Da Guerra Santa ao Racismo Religioso: Desdobramentos teóricos do conflito religioso em Salvador
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34927 |
Resumo: | O avanço das igrejas pentecostais e das chamadas “guerras santas” iniciadas nos anos de 1980, colocaram para os cientistas sociais uma demanda por pesquisas que abarcassem o fenômeno da “incorporação” e ataques às religiões afro-brasileiras em cultos evangélicos. As mudanças no campo religioso brasileiro, detectadas pelos Censos de 1991, 2000 e 2010, apontam para novas categorias religiosas e o fenômeno do crescimento do número de neopentecostais no Brasil, fator que se repete no estado da Bahia e em sua capital. Salvador é uma capital majoritariamente negra, com grande atuação das religiões no espaço público, e, além disso, os símbolos das religiões afro-brasileiras foram atribuídos enquanto marcadores daquilo que chamam de uma “identidade baiana”. Considerando esses aspectos, o objetivo deste trabalho é discutir, através de revisão bibliográfica, as categorias teóricas formuladas sobre conflito religioso em nível nacional na relação com trabalhos que tratam desses conflitos em Salvador. A partir da análise da bibliografia levantada, em âmbito nacional percebe-se uma mudança teórica, onde o conflito deixa de ser lido como uma “guerra santa” e passa a ser compreendido como uma “intolerância” e, mais recentemente, como “racismo religioso”. Os conflitos entre neopentecostais e afro-brasileiros em Salvador, na bibliografia selecionada, estão configurados na disputa pela hegemonia e pelo espaço público, envolvendo as festas de largo, monumentos e territórios religiosos. Nesta dissertação apresento o movimento teórico realizado em cada dimensão do conflito religioso na cidade. |
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As mudanças no campo religioso brasileiro, detectadas pelos Censos de 1991, 2000 e 2010, apontam para novas categorias religiosas e o fenômeno do crescimento do número de neopentecostais no Brasil, fator que se repete no estado da Bahia e em sua capital. Salvador é uma capital majoritariamente negra, com grande atuação das religiões no espaço público, e, além disso, os símbolos das religiões afro-brasileiras foram atribuídos enquanto marcadores daquilo que chamam de uma “identidade baiana”. Considerando esses aspectos, o objetivo deste trabalho é discutir, através de revisão bibliográfica, as categorias teóricas formuladas sobre conflito religioso em nível nacional na relação com trabalhos que tratam desses conflitos em Salvador. A partir da análise da bibliografia levantada, em âmbito nacional percebe-se uma mudança teórica, onde o conflito deixa de ser lido como uma “guerra santa” e passa a ser compreendido como uma “intolerância” e, mais recentemente, como “racismo religioso”. Os conflitos entre neopentecostais e afro-brasileiros em Salvador, na bibliografia selecionada, estão configurados na disputa pela hegemonia e pelo espaço público, envolvendo as festas de largo, monumentos e territórios religiosos. Nesta dissertação apresento o movimento teórico realizado em cada dimensão do conflito religioso na cidade.The growth of the pentecostal churches and also the so-called “holy wars”, that were initiated in the 1980s, have placed for the social scientists a demand for research that approached the “incorporation” phenomena, as well as attacks on the afro-Brazilian religions in evangelical worship church services. The changes within the Brazilian religious field, identified by the 1991, 2000 and 2010 censuses, point to new religious categories and the phenomenon of growth in the number of neo pentecostals in Brazil, a factor that is being repeated in the state of Bahia and in its capital. Salvador is the blackest capital, with great operation of religions in the public space and, moreover, the afro-Brazilian religions symbols were attributed as markers of what is called a “Bahian identity”. Considering these aspects, the objective of this work is to discuss, through bibliographic review, the theoretical categories formulated about religious conflicts at the national level in relation to works that deal with these conflicts in Salvador. From the analysis of the bibliography, we can see a theoretical change at the national level, where the conflict is no longer read as a "holy war" but as "intolerance" and, more recently, as "religious racism". The conflicts between Neo Pentecostals and Afro-Brazilians in Salvador, in the selected bibliography, are characterized in the dispute for hegemony and public space, involving the block parties, monuments and religious territories. In this Master's thesis I present the theoretical movement carried out in each dimension of the religious conflict in the city.Submitted by Lidia Bradymir (lrbradymir@gmail.com) on 2022-03-16T16:51:36Z No. of bitstreams: 1 Lidia Bradymir_Dissertação v. final p repositorio.pdf: 1537548 bytes, checksum: a301b22408fb1bb1510ee552d1e8d17d (MD5)Approved for entry into archive by Isaac Viana da Cunha Araújo (isaac.cunha@ufba.br) on 2022-03-22T18:04:15Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Lidia Bradymir_Dissertação v. final p repositorio.pdf: 1537548 bytes, checksum: a301b22408fb1bb1510ee552d1e8d17d (MD5)Made available in DSpace on 2022-03-22T18:04:15Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Lidia Bradymir_Dissertação v. final p repositorio.pdf: 1537548 bytes, checksum: a301b22408fb1bb1510ee552d1e8d17d (MD5) Previous issue date: 2022-03-14CAPESporUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) UFBABrasilFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)CNPQ::CIENCIAS HUMANASIntolerância religiosaRacismo religiosoNeopentecostalismoReligiões afro-brasileirasReligious intoleranceReligious racismAfro-Brazilian religionPentecostalismDa Guerra Santa ao Racismo Religioso: Desdobramentos teóricos do conflito religioso em SalvadorFrom Holy War to Religious Racism: Theoretical ramifications of religious conflict in Salvadorinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisTavares, Fátimahttps://orcid.org/0000-0001-6668-4300http://lattes.cnpq.br/6141190119426087Tavares, Fátimahttps://orcid.org/0000-0001-6668-4300http://lattes.cnpq.br/6141190119426087Sampaio, Dilaine Soareshttps://orcid.org/0000-0002-0122-1521http://lattes.cnpq.br/3798077841438858Lima, Marcelo Ayres Camurçahttp://lattes.cnpq.br/8167313163411799https://orcid.org/0000-0002-6296-0934http://lattes.cnpq.br/9830079465191475Santos, Lídia Ribeiro Bradymir dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBALICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1881https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34927/2/license.txt5cfde62e35c4ab1756d453f91b5475e5MD52TEXTLidia Bradymir_Dissertação v. final p repositorio.pdf.txtLidia Bradymir_Dissertação v. final p repositorio.pdf.txtExtracted texttext/plain261177https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34927/3/Lidia%20Bradymir_Disserta%c3%a7%c3%a3o%20v.%20final%20p%20repositorio.pdf.txtc9cf841415b5387f759ed1f321bcc65eMD53Lidia Bradymir PPGA-UFBA_Dissertação v. repositorio (1).pdf.txtLidia Bradymir PPGA-UFBA_Dissertação v. repositorio (1).pdf.txtExtracted texttext/plain261122https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34927/5/Lidia%20Bradymir%20PPGA-UFBA_Disserta%c3%a7%c3%a3o%20v.%20repositorio%20%281%29.pdf.txte8557b7314685a41200c238d9f7f2878MD55ORIGINALLidia Bradymir PPGA-UFBA_Dissertação v. repositorio (1).pdfLidia Bradymir PPGA-UFBA_Dissertação v. repositorio (1).pdfapplication/pdf1538757https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34927/4/Lidia%20Bradymir%20PPGA-UFBA_Disserta%c3%a7%c3%a3o%20v.%20repositorio%20%281%29.pdf4fc70ee2d36f57b1349c5a4722f8689eMD54ri/349272022-12-17 02:04:27.333oai:repositorio.ufba.br:ri/34927TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gCnBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2t1cCAKZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiAKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcMOzc2l0byBkYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIApkZSBuaW5ndcOpbS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2PDqiBuw6NvIHBvc3N1aSBhIHRpdHVsYXJpZGFkZSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHZvY8OqIGRlY2xhcmEgcXVlIApvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyAKbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gCm91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIApPUkdBTklTTU8sIFZPQ8OKIERFQ0xBUkEgUVVFIFJFU1BFSVRPVSBUT0RPUyBFIFFVQUlTUVVFUiBESVJFSVRPUyBERSBSRVZJU8ODTyBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyAKRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório 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O avanço das igrejas pentecostais e das chamadas “guerras santas” iniciadas nos anos de 1980, colocaram para os cientistas sociais uma demanda por pesquisas que abarcassem o fenômeno da “incorporação” e ataques às religiões afro-brasileiras em cultos evangélicos. As mudanças no campo religioso brasileiro, detectadas pelos Censos de 1991, 2000 e 2010, apontam para novas categorias religiosas e o fenômeno do crescimento do número de neopentecostais no Brasil, fator que se repete no estado da Bahia e em sua capital. Salvador é uma capital majoritariamente negra, com grande atuação das religiões no espaço público, e, além disso, os símbolos das religiões afro-brasileiras foram atribuídos enquanto marcadores daquilo que chamam de uma “identidade baiana”. Considerando esses aspectos, o objetivo deste trabalho é discutir, através de revisão bibliográfica, as categorias teóricas formuladas sobre conflito religioso em nível nacional na relação com trabalhos que tratam desses conflitos em Salvador. A partir da análise da bibliografia levantada, em âmbito nacional percebe-se uma mudança teórica, onde o conflito deixa de ser lido como uma “guerra santa” e passa a ser compreendido como uma “intolerância” e, mais recentemente, como “racismo religioso”. Os conflitos entre neopentecostais e afro-brasileiros em Salvador, na bibliografia selecionada, estão configurados na disputa pela hegemonia e pelo espaço público, envolvendo as festas de largo, monumentos e territórios religiosos. Nesta dissertação apresento o movimento teórico realizado em cada dimensão do conflito religioso na cidade. |
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