Oscilações climáticas do Atlântico Tropical Sul em registros geoquímica do coral PORITES ASTREOIDES do atol das Rocas

• Autor(a) principal: Thévenin, Mariana Reis
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27646
• topic: Oceanografia Física; Δ18O; PROXY; TSM|

Variações na temperatura da superfície do mar no Atlântico Tropical (TSM) desempenham um papel importante em modular as oscilações climáticas regionais. A capacidade de previsão dessas oscilações depende da habilidade de compreender a complexa interação dos muitos processos do sistema climático. Uma boa compreensão desse sistema é baseada em longas séries de dados, muitas vezes adquiridas através de proxies climáticos. O objetivo desse trabalho foi identificar o sinal das variações climáticas do Atlântico Tropical no registro isotópico do esqueleto do coral Porites astreoides, do Atol das Rocas - RN. Para isso, foram coletadas duas colônia de P. astreoides de diferentes piscinas naturais, e seu conteúdo isotópico foi analisado e correlacionado com dados da TSM da região do Atol das Rocas e com os índices das anomalias da TSM do Atlântico Tropical, o modo Equatorial (índice ATL3) e o modo Dipolo do Atlântico (índice TAS). A primeira etapa deste trabalho foi a calibração dos registros do δ18O coralino (δ18Oc) com os registros instrumentais da TSM e a segunda etapa contemplou a aplicação desta ferramenta, de modo a testar seu sucesso no registro dos referidos modos de oscilações climáticas. Os resultados da calibração indicaram que o δ18O do coral coletado na piscina Cemitério refletiu uma composição do sinal da TSM e da salinidade. O resultado de correlação de -0,40 entre este sinal isotópico e as variações da TSM mostra que apesar das variações da salinidade dentro da piscina, o esqueleto do coral P. astreoides preservou boa parte do sinal das anomalias térmicas, mostrando o grande potencial dos corais do Atol das Rocas como uma ferramenta de registros das oscilações climáticas. Por outro lado, não se observou relação dos sinais isotópicos do coral coletado na piscina Tartarugas, fato atribuído à grande variação diária da temperatura nesta piscina. A aplicação desta ferramenta para a identificação do sinal do modo Equatorial mostrou que o δ18Oc registra de forma satisfatória as anomalias climáticas geradas pelo modo Equatorial. Em relação ao modo Dipolo do Atlântico não se encontrou um resultado aplicável, possivelmente devido à baixa ocorrência do padrão de dipolo dentro do período total do estudo. De forma geral, os corais do Atol das Rocas se mostraram uma valiosa ferramenta para estudos do clima pretérito da região equatorial do Atlântico.