Significados da contaminação alimentar para os feirantes de Santo Amaro – Ba
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31816 |
Resumo: | A feira livre se constitui em um importante espaço de relações econômicas e sociais, sobretudo no Nordeste, onde ainda são consideradas uma tradição, apesar da expansão e concorrência dos supermercados e hipermercados. Diversos estudos demonstram as inadequadas condições de higiene nestes locais, aliadas às estruturas físicas precárias. Somase a estes fatores, a possibilidade de contaminação química por agrotóxicos, em especial, dos alimentos consumidos na forma in natura, assim como a exposição ambiental por metais pesados, uma vez que os meios urbano e rural de Santo Amaro apresentam elevada contaminação por resíduos sólidos perigosos produzidos por uma fundição de chumbo. O objetivo da pesquisa foi compreender os significados da contaminação alimentar para os feirantes de Santo Amaro do Estado da Bahia. Tratou-se de um estudo de abordagem etnográfica, que privilegiou a experiência dos sujeitos. As técnicas utilizadas foram entrevista semi-estruturada, diário de campo e observação participante. O processo de compreensão se desenvolveu através da análise hermenêutica, a partir de repetidas leituras da narrativa textual, identificando-se os significantes das falas. Constatou-se que os significados da contaminação alimentar são construídos muito mais por influências culturais, baseados em crenças e costumes do que pela interferência de conhecimentos técnico-científicos. A noção de contaminação restringiu-se às percepções dos sentidos. Contaminantes físicos visíveis e odores desagradáveis são os possíveis transmissores de doenças e impurezas. A contaminação microbiana permanece na invisibilidade. O agrotóxico é representado como algo imponderável, invasor do mundo conhecido, provocando estranhamento na relação dos feirantes com os alimentos. Observou-se uma naturalização do risco de contaminação pelo chumbo, ilustrando que numa cidade com preocupantes índices de contaminação ambiental pelo chumbo, os feirantes dispõem de percepção limitada sobre a presença deste risco nos alimentos e casos em que houve desconhecimento da problemática de contaminação dos alimentos comercializados. |
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Almeida, Mirella DiasPena, Paulo Gilvane LopesSilva, Denise Oliveira eCarvalho, Fernando Martins2020-04-10T23:10:29Z2020-04-10T23:10:29Z2020-04-102010http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31816A feira livre se constitui em um importante espaço de relações econômicas e sociais, sobretudo no Nordeste, onde ainda são consideradas uma tradição, apesar da expansão e concorrência dos supermercados e hipermercados. Diversos estudos demonstram as inadequadas condições de higiene nestes locais, aliadas às estruturas físicas precárias. Somase a estes fatores, a possibilidade de contaminação química por agrotóxicos, em especial, dos alimentos consumidos na forma in natura, assim como a exposição ambiental por metais pesados, uma vez que os meios urbano e rural de Santo Amaro apresentam elevada contaminação por resíduos sólidos perigosos produzidos por uma fundição de chumbo. O objetivo da pesquisa foi compreender os significados da contaminação alimentar para os feirantes de Santo Amaro do Estado da Bahia. Tratou-se de um estudo de abordagem etnográfica, que privilegiou a experiência dos sujeitos. As técnicas utilizadas foram entrevista semi-estruturada, diário de campo e observação participante. O processo de compreensão se desenvolveu através da análise hermenêutica, a partir de repetidas leituras da narrativa textual, identificando-se os significantes das falas. Constatou-se que os significados da contaminação alimentar são construídos muito mais por influências culturais, baseados em crenças e costumes do que pela interferência de conhecimentos técnico-científicos. A noção de contaminação restringiu-se às percepções dos sentidos. Contaminantes físicos visíveis e odores desagradáveis são os possíveis transmissores de doenças e impurezas. A contaminação microbiana permanece na invisibilidade. O agrotóxico é representado como algo imponderável, invasor do mundo conhecido, provocando estranhamento na relação dos feirantes com os alimentos. Observou-se uma naturalização do risco de contaminação pelo chumbo, ilustrando que numa cidade com preocupantes índices de contaminação ambiental pelo chumbo, os feirantes dispõem de percepção limitada sobre a presença deste risco nos alimentos e casos em que houve desconhecimento da problemática de contaminação dos alimentos comercializados.Submitted by PPG SAT (sat@ufba.br) on 2020-01-15T13:37:15Z No. of bitstreams: 1 Dissertação de Mestrado Mirella.pdf: 17742695 bytes, checksum: cfa157a7293fbda6a3f4d61d66a92c62 (MD5)Approved for entry into archive by Delba Rosa (delba@ufba.br) on 2020-04-10T23:10:29Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação de Mestrado Mirella.pdf: 17742695 bytes, checksum: cfa157a7293fbda6a3f4d61d66a92c62 (MD5)Made available in DSpace on 2020-04-10T23:10:29Z (GMT). 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A feira livre se constitui em um importante espaço de relações econômicas e sociais, sobretudo no Nordeste, onde ainda são consideradas uma tradição, apesar da expansão e concorrência dos supermercados e hipermercados. Diversos estudos demonstram as inadequadas condições de higiene nestes locais, aliadas às estruturas físicas precárias. Somase a estes fatores, a possibilidade de contaminação química por agrotóxicos, em especial, dos alimentos consumidos na forma in natura, assim como a exposição ambiental por metais pesados, uma vez que os meios urbano e rural de Santo Amaro apresentam elevada contaminação por resíduos sólidos perigosos produzidos por uma fundição de chumbo. O objetivo da pesquisa foi compreender os significados da contaminação alimentar para os feirantes de Santo Amaro do Estado da Bahia. Tratou-se de um estudo de abordagem etnográfica, que privilegiou a experiência dos sujeitos. As técnicas utilizadas foram entrevista semi-estruturada, diário de campo e observação participante. O processo de compreensão se desenvolveu através da análise hermenêutica, a partir de repetidas leituras da narrativa textual, identificando-se os significantes das falas. Constatou-se que os significados da contaminação alimentar são construídos muito mais por influências culturais, baseados em crenças e costumes do que pela interferência de conhecimentos técnico-científicos. A noção de contaminação restringiu-se às percepções dos sentidos. Contaminantes físicos visíveis e odores desagradáveis são os possíveis transmissores de doenças e impurezas. A contaminação microbiana permanece na invisibilidade. O agrotóxico é representado como algo imponderável, invasor do mundo conhecido, provocando estranhamento na relação dos feirantes com os alimentos. Observou-se uma naturalização do risco de contaminação pelo chumbo, ilustrando que numa cidade com preocupantes índices de contaminação ambiental pelo chumbo, os feirantes dispõem de percepção limitada sobre a presença deste risco nos alimentos e casos em que houve desconhecimento da problemática de contaminação dos alimentos comercializados. |
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