Identidades e feminilidade em narrativas autobiográficas de mulheres trans e travestis em Salvador.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Amanda Almeida
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34502
Resumo: A saúde de pessoas transgêneras tem sido foco de diversos embates institucionais, seja pela atuação de movimentos sociais na reivindicação por uma maior oferta de cuidados e atenção direcionada aos determinantes sociais da saúde que afetam diretamente esta população, nas discussões inerentes ao processo transexualizador vinculado ao Sistema Único de Saúde ou nas lutas travadas em torno da despatologização das identidades de gênero que escapam à lógica dicotômica hegemônica. Em meio à violência do cotidiano, também perpetrada pelas instituições, pessoas trans reivindicam autonomia sobre suas próprias identidades, a garantia do acesso a técnicas seguras de modificação corporal e o direito à autoidentificação. Neste processo, tanto redefinem noções de masculinidade e feminilidade, borrando-as ao desfazer suas artificiais fronteiras, quanto podem reforçá-las na medida em que reproduzem discursos hegemônicos. Este trabalho analisa discursos sobre corpo, identidades e feminilidade nas narrativas autobiográficas de mulheres trans e travestis, com foco no processo de construção de identidades transfemininas. Assim, tem como objetivo conhecer e comparar os discursos de mulheres trans e travestis sobre as práticas de produção de suas identidades e modelo de feminilidade – e compreender os sentidos e repercussões destes processos. Para isso, foram analisadas 14 entrevistas semiestruturadas com mulheres trans e travestis, com idades entre 21 a 59 anos e ocupações variadas. A partir da noção de que as identidades trans se situam no amplo escopo de possibilidades de vivência de gênero, construídas a partir de esforços no sentido de produzir atos corporais, portanto performativos, que estejam de acordo com padrões estéticos hegemônicos, norteados majoritariamente para a cis-heterossexualidade. Portanto, as narrativas de construção de identidades transfemininas foram analisadas a partir do conceito butleriano de performance, levando-se em consideração os elementos interseccionados ao gênero. Assim, concluiu-se que a construção de identidades transfemininas segue um modelo aqui denominado como “etapista”, com base em performances de gênero associadas à feminilidade, destacando-se inicialmente a criança afeminada e as categorizações referentes à homossexualidade masculina. A demarcação da passagem para a identidade trans é relatada como associada a modificações corporais de teor mais permanente, no sentido de alcançar o modelo de feminilidade almejado, a partir de noções relativas à ideia de passabilidade e feminilidade hegemônica. Em meio à busca por inteligibilidade, identificou-se que mulheres trans estabelecem relações de hierarquização a partir da associação das travestis à marginalidade e à “fantasia”. Nesse aspecto, a fluidez identitária apresentada por algumas participantes – já presente na lógica “etapista” de construção da transfeminilidade – não foi capaz de dirimir concepções rígidas baseadas em ideias vinculadas a uma feminilidade hegemônica que conduz, por exemplo, à submissão nas relações com parceiros íntimos, tal qual à busca pela passabilidade estética e “comportamental” dentro deste modelo. A partir da noção de que a produção de identidades é relacional, observou-se as contradições inerentes às relações entre pares, com familiares e parceiros íntimos, assim como as violências e resistências frente a variados tipos de exclusão social.
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