Os Kariri-Xocó na sementeira: processos nativos de aprendizagem e perspectiva corporal

• Autor(a) principal: Santana, Maiara Damasceno da Silva
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21595
• topic: Educação; Antropologia; Aprendizagem; Cabeça-seca; Corpo; Kariri-Xocó; Origem; Dried-Head; Body; Origin

A pesquisa em questão descreve os processos nativos de aprendizagem entre os Kariri-Xocó, população indígena localizada em uma área urbana da cidade de Porto Real do Colégio, no estado de Alagoas. Neste trabalho, o corpo é tratado como principal ferramenta para entender como se constitui a pessoa Kariri-Xocó, seu modo de pensar a si e os outros, e seus modos de aprender. O interesse do estudo emergiu da necessidade de refletir sobre os “processos próprios de aprendizagem” indígenas, aspecto presente em alguns textos de ordem legal ao reportar-se a Educação Escolar Indígena, bem como em função das lacunas existentes em abordagens sobre essa temática. Para tanto, lança-se mão da etnografia e das técnicas de observação participante, conversação e entrevistas abertas, além do diálogo com os campos da Etnologia Indígena e da Antropologia da Educação. Foi possível perceber, que os Kariri-Xocó possuem formas próprias de aprender, que se configuram através do acesso e participação nas práticas. A aprendizagem que é possível através do fumo, dos sonhos, do silêncio, dos sinais dos animais, dificilmente poderia adentrar ao espaço escolar e atender os objetivos de uma educação diferenciada que “respeite os processos próprios de aprendizagem”. Esta, porém, não é uma demanda dos Kariri-Xocó. Eles não estão preocupados que essas formas de aprendizagens façam parte do seu currículo escolar, desejam, no entanto, assegurar que suas formas próprias de aprender continuem a existir, o que significa assegurar também a existência da sua origem. A noção de origem enquanto coisa de raiz, aquilo que vem de dentro, surge como elemento central para refletir sobre os processos nativos de aprendizagem e suas implicações com o que vem de fora.