A casa do “velho”: o significado da matéria no candomblé

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Denis Alex Barboza de
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25818
Resumo: A presente dissertação trata do significado da matéria no candomblé1, tendo como objeto de estudo, as arquiteturas dos templos dedicados ao vodum Azansú, no Terreiro Humpâme Ayíono Huntolóji, na cidade de Cachoeira na Bahia, e ao orixá3 Omolu, no Terreiro Ilê Axé Oyó Ni Ibecê ou Terreiro do Capivari, situado no município de São Félix, também no Recôncavo Baiano. O seguinte trabalho pretende desvelar e demonstrar, como os terreiros de candomblé, considerados como patrimônios culturais, exercem as suas próprias dinâmicas de preservação dos seus bens materiais, mesmo sendo regidos pelas legislações,ferramentas jurídicas e administrativas, técnicas e conceitos de preservação das instituições preservacionistas, que constituem os seus critérios de conservação na excepcionalidade artística e histórica dos objetos materiais, o que fundamenta os seus métodos de preservação,estando estes, estruturados na permanência, imutabilidade e autenticidade da matéria. O que diverge consideravelmente das práticas de conservação e preservação dos bens materiais existentes no candomblé, e que se encontram fundamentadas em processos que envolvem não somente a impermanência da matéria, mas também, a sua substituição, mutabilidade, transitoriedade, transformação e restituição. Esses processos estão atrelados de forma indissociável às práticas dos rituais e a cosmovisão afrodescendente reproduzida nos terreiros, bem como a conceitos que envolvem a ancestralidade, o parentesco, o intercâmbio entre os mundos material e espiritual e, sobretudo, a produção, potencialização e permanência do axé4. Esta diferença de conceitos e práticas de conservação tem gerado uma série de conflitos, divergências, embates e enfrentamentos entre as comunidades de terreiro e os órgãos de preservação do patrimônio cultural brasileiro. Sendo assim, objetivou-se com o seguinte trabalho, esclarecer e elucidar os pontos considerados como críticos, no que se refere às dificuldades por parte dos órgãos de preservação em entender os princípios e preceitos que regem a dinâmica de salvaguarda da matéria no candomblé. Buscou-se ainda, compreender os significados, os sentidos, os conceitos, os propósitos e as práticas de preservação dos principais bens materiais dos terreiros estudados, ou seja, as arquiteturas dos seus templos, tratadas essencialmente como um produto da cultura e da cosmologia dos grupos humanos, os objetos rituais e os elementos materiais que constituem os seus símbolos religiosos, bem como a relação desses objetos com o espaço, o lugar, os rituais e as comunidades que deles fazem uso, tecendo relações de identidade e pertencimento.
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O seguinte trabalho pretende desvelar e demonstrar, como os terreiros de candomblé, considerados como patrimônios culturais, exercem as suas próprias dinâmicas de preservação dos seus bens materiais, mesmo sendo regidos pelas legislações,ferramentas jurídicas e administrativas, técnicas e conceitos de preservação das instituições preservacionistas, que constituem os seus critérios de conservação na excepcionalidade artística e histórica dos objetos materiais, o que fundamenta os seus métodos de preservação,estando estes, estruturados na permanência, imutabilidade e autenticidade da matéria. O que diverge consideravelmente das práticas de conservação e preservação dos bens materiais existentes no candomblé, e que se encontram fundamentadas em processos que envolvem não somente a impermanência da matéria, mas também, a sua substituição, mutabilidade, transitoriedade, transformação e restituição. Esses processos estão atrelados de forma indissociável às práticas dos rituais e a cosmovisão afrodescendente reproduzida nos terreiros, bem como a conceitos que envolvem a ancestralidade, o parentesco, o intercâmbio entre os mundos material e espiritual e, sobretudo, a produção, potencialização e permanência do axé4. Esta diferença de conceitos e práticas de conservação tem gerado uma série de conflitos, divergências, embates e enfrentamentos entre as comunidades de terreiro e os órgãos de preservação do patrimônio cultural brasileiro. Sendo assim, objetivou-se com o seguinte trabalho, esclarecer e elucidar os pontos considerados como críticos, no que se refere às dificuldades por parte dos órgãos de preservação em entender os princípios e preceitos que regem a dinâmica de salvaguarda da matéria no candomblé. 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