Sobreviventes: os significados do retorno ao trabalho após a experiência do câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Jamille Baultar
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31430
Resumo: O câncer de mama ainda é um importante problema de saúde pública sendo a maior causa de neoplasias da população feminina mundial. Tal fenômeno se deve ao aumento da prevalência, a identificação dos fatores de risco e as políticas de rastreamento e prevenção que tem permitido a detecção precoce da doença. Assim, o retorno ao trabalho de mulheres sobreviventes do câncer de mama tem sido alvo de estudos nas últimas décadas, sobretudo em razão do aumento significativo de trabalhadoras acometidas pela doença quando ainda estão em idade para trabalhar. Pesquisas têm demonstrado que diversos fatores podem contribuir para uma reabilitação laboral bem sucedida desse perfil de trabalhadora, dentre os quais: ajustes nas condições de trabalho, flexibilização das tarefas, troca de informações e experiências pessoais sobre a doença com amigos, familiares e colegas de trabalho, suporte de profissionais de saúde, apoio adequado de gestores e colegas de trabalho etc. Há uma escassez de estudos realizados no Brasil sobre o retorno ao trabalho de servidores públicos sobreviventes do câncer. Assim, este projeto visa compreender sob a perspectiva das Ciências Sociais em Saúde qual o significado do retorno ao trabalho após a experiência do câncer de mama para servidoras de uma instituição federal de ensino superior. Para a construção dos dados dessa pesquisa, foi realizada a análise documental de prontuários do serviço médico dessa instituição a fim de localizar servidoras que estivessem em retorno ao trabalho há pelo menos um ano após término do tratamento da doença, além da realização de entrevistas narrativas e do uso do diário de campo. Sete servidoras foram entrevistadas, sendo que o material dessas narrativas foi analisado sob a perspectiva da Teoria da Interpretação de Paul Ricoeur. Essa dissertação foi organizada em dois artigos. O primeiro artigo consiste numa metassíntese cujo objetivo foi comparar pesquisas qualitativas relevantes acerca da experiência de retorno ao trabalho de mulheres sobreviventes do câncer de mama e produzir uma síntese sobre este tema. A análise dos achados desse estudo foi guiada pela perspectiva teórica da fenomenologia de Patrícia Munhall e teve como principais resultados o retorno ao trabalho como um processo que possui significados diferentes à medida que essas mulheres avançam as etapas da reabilitação e interagem com diferentes atores e contextos sociais. Além disso, há uma necessidade de aprimoramento das relações intersubjetivas das partes interessadas no processo de reabilitação. O segundo artigo teve como objetivo explorar a compreensão dos significados do retorno ao trabalho de servidoras públicas após a vivência do câncer de mama. Os resultados apontam o retorno ao trabalho como um processo dinâmico e complexo que se constrói não apenas através de políticas de reabilitação, mas através da relacionalidade e das trocas intersubjetivas destas servidoras com seus pares. Também foi observada uma vulnerabilidade no processo de reabilitação, porém mitigada pelas condições próprias do serviço público que muitas vezes são traduzidas num certo “empoderamento” dessas mulheres durante as negociações do RT na instituição. Assim, sobreviver ao câncer de mama, mais do x que viver longos anos após um evento traumático de adoecimento, significa aprender a conviver com uma doença crônica de longa duração, e, “voltar a trabalhar” pode ser compreendido como uma metáfora de “voltar à vida” tendo em vista que o restabelecimento da vida profissional é sentido por estas trabalhadoras como sinal de “cura” após o tratamento. Conclui-se que a fenomenologia hermenêutica é um método de investigação interpretativo útil para a compreensão da essência do fenômeno do retorno ao trabalho pós-câncer de mama e que as políticas públicas voltadas à saúde da mulher no Brasil ainda estão desarticuladas das demandas da sociedade contemporânea onde essa mesma trabalhadora necessita conciliar os cuidados com sua saúde com os contextos do mercado de trabalho no qual estão cada vez mais inseridas. Os achados apontam ainda a importância das redes de solidariedade estabelecidas entre estas mulheres e os colegas de trabalho como elementos mantenedores destas trabalhadoras no contexto de trabalho ainda quando as circunstâncias da reabilitação não estivessem sendo as mais promissoras ou sequer acordadas entre elas e as partes interessadas.
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Pesquisas têm demonstrado que diversos fatores podem contribuir para uma reabilitação laboral bem sucedida desse perfil de trabalhadora, dentre os quais: ajustes nas condições de trabalho, flexibilização das tarefas, troca de informações e experiências pessoais sobre a doença com amigos, familiares e colegas de trabalho, suporte de profissionais de saúde, apoio adequado de gestores e colegas de trabalho etc. Há uma escassez de estudos realizados no Brasil sobre o retorno ao trabalho de servidores públicos sobreviventes do câncer. Assim, este projeto visa compreender sob a perspectiva das Ciências Sociais em Saúde qual o significado do retorno ao trabalho após a experiência do câncer de mama para servidoras de uma instituição federal de ensino superior. Para a construção dos dados dessa pesquisa, foi realizada a análise documental de prontuários do serviço médico dessa instituição a fim de localizar servidoras que estivessem em retorno ao trabalho há pelo menos um ano após término do tratamento da doença, além da realização de entrevistas narrativas e do uso do diário de campo. Sete servidoras foram entrevistadas, sendo que o material dessas narrativas foi analisado sob a perspectiva da Teoria da Interpretação de Paul Ricoeur. Essa dissertação foi organizada em dois artigos. O primeiro artigo consiste numa metassíntese cujo objetivo foi comparar pesquisas qualitativas relevantes acerca da experiência de retorno ao trabalho de mulheres sobreviventes do câncer de mama e produzir uma síntese sobre este tema. A análise dos achados desse estudo foi guiada pela perspectiva teórica da fenomenologia de Patrícia Munhall e teve como principais resultados o retorno ao trabalho como um processo que possui significados diferentes à medida que essas mulheres avançam as etapas da reabilitação e interagem com diferentes atores e contextos sociais. Além disso, há uma necessidade de aprimoramento das relações intersubjetivas das partes interessadas no processo de reabilitação. O segundo artigo teve como objetivo explorar a compreensão dos significados do retorno ao trabalho de servidoras públicas após a vivência do câncer de mama. Os resultados apontam o retorno ao trabalho como um processo dinâmico e complexo que se constrói não apenas através de políticas de reabilitação, mas através da relacionalidade e das trocas intersubjetivas destas servidoras com seus pares. Também foi observada uma vulnerabilidade no processo de reabilitação, porém mitigada pelas condições próprias do serviço público que muitas vezes são traduzidas num certo “empoderamento” dessas mulheres durante as negociações do RT na instituição. Assim, sobreviver ao câncer de mama, mais do x que viver longos anos após um evento traumático de adoecimento, significa aprender a conviver com uma doença crônica de longa duração, e, “voltar a trabalhar” pode ser compreendido como uma metáfora de “voltar à vida” tendo em vista que o restabelecimento da vida profissional é sentido por estas trabalhadoras como sinal de “cura” após o tratamento. Conclui-se que a fenomenologia hermenêutica é um método de investigação interpretativo útil para a compreensão da essência do fenômeno do retorno ao trabalho pós-câncer de mama e que as políticas públicas voltadas à saúde da mulher no Brasil ainda estão desarticuladas das demandas da sociedade contemporânea onde essa mesma trabalhadora necessita conciliar os cuidados com sua saúde com os contextos do mercado de trabalho no qual estão cada vez mais inseridas. 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