Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Vânia Batista
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35113
Resumo: A partir das leitura e análise do livro de contos Só as mulheres Sangram, da autora Lia Vieira (2011), utilizando como chave de leitura, conceito e caminho metodológico a escrevivência, conceito da autora Conceição Evaristo (2008), este trabalho propõe o conceito Escreviver com ẹ̀ jẹ̀ , sangue ancestral que perpassa de modo muito específico as veias, os corpos, as vidas de mulheres negras. O estudo está desenvolve-se a partir da análise da autorrepresentação na literatura negro-feminina na obra. Proponho, aqui, num entendimento ancestral preto de que nós mulheres somos muitas, e muitas são as nossas vivências, porém, para além de nossos atravessamentos e subjetividades, o entendimento interseccional de que nossas experiências em comum também se dão socialmente nos trazem a perspectiva desse agenciamento coletivo, desse sangue compartilhado que é também preto como a cor de nossa pele, nas nossas formas muito específicas de sangrar. Lia Vieira traz um compromisso com questões raciais e mostra isso em suas obras propondo novas formas de existir, repensando as existências e propondo novos olhares. A partir desta compreensão, pensaremos escreviver com ẹ̀ jẹ̀ enquanto categoria epistemológica de Ancestralidade, que desautoriza os signos que nos foram impostos como violência epistêmica, como nos traz Nilma Lino Gomes (2010). Ancestralidade que está além do que se entende tradicionalmente como tempo, porque não segue em linha reta, atravessa as contagens, encontra-se e dispersa em suas encruzilhadas, é o tempo através dos tempos, o aqui e o ontem atravessados, girando em espiral, como nos traz Leda Maria Martins (2002). O tempo, o sangue, a vida que se escrevive feminina e preta são ancestrais, assim como precisam ser as nossas referências, nossas epistemologias; e a literatura negro-feminina é uma ferramenta importantíssima para colaborar na disseminação dessa consciência, dessa vida que está, como nos ensina Conceição Evaristo, comprometida com a escrita
id UFBA-2_4e0a4ff534af19fb3863525a4ddd014e
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/35113
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling 2022-04-20T18:53:12Z2022-01-302022-04-20T18:53:12Z2021-05-24https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35113A partir das leitura e análise do livro de contos Só as mulheres Sangram, da autora Lia Vieira (2011), utilizando como chave de leitura, conceito e caminho metodológico a escrevivência, conceito da autora Conceição Evaristo (2008), este trabalho propõe o conceito Escreviver com ẹ̀ jẹ̀ , sangue ancestral que perpassa de modo muito específico as veias, os corpos, as vidas de mulheres negras. O estudo está desenvolve-se a partir da análise da autorrepresentação na literatura negro-feminina na obra. Proponho, aqui, num entendimento ancestral preto de que nós mulheres somos muitas, e muitas são as nossas vivências, porém, para além de nossos atravessamentos e subjetividades, o entendimento interseccional de que nossas experiências em comum também se dão socialmente nos trazem a perspectiva desse agenciamento coletivo, desse sangue compartilhado que é também preto como a cor de nossa pele, nas nossas formas muito específicas de sangrar. Lia Vieira traz um compromisso com questões raciais e mostra isso em suas obras propondo novas formas de existir, repensando as existências e propondo novos olhares. A partir desta compreensão, pensaremos escreviver com ẹ̀ jẹ̀ enquanto categoria epistemológica de Ancestralidade, que desautoriza os signos que nos foram impostos como violência epistêmica, como nos traz Nilma Lino Gomes (2010). Ancestralidade que está além do que se entende tradicionalmente como tempo, porque não segue em linha reta, atravessa as contagens, encontra-se e dispersa em suas encruzilhadas, é o tempo através dos tempos, o aqui e o ontem atravessados, girando em espiral, como nos traz Leda Maria Martins (2002). O tempo, o sangue, a vida que se escrevive feminina e preta são ancestrais, assim como precisam ser as nossas referências, nossas epistemologias; e a literatura negro-feminina é uma ferramenta importantíssima para colaborar na disseminação dessa consciência, dessa vida que está, como nos ensina Conceição Evaristo, comprometida com a escritaFrom the reading and analysis of the book of short stories Only women Sangram, by Lia Vieira (2011), using as a key to reading, concept and methodological path, writing, a concept by author Conceição Evaristo (2008), this work proposes the concept I write with ẹ̀ jẹ̀ , ancestral blood that runs through the veins, the bodies, the lives of black women in a very specific way. The study is developed from the analysis of self-representation in black-female literature in the work. I propose here, in a black ancestral understanding that we women are many, and our experiences are many, however, beyond our crossings and subjectivities, the intersectional understanding that our common experiences also occur socially brings us the perspective of this collective agency, of that shared blood that is also black as the color of our skin, in our very specific ways of bleeding. Lia Vieira brings a commitment to racial issues and shows this in her works by proposing new ways of existing, rethinking existence and proposing new perspectives. Based on this understanding, we will think of writing with 'jẹ̀ as an epistemological category of Ancestrality, which disallows the signs that were imposed on us as epistemic violence, as Nilma Lino Gomes (2010) brings us. Ancestry that is beyond what is traditionally understood as time, because it does not follow a straight line, crosses the counts, meets and disperses at its crossroads, it is time through time, here and yesterday crossed, spinning in a spiral, as Leda Maria Martins (2002) brings us. Time, blood, life written in black and female are ancestral, as must be our references, our epistemologies; and black-female literature is an extremely important tool to collaborate in the dissemination of this awareness, of this life that is, as Conceição Evaristo teaches us, committed to writing.Submitted by Raquel Santos de Sousa Oliveira (sousa.raquel@ufba.br) on 2022-04-19T13:43:40Z No. of bitstreams: 1 Vania Melo - Dissertação - Vania Melo (1).pdf: 1043427 bytes, checksum: 6b23f5ee59e7cfc3a2a69c13015145cc (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2022-04-20T18:53:12Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Vania Melo - Dissertação - Vania Melo (1).pdf: 1043427 bytes, checksum: 6b23f5ee59e7cfc3a2a69c13015145cc (MD5)Made available in DSpace on 2022-04-20T18:53:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Vania Melo - Dissertação - Vania Melo (1).pdf: 1043427 bytes, checksum: 6b23f5ee59e7cfc3a2a69c13015145cc (MD5) Previous issue date: 2021-05-24porUniversidade Federal da BahiaPós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) UFBABrasilInstituto de LetrasEscreviver com ẹ̀jẹ̀Literatura negro-femininaEpistemologias pretasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESAncestralidadeEscrevivênciaLiteratura brasileira - Escritoras negrasNegras na literatura - Narrativas pessoaisIdentidade racialVieira, Lia - Crítica e interpretaçãoDo sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisSantos, Lívia Maria Natália de Souza2528662239547111http://lattes.cnpq.br/2528662239547111Santos, Lívia Maria Natália de Souza2528662239547111http://lattes.cnpq.br/2528662239547111França, Denise Carrascosa2528044163984512http://lattes.cnpq.br/2528044163984512Santiago, Ana Rita5740979275215388http://lattes.cnpq.br/57409792752153880572323031833204http://lattes.cnpq.br/0572323031833204Melo, Vânia Batistainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBATEXTVania Melo - Dissertação - Vania Melo (1).pdf.txtVania Melo - Dissertação - Vania Melo (1).pdf.txtExtracted texttext/plain232459https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35113/3/Vania%20Melo%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Vania%20Melo%20%281%29.pdf.txt0a38129e345478be45f1a6ca55c2b22cMD53ORIGINALVania Melo - Dissertação - Vania Melo (1).pdfVania Melo - Dissertação - Vania Melo (1).pdfapplication/pdf1043427https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35113/1/Vania%20Melo%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Vania%20Melo%20%281%29.pdf6b23f5ee59e7cfc3a2a69c13015145ccMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1881https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35113/2/license.txt5cfde62e35c4ab1756d453f91b5475e5MD52ri/351132022-04-30 06:21:49.695oai:repositorio.ufba.br:ri/35113TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gCnBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2t1cCAKZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiAKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcMOzc2l0byBkYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIApkZSBuaW5ndcOpbS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2PDqiBuw6NvIHBvc3N1aSBhIHRpdHVsYXJpZGFkZSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHZvY8OqIGRlY2xhcmEgcXVlIApvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyAKbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gCm91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIApPUkdBTklTTU8sIFZPQ8OKIERFQ0xBUkEgUVVFIFJFU1BFSVRPVSBUT0RPUyBFIFFVQUlTUVVFUiBESVJFSVRPUyBERSBSRVZJU8ODTyBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyAKRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-04-30T09:21:49Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
title Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
spellingShingle Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
Melo, Vânia Batista
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Ancestralidade
Escrevivência
Literatura brasileira - Escritoras negras
Negras na literatura - Narrativas pessoais
Identidade racial
Vieira, Lia - Crítica e interpretação
Escreviver com ẹ̀jẹ̀
Literatura negro-feminina
Epistemologias pretas
title_short Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
title_full Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
title_fullStr Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
title_full_unstemmed Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
title_sort Do sangue que escrevivemos: epistemologias negro-femininas em “Só as mulheres sangram” de Lia Vieira
author Melo, Vânia Batista
author_facet Melo, Vânia Batista
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Santos, Lívia Maria Natália de Souza
dc.contributor.advisor1ID.fl_str_mv 2528662239547111
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2528662239547111
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Santos, Lívia Maria Natália de Souza
dc.contributor.referee1ID.fl_str_mv 2528662239547111
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2528662239547111
dc.contributor.referee2.fl_str_mv França, Denise Carrascosa
dc.contributor.referee2ID.fl_str_mv 2528044163984512
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2528044163984512
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Santiago, Ana Rita
dc.contributor.referee3ID.fl_str_mv 5740979275215388
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5740979275215388
dc.contributor.authorID.fl_str_mv 0572323031833204
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0572323031833204
dc.contributor.author.fl_str_mv Melo, Vânia Batista
contributor_str_mv Santos, Lívia Maria Natália de Souza
Santos, Lívia Maria Natália de Souza
França, Denise Carrascosa
Santiago, Ana Rita
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Ancestralidade
Escrevivência
Literatura brasileira - Escritoras negras
Negras na literatura - Narrativas pessoais
Identidade racial
Vieira, Lia - Crítica e interpretação
Escreviver com ẹ̀jẹ̀
Literatura negro-feminina
Epistemologias pretas
dc.subject.por.fl_str_mv Ancestralidade
Escrevivência
Literatura brasileira - Escritoras negras
Negras na literatura - Narrativas pessoais
Identidade racial
Vieira, Lia - Crítica e interpretação
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Escreviver com ẹ̀jẹ̀
Literatura negro-feminina
Epistemologias pretas
description A partir das leitura e análise do livro de contos Só as mulheres Sangram, da autora Lia Vieira (2011), utilizando como chave de leitura, conceito e caminho metodológico a escrevivência, conceito da autora Conceição Evaristo (2008), este trabalho propõe o conceito Escreviver com ẹ̀ jẹ̀ , sangue ancestral que perpassa de modo muito específico as veias, os corpos, as vidas de mulheres negras. O estudo está desenvolve-se a partir da análise da autorrepresentação na literatura negro-feminina na obra. Proponho, aqui, num entendimento ancestral preto de que nós mulheres somos muitas, e muitas são as nossas vivências, porém, para além de nossos atravessamentos e subjetividades, o entendimento interseccional de que nossas experiências em comum também se dão socialmente nos trazem a perspectiva desse agenciamento coletivo, desse sangue compartilhado que é também preto como a cor de nossa pele, nas nossas formas muito específicas de sangrar. Lia Vieira traz um compromisso com questões raciais e mostra isso em suas obras propondo novas formas de existir, repensando as existências e propondo novos olhares. A partir desta compreensão, pensaremos escreviver com ẹ̀ jẹ̀ enquanto categoria epistemológica de Ancestralidade, que desautoriza os signos que nos foram impostos como violência epistêmica, como nos traz Nilma Lino Gomes (2010). Ancestralidade que está além do que se entende tradicionalmente como tempo, porque não segue em linha reta, atravessa as contagens, encontra-se e dispersa em suas encruzilhadas, é o tempo através dos tempos, o aqui e o ontem atravessados, girando em espiral, como nos traz Leda Maria Martins (2002). O tempo, o sangue, a vida que se escrevive feminina e preta são ancestrais, assim como precisam ser as nossas referências, nossas epistemologias; e a literatura negro-feminina é uma ferramenta importantíssima para colaborar na disseminação dessa consciência, dessa vida que está, como nos ensina Conceição Evaristo, comprometida com a escrita
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-05-24
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-04-20T18:53:12Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-01-30
2022-04-20T18:53:12Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35113
url https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35113
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.publisher.program.fl_str_mv Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Letras
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35113/3/Vania%20Melo%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Vania%20Melo%20%281%29.pdf.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35113/1/Vania%20Melo%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Vania%20Melo%20%281%29.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35113/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 0a38129e345478be45f1a6ca55c2b22c
6b23f5ee59e7cfc3a2a69c13015145cc
5cfde62e35c4ab1756d453f91b5475e5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808459641533759488