A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Tássia Louise de Moraes
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39024
Resumo: No contexto do mundo globalizado e no capitalismo periférico, em um sistema jurídico que elegeu a pena privativa de liberdade como sanção penal por excelência, emerge a chamada justiça restaurativa. Sem origens esclarecidas e conceito próprio, o modelo restaurativo propõe um chamado “trocar as lentes”, uma nova perspectiva sobre o crime, os sujeitos envolvidos e práticas no processo penal. Neste sentido, cumpre indagar quais a possibilidade de ampliação do poder punitivo estatal através da justiça restaurativa? Diante desse cenário, pretende-se analisar os meios através dos quais o modelo restaurativo corre o risco de recrudescer o poder punitivo estatal, bem como a possibilidade de uso meramente simbólico da justiça restaurativa. Neste sentido, o aumento do poder punitivo pela justiça restaurativa pode ocorrer pelo risco de aumento da extensão da rede penal, pela incapacidade de superação do paradigma penal, além do protagonismo assumido pelos atores judiciários, em detrimento aos interesses dos sujeitos envolvidos no conflito, bem como o risco de reprodução da seletividade penal. Assim, além da análise das experiências anteriores de tentativas frustradas de reforma penal, foi empreendido o estudo das bases normativas que viabilizam a justiça restaurativa no Poder Judiciário no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, buscando-se analisar a experiência restaurativa local, de modo a investigar como o modelo é aplicado, a quais crimes se aplica, bem como quais os critérios aplicados para seleção dos casos a serem encaminhados ao mencionado núcleo, como se dá a participação dos juízes, defensores e promotores nas práticas restaurativas, empregando-se, para tanto, a metodologia de pesquisa qualitativa. Tal abordagem se mostra mais adequada aos fins pretendidos pela presente pesquisa, uma vez que a abordagem qualitativa oferece a possibilidade de análise do fenômeno em uma perspectiva integrada. Face aos riscos de relegitimação do poder punitivo por meio do modelo restaurativo, necessária a adoção de uma teoria crítica da justiça restaurativa, de modo que o paradigma emergente não seja colonizado pela lógica eficientista-punitiva que rege o sistema de justiça penal.
id UFBA-2_2e85c28a2b3fdd04c1e88f288154b7b2
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/39024
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling 2024-02-16T16:49:11Z2024-02-16T16:49:11Z2023-05-19https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39024No contexto do mundo globalizado e no capitalismo periférico, em um sistema jurídico que elegeu a pena privativa de liberdade como sanção penal por excelência, emerge a chamada justiça restaurativa. Sem origens esclarecidas e conceito próprio, o modelo restaurativo propõe um chamado “trocar as lentes”, uma nova perspectiva sobre o crime, os sujeitos envolvidos e práticas no processo penal. Neste sentido, cumpre indagar quais a possibilidade de ampliação do poder punitivo estatal através da justiça restaurativa? Diante desse cenário, pretende-se analisar os meios através dos quais o modelo restaurativo corre o risco de recrudescer o poder punitivo estatal, bem como a possibilidade de uso meramente simbólico da justiça restaurativa. Neste sentido, o aumento do poder punitivo pela justiça restaurativa pode ocorrer pelo risco de aumento da extensão da rede penal, pela incapacidade de superação do paradigma penal, além do protagonismo assumido pelos atores judiciários, em detrimento aos interesses dos sujeitos envolvidos no conflito, bem como o risco de reprodução da seletividade penal. Assim, além da análise das experiências anteriores de tentativas frustradas de reforma penal, foi empreendido o estudo das bases normativas que viabilizam a justiça restaurativa no Poder Judiciário no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, buscando-se analisar a experiência restaurativa local, de modo a investigar como o modelo é aplicado, a quais crimes se aplica, bem como quais os critérios aplicados para seleção dos casos a serem encaminhados ao mencionado núcleo, como se dá a participação dos juízes, defensores e promotores nas práticas restaurativas, empregando-se, para tanto, a metodologia de pesquisa qualitativa. Tal abordagem se mostra mais adequada aos fins pretendidos pela presente pesquisa, uma vez que a abordagem qualitativa oferece a possibilidade de análise do fenômeno em uma perspectiva integrada. Face aos riscos de relegitimação do poder punitivo por meio do modelo restaurativo, necessária a adoção de uma teoria crítica da justiça restaurativa, de modo que o paradigma emergente não seja colonizado pela lógica eficientista-punitiva que rege o sistema de justiça penal.In the context of globalized capitalism and peripheral capitalism, in a legal system that elected the custodial sentence as the criminal sanction par excellence, the so-called restorative justice emerges. Without clarified origins and its own concept, the restorative model proposes a so-called “changing lenses”, a new perspective on crime, the subjects involved and practices in the criminal process. The restorative model, although intended to be a penal alternative, may come to be configured as an alternative penalty. In this sense, it is necessary to ask what is the possibility of expanding the state's punitive power through restorative justice? Given this scenario, we intend to analyze the means through which the restorative model runs the risk of increasing the state's punitive power, as well as the possibility of a merely symbolic use of restorative justice. In this sense, the increase in punitive power by restorative justice may occur due to the risk of increasing the extension of the penal network, the inability to overcome the penal paradigm, in addition to the protagonism assumed by judicial actors, to the detriment of the interests of the subjects involved in the conflict, as well as as the risk of reproduction of penal selectivity. Thus, in addition to the analysis of previous experiences of frustrated attempts at penal reform, a study was undertaken of the normative bases that make restorative justice viable in the Judiciary within the scope of the Court of Justice of the State of Bahia, seeking to analyze the local restorative experience, in order to investigate how the model is applied, which crimes it applies to, as well as the criteria applied for the selection of cases to be referred to the mentioned nucleus, participation of judges, defenders and prosecutors in restorative practices, using the methodology of qualitative research. Such an approach proves to be more suitable for the purposes intended by this research, since the qualitative approach offers the possibility of analyzing the phenomenon in an integrated perspective. Faced with the risks of re-legitimizing punitive power through the restorative model, it is necessary to adopt a critical theory of restorative justice, so that the emerging paradigm is not colonized by the efficient-punitive logic that governs the criminal justice system.En el contexto del mundo globalizado y en el capitalismo periférico, en un ordenamiento jurídico que eligió la privación de libertad como sanción penal por excelencia, surge la llamada justicia restaurativa. Sin orígenes esclarecidos y un concepto propio, el modelo restaurativo propone un llamado a “cambiar el lente”, una nueva mirada sobre el delito, los sujetos involucrados y las prácticas en el proceso penal. El modelo restaurativo, si bien pretende ser una alternativa penal, puede llegar a configurarse como una pena alternativa. En este sentido, cabe preguntarse ¿cuál es la posibilidad de ampliar el poder punitivo del Estado a través de la justicia restaurativa? Ante este escenario, nos proponemos analizar los medios a través de los cuales el modelo restaurativo corre el riesgo de incrementar el poder punitivo del Estado, así como la posibilidad de un uso meramente simbólico de la justicia restaurativa. En ese sentido, el aumento del poder punitivo por parte de la justicia restaurativa puede ocurrir por el riesgo de aumentar la extensión del entramado penal, la incapacidad de superación del paradigma penal, además del protagonismo asumido por los actores judiciales, en detrimento de la intereses de los sujetos involucrados en el conflicto, así como el riesgo de reproducción de la selectividad penal. Así, además del análisis de experiencias anteriores de intentos frustrados de reforma penal, fue emprendido un estudio de las bases normativas que viabilizan la justicia restaurativa en el Poder Judicial en el ámbito del Tribunal de Justicia del Estado de Bahía, buscando analizar la experiencia restaurativa local, con el fin de indagar cómo se aplica el modelo, a qué delitos se aplica, así como los criterios aplicados para la selección de casos a ser remitidos al mencionado núcleo, participación de jueces, defensores y fiscales en las prácticas restaurativas, utilizando la metodología de investigación cualitativa. Tal enfoque es más apropiado para los propósitos que pretende esta investigación, ya que el enfoque cualitativo ofrece la posibilidad de analizar el fenómeno en una perspectiva integrada. Ante los riesgos de relegitimar el poder punitivo a través del modelo restaurativo, es necesario adoptar una teoría crítica de la justicia restaurativa, para que el paradigma emergente no sea colonizado por la lógica eficiente-punitiva que rige el sistema de justicia penal.porUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-graduação em Direito (PPGD) UFBABrasilFaculdade de DireitoRestorative JusticePunitive powerPenal paradigmSocial controlJusticia restaurativaPoder punitivoParadigma penalControl socialCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITOJustiça restaurativaDireito penalControle socialPoder punitivoParadigma penalA expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativaThe Expansion of State Punitive Intervention Through Justice RestorativeDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionSantana, Selma Pereira deSantana, Selma Pereira dePrado, Alessandra Rapacci MascarenhasRocha, Julio Cesar de Sá daPallamolla, Raffaella da PorciunculaSica, Leonardohttp://lattes.cnpq.br/1400560027516890Oliveira, Tássia Louise de Moraesreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALTese final de Tássia Louise de Moraes Oliveira para publicação.pdfTese final de Tássia Louise de Moraes Oliveira para publicação.pdfapplication/pdf1743398https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39024/1/Tese%20final%20de%20T%c3%a1ssia%20Louise%20de%20Moraes%20Oliveira%20para%20publica%c3%a7%c3%a3o.pdf685fe6a7cd4812118dd0f11e9184404bMD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1720https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39024/2/license.txtd9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8MD52open accessri/390242024-02-16 13:49:12.018open accessoai:repositorio.ufba.br:ri/39024TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtbykgbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlL291IGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBlL291IHbDrWRlby4KCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIGUvb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHDp8OjbywgcG9kZW5kbyBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiAKCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTywgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPLCBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIChzKSBzZXUocykgbm9tZSAocykgb3UgbyAocykgbm9tZSAocykgZG8gKHMpIGRldGVudG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322024-02-16T16:49:12Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The Expansion of State Punitive Intervention Through Justice Restorative
title A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
spellingShingle A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
Oliveira, Tássia Louise de Moraes
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
Justiça restaurativa
Direito penal
Controle social
Poder punitivo
Paradigma penal
Restorative Justice
Punitive power
Penal paradigm
Social control
Justicia restaurativa
Poder punitivo
Paradigma penal
Control social
title_short A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
title_full A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
title_fullStr A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
title_full_unstemmed A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
title_sort A expansão da intervenção punitiva estatal através da justiça restaurativa
author Oliveira, Tássia Louise de Moraes
author_facet Oliveira, Tássia Louise de Moraes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Santana, Selma Pereira de
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Santana, Selma Pereira de
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Prado, Alessandra Rapacci Mascarenhas
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Rocha, Julio Cesar de Sá da
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Pallamolla, Raffaella da Porciuncula
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Sica, Leonardo
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1400560027516890
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Tássia Louise de Moraes
contributor_str_mv Santana, Selma Pereira de
Santana, Selma Pereira de
Prado, Alessandra Rapacci Mascarenhas
Rocha, Julio Cesar de Sá da
Pallamolla, Raffaella da Porciuncula
Sica, Leonardo
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
topic CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
Justiça restaurativa
Direito penal
Controle social
Poder punitivo
Paradigma penal
Restorative Justice
Punitive power
Penal paradigm
Social control
Justicia restaurativa
Poder punitivo
Paradigma penal
Control social
dc.subject.por.fl_str_mv Justiça restaurativa
Direito penal
Controle social
Poder punitivo
Paradigma penal
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Restorative Justice
Punitive power
Penal paradigm
Social control
Justicia restaurativa
Poder punitivo
Paradigma penal
Control social
description No contexto do mundo globalizado e no capitalismo periférico, em um sistema jurídico que elegeu a pena privativa de liberdade como sanção penal por excelência, emerge a chamada justiça restaurativa. Sem origens esclarecidas e conceito próprio, o modelo restaurativo propõe um chamado “trocar as lentes”, uma nova perspectiva sobre o crime, os sujeitos envolvidos e práticas no processo penal. Neste sentido, cumpre indagar quais a possibilidade de ampliação do poder punitivo estatal através da justiça restaurativa? Diante desse cenário, pretende-se analisar os meios através dos quais o modelo restaurativo corre o risco de recrudescer o poder punitivo estatal, bem como a possibilidade de uso meramente simbólico da justiça restaurativa. Neste sentido, o aumento do poder punitivo pela justiça restaurativa pode ocorrer pelo risco de aumento da extensão da rede penal, pela incapacidade de superação do paradigma penal, além do protagonismo assumido pelos atores judiciários, em detrimento aos interesses dos sujeitos envolvidos no conflito, bem como o risco de reprodução da seletividade penal. Assim, além da análise das experiências anteriores de tentativas frustradas de reforma penal, foi empreendido o estudo das bases normativas que viabilizam a justiça restaurativa no Poder Judiciário no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, buscando-se analisar a experiência restaurativa local, de modo a investigar como o modelo é aplicado, a quais crimes se aplica, bem como quais os critérios aplicados para seleção dos casos a serem encaminhados ao mencionado núcleo, como se dá a participação dos juízes, defensores e promotores nas práticas restaurativas, empregando-se, para tanto, a metodologia de pesquisa qualitativa. Tal abordagem se mostra mais adequada aos fins pretendidos pela presente pesquisa, uma vez que a abordagem qualitativa oferece a possibilidade de análise do fenômeno em uma perspectiva integrada. Face aos riscos de relegitimação do poder punitivo por meio do modelo restaurativo, necessária a adoção de uma teoria crítica da justiça restaurativa, de modo que o paradigma emergente não seja colonizado pela lógica eficientista-punitiva que rege o sistema de justiça penal.
publishDate 2023
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-05-19
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2024-02-16T16:49:11Z
dc.date.available.fl_str_mv 2024-02-16T16:49:11Z
dc.type.driver.fl_str_mv Doutorado
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39024
url https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39024
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-graduação em Direito (PPGD) 
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Direito
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39024/1/Tese%20final%20de%20T%c3%a1ssia%20Louise%20de%20Moraes%20Oliveira%20para%20publica%c3%a7%c3%a3o.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39024/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 685fe6a7cd4812118dd0f11e9184404b
d9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801502389754134528