A condição disciplinar do curso de licenciatura em Geografia: um estudo de caso sobre a constituição social do conhecimento curricular
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20718 |
Resumo: | O trabalho consiste num estudo de caso sobre a disciplinaridade como condição básica da estrutura do currículo de licenciatura em geografia. A investigação buscou responder se as concepções, os valores e as motivações dominantes, no conjunto das práticas curriculares, potencializam a ação instituinte ou apenas se relacionam em conformidade com as instituições que sustentam as divisões do currículo. Este é visto como um espaço de prática cultural onde se disputam as visões de mundo e os valores de base da formação a ser promovida, em vista de determinados fins sociais. Tal conceito permite considerar que o caráter científico, cultural e humanístico da formação que a universidade promove possa materializar-se no cumprimento do seu papel ante os problemas sociais da região onde se insere, cabendo pensar um projeto de formação que permita ao professor promover a educação geográfica, atuando profissionalmente como um intelectual crítico. Utilizando basicamente as entrevistas semi-estruturadas e a análise documental como fontes de informação, a pesquisa se conduziu por uma metodologia qualitativa, articulando uma visão compreensiva quanto aos sujeitos e uma perspectiva dialética, que os situa a partir de relações sociais marcadas por desigualdades e hierarquias. Revelou-se consensual a consideração de que a hiper-segmentação do conhecimento, tal como ocorre na situação investigada, é um obstáculo à promoção da autonomia intelectual porque impede o estudo aprofundado e a pesquisa, como atividades pelas quais os educandos podem protagonizar a sua formação, reforçando a noção do currículo como conhecimento a ser transmitido, em descompasso com as necessidades formativas trazidas pelas transformações sócio-espaciais. A tradição epistemológica positivista do pensamento geográfico, além de não possibilitar a construção de uma visão relacional e integradora do espaço, potencializando a criticidade e a capacidade analítica dos educandos, legitima cientificamente práticas curriculares mais conformadas do que transgressivas em relação à ordem estabelecida. Do lado dos professores, a autonomização das disciplinas e a atuação isolada não favorecem o aprofundamento da reflexão coletiva, visando conceber e implementar forma alternativa de dispor as atividades curriculares coerentes com aquele projeto, sendo decrescente o interesse pelo ensino de graduação, em especial na licenciatura, desde a expansão da pesquisa e da criação dos programas de pós-graduação. Possíveis alterações curriculares com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino dependem de rearranjos nas relações de poder que decorrem e sustentam as cisões curriculares, já que os valores e interesses individuais ou corporativos, associados aos territórios disciplinares, revelaram-se mais decisivos para a estruturação do currículo do que o compartilhamento em torno dos atributos da formação a ser promovida. |
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Silva, Ângelo Sérgio Santos daSilva, Ângelo Sérgio Santos daMacedo, Roberto Sidnei AlvesGuerra, Denise Moura de JesusCastro, Jânio Roque Barros deNascimento, Cláudio Orlando Costa doFontes, Isaura SantanaPaim, Ana Verena Freitas2016-10-04T16:31:54Z2016-10-04T16:31:54Z2016-10-042014-02-27Tesehttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20718O trabalho consiste num estudo de caso sobre a disciplinaridade como condição básica da estrutura do currículo de licenciatura em geografia. A investigação buscou responder se as concepções, os valores e as motivações dominantes, no conjunto das práticas curriculares, potencializam a ação instituinte ou apenas se relacionam em conformidade com as instituições que sustentam as divisões do currículo. Este é visto como um espaço de prática cultural onde se disputam as visões de mundo e os valores de base da formação a ser promovida, em vista de determinados fins sociais. 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Revelou-se consensual a consideração de que a hiper-segmentação do conhecimento, tal como ocorre na situação investigada, é um obstáculo à promoção da autonomia intelectual porque impede o estudo aprofundado e a pesquisa, como atividades pelas quais os educandos podem protagonizar a sua formação, reforçando a noção do currículo como conhecimento a ser transmitido, em descompasso com as necessidades formativas trazidas pelas transformações sócio-espaciais. A tradição epistemológica positivista do pensamento geográfico, além de não possibilitar a construção de uma visão relacional e integradora do espaço, potencializando a criticidade e a capacidade analítica dos educandos, legitima cientificamente práticas curriculares mais conformadas do que transgressivas em relação à ordem estabelecida. Do lado dos professores, a autonomização das disciplinas e a atuação isolada não favorecem o aprofundamento da reflexão coletiva, visando conceber e implementar forma alternativa de dispor as atividades curriculares coerentes com aquele projeto, sendo decrescente o interesse pelo ensino de graduação, em especial na licenciatura, desde a expansão da pesquisa e da criação dos programas de pós-graduação. Possíveis alterações curriculares com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino dependem de rearranjos nas relações de poder que decorrem e sustentam as cisões curriculares, já que os valores e interesses individuais ou corporativos, associados aos territórios disciplinares, revelaram-se mais decisivos para a estruturação do currículo do que o compartilhamento em torno dos atributos da formação a ser promovida.ABSTRACT The paper is a case study of disciplinarity as a basic condition of the structure of the curriculum in undergraduate geography. The research sought to answer the conceptions, values and motivations dominant in all the curricular practices, potentiate the action or instituting relate only in accordance with the institutions that sustain the divisions of the curriculum. This is seen as an area of cultural practice where you dispute the worldviews and values of basic training to be promoted in view of certain social ends. This concept allows us to consider the scientific, cultural and humanistic nature of training that the university promotes can materialize in fulfilling its role against the social problems of the region where it operates, being thought a training initiative that allows the teacher to promote education geographical, working professionally as a critical intellectual. Basically using semi-structured interviews and documentary analysis as sources of information, research was conducted by a qualitative methodology, articulating a comprehensive vision about the subject and a dialectical perspective, which places them from social relations marked by inequalities and hierarchies. Proved consensual consideration of the hyper - segmentation of knowledge, such as occurs in the situation investigated, is an obstacle to the promotion of intellectual autonomy because it prevents the further study and research, as activities through which learners can star in their training, reinforcing the notion of the curriculum as knowledge to be transmitted in step with the training needs brought about by socio-spatial transformations. The positivist epistemological tradition of geographical thought, and not permit the construction of a relational and integrative space, enhancing the critical and analytical skills of the students, scientifically legitimate conformed more than transgressive in relation to the order established curriculum practices. The side of the teachers, the empowerment of disciplines and performance alone does not favor the deepening of collective reflection, aiming to design and implement alternative way to dispose curricular activities are consistent with that project, with declining interest in undergraduate teaching, especially in undergraduate, since the expansion of research and the creation of graduate programs. Possible curriculum changes aimed at improving the quality of education depends on rearrangements in power relations that arise and sustain curricular divisions, since the values and individual or corporate, interests associated with disciplinary territories, proved more decisive for structuring curriculum than sharing around the attributes of training to be promoted.Submitted by Ângelo Sérgio Santos da Silva (anges@terra.com.br) on 2016-09-30T15:00:27Z No. of bitstreams: 1 PRONTA IMPRESSA PDF.pdf: 1017298 bytes, checksum: a887cf2d7342be7c3aca986c05e3f23f (MD5)Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora da Silva Lopes (silopes@ufba.br) on 2016-10-04T16:31:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 PRONTA IMPRESSA PDF.pdf: 1017298 bytes, checksum: a887cf2d7342be7c3aca986c05e3f23f (MD5)Made available in DSpace on 2016-10-04T16:31:54Z (GMT). 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