Trabalho emocional, identidade e engajamento no trabalho com policiais militares: Testando modelos de predição e mediação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guedes, Hannah Dantas
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25662
Resumo: O crescimento da criminalidade coloca o foco da atenção nos policiais militares, uma das categorias profissionais responsáveis pela segurança dos cidadãos. Esses profissionais são confrontados diariamente com diversas demandas, incluindo as demandas emocionais. O modo como lidam com tais demandas repercute na qualidade dos vínculos que estabelecem com o seu trabalho. O presente estudo teve dois objetivos. O primeiro foi analisar as associações entre demandas de trabalho emocional do policial militar, uso de estratégias individuais pelos policiais e engajamento no trabalho. O segundo foi o de testar o papel mediador da identidade profissional na relação entre essas variáveis. Uma primeira hipótese foi a de que as demandas de expressão de emoções positivas e a estratégia de ação profunda seriam preditoras positivas do engajamento no trabalho. Uma segunda hipótese foi a de que as demandas de trabalho emocional e a estratégias teriam um efeito indireto sobre o engajamento no trabalho, mediado pela identidade profissional. Foram desenvolvidos dois estudos correlacionais e de corte transversal. O primeiro teve como objetivo avaliar o efeito preditor do trabalho emocional sobre o engajamento no trabalho, assim como diferenciar as demandas de trabalho emocional de cada grupo de interação (vítimas, criminosos e superiores/colegas). Participaram do estudo 302 policiais militares. Os instrumentos utilizados foram: Emotional Labour Scale (ELS), Emotion Work Requirements Scale (EWRS) e o Utrecht Work Engagement Scale (UWES). Os resultados encontrados apontam que as demandas de expressão de emoções positivas para com vítimas, superiores e outros policiais e a estratégia de ação profunda foram preditores positivos do engajamento no trabalho, enquanto a estratégia de ação superficial foi um preditor negativo. As demandas de expressão de emoções negativas e demandas de intensidade e variabilidade não apresentaram relações estatisticamente significativas com o engajamento. O segundo estudo foi dedicado ao teste de mediação da identidade profissional nas relações encontradas entre trabalho emocional e engajamento no trabalho. Participaram do estudo 302 policiais militares. Além das escalas utilizadas no estudo 1, foram incluídas a Escala Trifatorial da Identidade Social (ETIS), validada para o contexto da polícia militar. A identidade profissional/ocupacional mediou somente a relação entre a ação profunda e o engajamento no trabalho. As principais contribuições dos dois estudos são: a) desenvolver conhecimento sobre o trabalho emocional do policial militar, servindo de referência para nortear novas pesquisas no campo de estudo e com essa ocupação; b) trazer evidências empíricas da relação entre trabalho emocional, engajamento no trabalho e identidade profissional de policiais militares; c) colocar em destaque o papel do trabalho emocional e da identidade profissional do policial militar, permitindo assim a geração de insumos para a preparação e a capacitação desses policiais, incluindo o suporte emocional diante das diversas demandas de trabalho emocional.
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Uma primeira hipótese foi a de que as demandas de expressão de emoções positivas e a estratégia de ação profunda seriam preditoras positivas do engajamento no trabalho. Uma segunda hipótese foi a de que as demandas de trabalho emocional e a estratégias teriam um efeito indireto sobre o engajamento no trabalho, mediado pela identidade profissional. Foram desenvolvidos dois estudos correlacionais e de corte transversal. O primeiro teve como objetivo avaliar o efeito preditor do trabalho emocional sobre o engajamento no trabalho, assim como diferenciar as demandas de trabalho emocional de cada grupo de interação (vítimas, criminosos e superiores/colegas). Participaram do estudo 302 policiais militares. Os instrumentos utilizados foram: Emotional Labour Scale (ELS), Emotion Work Requirements Scale (EWRS) e o Utrecht Work Engagement Scale (UWES). Os resultados encontrados apontam que as demandas de expressão de emoções positivas para com vítimas, superiores e outros policiais e a estratégia de ação profunda foram preditores positivos do engajamento no trabalho, enquanto a estratégia de ação superficial foi um preditor negativo. As demandas de expressão de emoções negativas e demandas de intensidade e variabilidade não apresentaram relações estatisticamente significativas com o engajamento. O segundo estudo foi dedicado ao teste de mediação da identidade profissional nas relações encontradas entre trabalho emocional e engajamento no trabalho. Participaram do estudo 302 policiais militares. Além das escalas utilizadas no estudo 1, foram incluídas a Escala Trifatorial da Identidade Social (ETIS), validada para o contexto da polícia militar. A identidade profissional/ocupacional mediou somente a relação entre a ação profunda e o engajamento no trabalho. As principais contribuições dos dois estudos são: a) desenvolver conhecimento sobre o trabalho emocional do policial militar, servindo de referência para nortear novas pesquisas no campo de estudo e com essa ocupação; b) trazer evidências empíricas da relação entre trabalho emocional, engajamento no trabalho e identidade profissional de policiais militares; c) colocar em destaque o papel do trabalho emocional e da identidade profissional do policial militar, permitindo assim a geração de insumos para a preparação e a capacitação desses policiais, incluindo o suporte emocional diante das diversas demandas de trabalho emocional.The rise of criminality places society focus on military police, one of the professional categories responsible for citizens security. These professionals face multiple demands in a daily basis, including the so called emotional demands. The way they deal with such demands have a substantial impact on the links between them and their work. The present study had two aims. The first one was to analyze the associations between military policeman demands of emotional work, individual strategies and work engagement. The second tested the mediating role of professional identity in the relationship between such variables. A first hypothesis was that the demands of expressing positive emotions and adoption of deep action strategy would predict work engagement. A second hypothesis was that demands of emotional work and individual strategies would have an indirect effect on work engagement, mediated by professional identity. Two correlational and cross-sectional studies were conduced. The first one aimed to assess the predictive effect of emotional work on work engagement, and also to differentiate emotional work demands of each group of interaction (victims, criminals, superiors/colleagues). 302 military police officers participated in the study. Emotional Labor Scale - ELS, Emotion Work Requirements Scale - EWRS and Utrecht Work Engagement Scale – UWES were used. Results showed that demands of expressing positive emotions toward victims, superiors and other police officers and the adoption of deep action strategy predicted positively work engagement, whereas superficial action strategy predicted negatively. The demands of expressing negative emotions and demands on intensity and variability of emotions did not have statistically significant correlation with work engagement. The second study aimed to test the mediating effect of professional identity on the relation of emotional work and work engagement. 302 military police officers participated in the second study. In addition to the scales of study 1, Social Identity Trials Scale (ETIS) validated for the context of the military police was included. Professional/occupational identity had a mediating effect only in the relation between deep action and work engagement. The main contributions of both studies were: a) to broaden the knowledge on military police emotional work that would be useful as reference to new researches in the field and for practice regarding this occupational category; b) offer empirical evidence on the association between emotional work, work engagement and professional identity of military police officers; c) shed light on the role of military police emotional work and professional identity, underlining core inputs for the training of such professionals, including emotional support related to the multiple demands of emotional work related to this occupation.Submitted by Hannah Guedes (hannah_guedes@hotmail.com) on 2018-03-27T21:00:52Z No. of bitstreams: 1 Dissertação_Hannah Guedes.pdf: 844907 bytes, checksum: 70794a969c03ab92cac18b1f99c53c10 (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Isaías Alves (reposiufbat@hotmail.com) on 2018-04-03T13:19:50Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação_Hannah Guedes.pdf: 844907 bytes, checksum: 70794a969c03ab92cac18b1f99c53c10 (MD5)Made available in DSpace on 2018-04-03T13:19:50Z (GMT). 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