Uso variável dos pronomes-objeto na expressão do dativo e do acusativo de segunda pessoa em Santo Antônio de Jesus – BA
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27593 |
Resumo: | A reorganização do quadro pronominal do português brasileiro atinge diretamente a configuração dos pronomes-objeto. Para a representação do acusativo de segunda pessoa, por exemplo, é possível encontrarmos a concorrência entre, pelo menos, cinco formas: o/a, te, lhe, você e objeto nulo; na expressão do dativo, além dos clíticos lhe e te, destacam-se as estratégias com preposição – para/a ti, para/a você – e o objeto nulo. Partindo dessas considerações, este trabalho investiga, com base no aporte teórico-metodológico da sociolinguística laboviana, o uso variável das formas pronominais objetivas em referência ao interlocutor na variedade do português falada em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, com o propósito de identificar e analisar os condicionamentos linguísticos e extralinguísticos que atuam sobre as escolhas dessas formas e como elas se encaixam no sistema de tratamento dessa comunidade. Os dados submetidos à analise estatística pelo programa computacional Goldvarb foram extraídos de amostras de fala de 36 informantes, de ambos os sexos, distribuídos em três faixas etárias (25 a 35, 45 a 55 e 65 a 85 anos) e dois níveis de escolaridade (superior e fundamental). Para melhor explorar o nosso objeto de estudo, propusemos dois esquemas de análise, a saber: a) uso alternante dos clíticos lhe e te; b) alternância entre os clíticos e o pronome tônico você na configuração do objeto direto. Dentre os resultados obtidos, destacamos: a atuação do paralelismo discursivo como fator condicionante nos dois confrontos entre variantes; a conservação de lhe como forma interlocutória entre os falantes da faixa 3; a atribuição de um traço [+formalidade/respeito/cortesia] a esse clítico sobretudo pelos falantes mais jovens (25 a 35 anos); a prevalência de lhe no trato em relacões simétricas ascendentes e no discurso genérico; o favorecimento do preenchimento do objeto com clíticos em estruturas simples do tipo VT + OD, em detrimento do pronome tônico você, que prevalece em estruturas complexas em que o OD é seguido por complemento oblíquo oracional, predicativo ou oblíquo não-oracional e em estruturas com verbos causativos e perceptivos seguidos de sujeito com traço acusativo e oração infinita. Por fim, destacamos que este trabalho ratifica o emprego bastante acentuado de lhe como clítico acusativo de segunda pessoa em variedades do PB faladas no Nordeste. |
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Almeida, Gilce de SouzaMota, Jacyra AndradeLopes, Célia Regina dos SantosLopes, Norma da SilvaLucchesi, DanteCardoso, Suzana Alice Marcelino da Silva2018-10-03T18:44:39Z2018-10-03T18:44:39Z2018-10-032014-07-25Tesehttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27593A reorganização do quadro pronominal do português brasileiro atinge diretamente a configuração dos pronomes-objeto. Para a representação do acusativo de segunda pessoa, por exemplo, é possível encontrarmos a concorrência entre, pelo menos, cinco formas: o/a, te, lhe, você e objeto nulo; na expressão do dativo, além dos clíticos lhe e te, destacam-se as estratégias com preposição – para/a ti, para/a você – e o objeto nulo. Partindo dessas considerações, este trabalho investiga, com base no aporte teórico-metodológico da sociolinguística laboviana, o uso variável das formas pronominais objetivas em referência ao interlocutor na variedade do português falada em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, com o propósito de identificar e analisar os condicionamentos linguísticos e extralinguísticos que atuam sobre as escolhas dessas formas e como elas se encaixam no sistema de tratamento dessa comunidade. Os dados submetidos à analise estatística pelo programa computacional Goldvarb foram extraídos de amostras de fala de 36 informantes, de ambos os sexos, distribuídos em três faixas etárias (25 a 35, 45 a 55 e 65 a 85 anos) e dois níveis de escolaridade (superior e fundamental). Para melhor explorar o nosso objeto de estudo, propusemos dois esquemas de análise, a saber: a) uso alternante dos clíticos lhe e te; b) alternância entre os clíticos e o pronome tônico você na configuração do objeto direto. Dentre os resultados obtidos, destacamos: a atuação do paralelismo discursivo como fator condicionante nos dois confrontos entre variantes; a conservação de lhe como forma interlocutória entre os falantes da faixa 3; a atribuição de um traço [+formalidade/respeito/cortesia] a esse clítico sobretudo pelos falantes mais jovens (25 a 35 anos); a prevalência de lhe no trato em relacões simétricas ascendentes e no discurso genérico; o favorecimento do preenchimento do objeto com clíticos em estruturas simples do tipo VT + OD, em detrimento do pronome tônico você, que prevalece em estruturas complexas em que o OD é seguido por complemento oblíquo oracional, predicativo ou oblíquo não-oracional e em estruturas com verbos causativos e perceptivos seguidos de sujeito com traço acusativo e oração infinita. Por fim, destacamos que este trabalho ratifica o emprego bastante acentuado de lhe como clítico acusativo de segunda pessoa em variedades do PB faladas no Nordeste.The reorganization of the current pronoun system in Brazilian Portuguese directly affects the configuration of the object pronouns. For the representation of the second person accusative, for example, it is possible to find the concurrence among, at least, five forms: o/a/te/lhe/você and the null object; to express the dative, besides the clitics lhe and te, strategies with prepositions stand out - para/a ti, para/a você - and the null (neutral) object. Departing from these considerations, this research work, based on the theoretical and methodological assumptions of the Labovian sociolinguistics, investigates the variable usage of objective pronominal forms in reference to the interlocutor in the variety of Portuguese spoken in Santo Antônio de Jesus, in the region known as Recôncavo Baiano, with the purpose of identifying and analyzing the linguistic and extranlinguistic conditioning processes which act upon the choice for these forms and how they fit into the addressing system inside this community. The data subjected to statistical analysis through the Goldvarb computational program was extracted from speech samples of 36 participants, including both genders, distributed among three age groups (25 to 35, 45 to 55 and 65 to 85 years old) and two levels of formal education (higher and fundamental). In order to better explore our subject of study, two analytical schemes are proposed: a) alternate usage of the clitics lhe and te; b) shifting between the clitics and the tonic pronoun você in the configuration of the direct object. Among the results obtained, we highlight: the lessening of the discursive parallelism as a conditioning factor in the two confronts between the varieties; the maintenance of lhe as an interlocutory form among the speakers of age group 3; the attribution of a feature [+ formality/respect/courtesy] to this clitic, especially when used by the younger (25 to 35); the prevalence of lhe used in addressing inside ascendant symmetric relations and in the generic discourse; The tendency to fill the object with clitics in simple structures such as Transitive Verb (VT) + Direct Object (DO), in detriment to the tonic você, which prevails in complex structures in which the DO is followed by the oblique complement, predicative or oblique non-clausal and in structures with causative and perceptive verbs followed by a subject with accusative feature and infinite sentence. Finally, we emphasize that this work ratifies the much salient application of lhe as a second person accusative clitic in the varieties of the Brazilian Portuguese spoken in the Northeastern region.Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-10-01T16:24:15Z No. of bitstreams: 1 Gilce Almeida.pdf: 2112998 bytes, checksum: 551cb0f5ccc49c3354d8396d48d0bfa7 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2018-10-03T18:44:39Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Gilce Almeida.pdf: 2112998 bytes, checksum: 551cb0f5ccc49c3354d8396d48d0bfa7 (MD5)Made available in DSpace on 2018-10-03T18:44:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Gilce Almeida.pdf: 2112998 bytes, checksum: 551cb0f5ccc49c3354d8396d48d0bfa7 (MD5)CNPQLetrasSistema pronominalSegunda pessoaClíticosPortuguês BrasileiroSociolinguística VariacionistaUso variável dos pronomes-objeto na expressão do dativo e do acusativo de segunda pessoa em Santo Antônio de Jesus – BAinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em Lingua e CulturaUFBAbrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALGilce Almeida.pdfGilce Almeida.pdfapplication/pdf2112998https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27593/1/Gilce%20Almeida.pdf551cb0f5ccc49c3354d8396d48d0bfa7MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1345https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27593/2/license.txtff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0MD52TEXTGilce Almeida.pdf.txtGilce Almeida.pdf.txtExtracted texttext/plain534747https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27593/3/Gilce%20Almeida.pdf.txt91930c8c33deace822a40b154779da36MD53ri/275932022-07-01 10:46:50.68oai:repositorio.ufba.br:ri/27593VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBLgoKIFBlbG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc++/vW8gZGUgZG9jdW1lbnRvcywgbyBhdXRvciBvdSBzZXUgcmVwcmVzZW50YW50ZSBsZWdhbCwgYW8gYWNlaXRhciAKZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbu+/vWEsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRhIEJhaGlhIApvIGRpcmVpdG8gZGUgbWFudGVyIHVtYSBj77+9cGlhIGVtIHNldSByZXBvc2l077+9cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2Ye+/ve+/vW8uIApFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7vv71vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTvv71tIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yL2NvcHlyaWdodCwgbWFzIGVudGVuZGUgbyBkb2N1bWVudG8gCmNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4KCiBQYXJhIG9zIGRvY3VtZW50b3MgcHVibGljYWRvcyBjb20gcmVwYXNzZSBkZSBkaXJlaXRvcyBkZSBkaXN0cmlidWnvv73vv71vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2Vu77+9YSAKZW50ZW5kZSBxdWU6CgogTWFudGVuZG8gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHJlcGFzc2Fkb3MgYSB0ZXJjZWlyb3MsIGVtIGNhc28gZGUgcHVibGljYe+/ve+/vWVzLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8KcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIGludGVncmFsLCBtYXMgbGliZXJhIGFzIGluZm9ybWHvv73vv71lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXvv73vv71vIGNpZW5077+9ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3Ryae+/ve+/vWVzIGltcG9zdGFzIHBlbG9zIGVkaXRvcmVzIGRlIHBlcmnvv71kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2Hvv73vv71lcyBzZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgcXVlIHNlZ3VlbSBhIHBvbO+/vXRpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVw77+9c2l0b3MgCmNvbXB1bHPvv71yaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTvv71yaW8gbWFudO+/vW0gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIG1hcyBtYW5077+9bSBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byAKYW8gbWV0YWRhZG9zIGUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGVzc2UgdGVybW8gbu+/vW8gbmVjZXNzaXRhIGRlIGNvbnNlbnRpbWVudG8KIHBvciBwYXJ0ZSBkZSBhdXRvcmVzL2RldGVudG9yZXMgZG9zIGRpcmVpdG9zLCBwb3IgZXN0YXJlbSBlbSBpbmljaWF0aXZhcyBkZSBhY2Vzc28gYWJlcnRvLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-01T13:46:50Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
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