Discursos nos comentários sobre notícias de suicídio na internet a paritr de três estudos de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira Jr, Avimar
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24006
Resumo: O suicídio é um fenômeno complexo e multideterminado que assombra e intriga a humanidade desde sua alvorada. Desconcertante, o suicídio atinge todos os países – principalmente os menos desenvolvidos −, todas as classes socais − em especial os dois extremos da pirâmide social −, todos os sexos – apesar de homens se suicidarem mais que as mulheres – e idades – apesar de ainda ser mais comum entre os idosos, tem crescido vertiginosamente entre os jovens −. Intrigante, é objeto de reflexão e estudo da filosofia, teologia e das mais diversas áreas cientificas, e dado seu crescimento nas últimas décadas, configura-se com um problema de saúde pública, que leva a óbito mais de 800 mil de pessoas todos os anos, matando mais que as guerras em curso e entre os jovens já se posta como a segunda causa de mortes. Desde a publicação d’Os sofrimentos do jovem Werther, em 1774, existe uma preocupação do efeito contagioso, especialmente entre os jovens, redobrada com o advento da internet, em que as informações se disseminam com imensa velocidade e sem nenhum controle sobre a sua forma de divulgação. É nesse contexto que a presente pesquisa objetivou compreender qual o impacto que o suicídio tem na sociedade, suas representações e quais os discursos que sustentam tais concepções sobre o fenômeno suicida, a partir dos comentários às reportagens de suicídios em sítios na internet. Para tanto, realizou-se o estudo de três casos – o de Amanda Todd, o do suposto suicídio de um marido de uma cantora gospel traído, o do músico Champignon − a partir dos arcabouços teóricos e metodológicos da Análise de Discurso e, em especial, da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. Os comentários possuíam um tom agressivo e inflexível, que descambavam rapidamente em brigas e acusações, inclusive quando se pedia empatia com os que sofriam. Concluiu-se que o suicídio continua um tabu, rejeitado pela maioria dos comentaristas, em geral atribuído à covardia, à depressão, às drogas, à perversidade humana e à hipocrisia social. Tais enunciados se fundamentaram, principalmente, em discursos religiosos e moralistas, apontando para uma perspectiva conservadora e individualista, típica do homem burguês da sociedade de consumo e, por outro lado, para subjetividades frágeis, alienadas de si e do outro, desejosas de contato e afeto, contudo desconfiadas e agressivas, típicas de uma personalidade narcisista e próxima do discurso fascista. Ao mesmo tempo, na sociedade do espetáculo, até mesmo o tabu do suicídio se torna espetacular e é vendido como qualquer outra mercadoria, refletindo-se na forma e conteúdo tanto das reportagens, quanto dos comentários. Deste modo, a internet, enquanto expressão da Indústria Cultural, reproduz os ideais e dinâmicas da sociedade em geral. Contudo, a internet representa uma realidade que deve ser estudada para que se possa nela agir e, dada sua força, utilizá-la como instrumento de prevenção e posvenção ao suicídio e outras questões de saúde pública. Contudo, se a sociedade do espetáculo do capitalismo tardio favorece o aumento de sujeitos com depressão, e vê os números de suicídio crescerem alarmantemente, justamente no momento em que mais se oferta a felicidade, conclui-se, então, que a prevenção e posvenção do suicídio não deve se limitar à dimensão clínica, mas estender-se às dimensões política e social, em que, com um novo modo de produção e organização política e cultural, propicie novas formas de organização social e novos discursos, sobre o mundo e sobre si mesmo.
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Intrigante, é objeto de reflexão e estudo da filosofia, teologia e das mais diversas áreas cientificas, e dado seu crescimento nas últimas décadas, configura-se com um problema de saúde pública, que leva a óbito mais de 800 mil de pessoas todos os anos, matando mais que as guerras em curso e entre os jovens já se posta como a segunda causa de mortes. Desde a publicação d’Os sofrimentos do jovem Werther, em 1774, existe uma preocupação do efeito contagioso, especialmente entre os jovens, redobrada com o advento da internet, em que as informações se disseminam com imensa velocidade e sem nenhum controle sobre a sua forma de divulgação. É nesse contexto que a presente pesquisa objetivou compreender qual o impacto que o suicídio tem na sociedade, suas representações e quais os discursos que sustentam tais concepções sobre o fenômeno suicida, a partir dos comentários às reportagens de suicídios em sítios na internet. Para tanto, realizou-se o estudo de três casos – o de Amanda Todd, o do suposto suicídio de um marido de uma cantora gospel traído, o do músico Champignon − a partir dos arcabouços teóricos e metodológicos da Análise de Discurso e, em especial, da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. Os comentários possuíam um tom agressivo e inflexível, que descambavam rapidamente em brigas e acusações, inclusive quando se pedia empatia com os que sofriam. Concluiu-se que o suicídio continua um tabu, rejeitado pela maioria dos comentaristas, em geral atribuído à covardia, à depressão, às drogas, à perversidade humana e à hipocrisia social. Tais enunciados se fundamentaram, principalmente, em discursos religiosos e moralistas, apontando para uma perspectiva conservadora e individualista, típica do homem burguês da sociedade de consumo e, por outro lado, para subjetividades frágeis, alienadas de si e do outro, desejosas de contato e afeto, contudo desconfiadas e agressivas, típicas de uma personalidade narcisista e próxima do discurso fascista. Ao mesmo tempo, na sociedade do espetáculo, até mesmo o tabu do suicídio se torna espetacular e é vendido como qualquer outra mercadoria, refletindo-se na forma e conteúdo tanto das reportagens, quanto dos comentários. Deste modo, a internet, enquanto expressão da Indústria Cultural, reproduz os ideais e dinâmicas da sociedade em geral. Contudo, a internet representa uma realidade que deve ser estudada para que se possa nela agir e, dada sua força, utilizá-la como instrumento de prevenção e posvenção ao suicídio e outras questões de saúde pública. Contudo, se a sociedade do espetáculo do capitalismo tardio favorece o aumento de sujeitos com depressão, e vê os números de suicídio crescerem alarmantemente, justamente no momento em que mais se oferta a felicidade, conclui-se, então, que a prevenção e posvenção do suicídio não deve se limitar à dimensão clínica, mas estender-se às dimensões política e social, em que, com um novo modo de produção e organização política e cultural, propicie novas formas de organização social e novos discursos, sobre o mundo e sobre si mesmo.Suicide is a complex and multidetermined phenomenon that has haunted and intrigued humanity since its dawn. Disconcertingly, suicide affects all countries - especially the least developed - all social classes - especially the two extremes of the social pyramid - all sexes - although men commit suicide more than women - and ages - although still Being more common among the elderly, has grown dizzyingly among young people. Intriguing, it is the subject of reflection and study of philosophy, theology and the most diverse scientific areas, and given its growth in the last decades, it is a public health problem that causes death to more than 800 thousand people every year , Killing more than the ongoing wars and among young people already poses as the second cause of death. Since the publication of The Young Werther's sufferings in 1774 there is a concern about the contagious effect, especially among young people, redoubled with the advent of the internet, where information spreads with immense speed and with no control over its form Of disclosure. It is in this context that the present research aimed to understand the impact that suicide has on society, its representations and what the discourses that sustain such conceptions about the suicidal phenomenon, from the comments to the reports of suicides in internet sites. For that, the study of three cases - Amanda Todd, the alleged suicide of a husband of a betrayed gospel singer, that of the musician Champignon - was carried out, based on the theoretical and methodological frameworks of Discourse Analysis and, in particular , Of the Critical Theory of the Frankfurt School. The remarks were aggressive and unyielding in tone, and they fell quickly into quarrels and accusations, even when empathy was sought with those who suffered. It was concluded that suicide remains a taboo, rejected by most commentators, generally attributed to cowardice, depression, drugs, human perversity and social hypocrisy. These statements were based mainly on religious and moral discourses, pointing to a conservative and individualistic perspective, typical of the bourgeois man of the consumer society and, on the other hand, for fragile subjectivities, alienated from each other and desirous of contact and Affection, however distrustful and aggressive, typical of a narcissistic personality and close to the fascist discourse. At the same time, in the society of the show, even the suicide taboo becomes spectacular and is sold like any other commodity, reflecting on the form and content of both the reports and the comments. In this way, the Internet, as an expression of the Cultural Industry, reproduces the ideals and dynamics of society in general. However, the internet represents a reality that must be studied so that it can act on it and, given its strength, use it as an instrument for prevention and suicide and other public health issues. However, if the late-stage capitalist society favors the increase of subjects with depression, and sees the suicide numbers grow alarmingly, just at the moment when happiness is most offered, it is concluded that the prevention and Suicide should not be limited to the clinical dimension, but should extend to the political and social dimensions, with a new mode of production and political and cultural organization, providing new forms of social organization and new discourses, about the world and about itself same.Submitted by Avimar Ferreira Junior (avimarj@ufba.br) on 2017-06-02T09:13:04Z No. of bitstreams: 1 Tese Ferreira Jr, Avimar.pdf: 4077999 bytes, checksum: ea00de20dab3c899259b697376cda5e1 (MD5)Approved for entry into archive by Hozana Azevedo (hazevedo@ufba.br) on 2017-08-16T18:18:28Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese Ferreira Jr, Avimar.pdf: 4077999 bytes, checksum: ea00de20dab3c899259b697376cda5e1 (MD5)Made available in DSpace on 2017-08-16T18:18:28Z (GMT). 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