenos que são construídos social e culturalmente. Com base também em revisões bibliográficas, no intuito de investigar as compreensões de cinemas africanos, seu histórico até os dias atuais e suas relações com as temáticas de gênero e sexualidade, a contextualização dos pensamentos sobre tais temáticas no cenário africano será discutida ao longo da pesquisa, procurando ligações com o filme apresentado. Os principais resultados obtidos são de que a obra retrata amplamente as dissidências sexuais de mulheres, demonstrando seus desejos e utopias, suas relações com o território ao redor, proporcionando assim a criação de imaginários por meio das experiências queer nos cinemas africanos contemporâneos. Mediante essas perspectivas, percebe-se que o filme analisado possui uma narrativa com teor romântico, na qual há a presença dos discursos institucionais, assim como possíveis discursos relacionados a alguma ideia de africanidade, trazendo o queer como algo africano e utilizando paletas de cores relacionadas à bandeira LGBTQIAP+, representando o desejo de alteridade das mulheres africanas e a representatividade feminina. Desta forma, percebe-se como esta pesquisa pode contribuir teoricamente no estudo das representações nos campos dos estudos de cultura e comunicação, cinema e audiovisual, além de ampliar os debates abordados no decorrer do trabalho, possibilitando visões diversas sobre tais questões.