Ancestralidade, ritual e encruzilhada: sobre a praxis de tradução negra em A morte e o Elesin do Alâfin E O ẸLẸṢIN DO ALÂFIN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Menezes, Feva Omo Iyanu Souza
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38437
Resumo: A Tradução Negra, enquanto componente pertencente ao campo dos Estudos de Tradução, apresenta-se como um mecanismo teórico e metodológico para o desenvolvimento de projetos tradutórios afrocentrados cuja finalidade maior é a construção de um diálogo igualitário entre os textos produzidos e traduzidos a partir de produções africanas e afrodiaspóricas. Partindo desse princípio, o desenvolvimento e a aplicação de um projeto de tradução afrocentrada, esta pesquisa teve como objetivo geral fazer a tradução literária da peça Death and The King’s Horseman, do escritor nigeriano Wole Soyinka, escrita em inglês e iorubá, para o português brasileiro. Para o desenvolvimento desta produção, foi feito a maturação de um projeto de tradução afrocentrada que concentrou-se, maiormente, em revisitar o conceito de Tradução de Encruzilhada, cunhado pela pesquisadora e tradutora Luciana Reis (2016) e, mais trade, revisto pela pesquisadora Feva Omo Iyanu (2018), buscando acrescer outros elementos que encorpassem a potência teórica e metodológica dessa ferramenta tradutória. Nesse sentido, o conceito foi encorpado a partir de sua reelaboração, levando em conta os seguintes fatores teóricos e metodológicos: i pensar a tradução doravante a perspectiva de ancestralidade; ii reestabelecer a questão do tempo e das temporalidades no processo tradutório, tomando como ponto de partida as encruzilhadas e as manifestações religiosas afro-brasileiras; iii e, por fim, discorrer sobre o ritual enquanto ferramenta tradutória que compõe a perspectiva de Tradução de Encruzilhada, ponderando sobre o processo de tradução negra como práxis tradutória assentada no corpo. Assim sendo, para a primeira parte, centrada na reconstrução historiográfica dos terreiros de candomblé, a tradição, a memória e a história africana e afrodiaspórica no Brasil, como também as perspectivas política e filosófica da ancestralidade, o diálogo se estabeleceu, dentre outras e outros intelectuais, a partir de Verger (1981), Reis (2005), Silveira (2005), Luiz Mott (1986), Laura de Mello e Souza (1986), Parés (2018), Moraes (1916), Freitas (1977), Bordieu (1979), Sodré (2017), Kabengele Munanga (2016), Tigana Santos (2019), Maurício Waldman (1998), Hampaté Bâ (2010), Kwasi Wiredu (2010) e Vanda Machado (2013); para a segunda parte, cuja a centralidade estava alicerçada em elaborar sobre o Espaço e o Território, as perspectivas de Tempo Africano e Tempo-imagético-espiralar, as trocas foram feitas a partir de nomes como Santos (2001), Ediho Lokanga (2021), SILVA-REIS (2018), Sodré (2019), Milton Santos (2001), Borges e Caputo (2016), Edson Carneiro (2008), Carrascosa (2016), John Mbiti (1989), Sunday Babalola e Olusegun Alokan (2013), ZorBari-Nwitambu e Sylva Ezema Kalu (2018), Kazeem (2016), Beniste (2010), Juana Elbein (2012) e Martins (2021); já na terceira parte, concentrada no Ritual como Ethos-Negro e os seus desdobramentos para o processo tradutório na Tradução de Encruzilhada, as elaborações foram gestadas a partir de intelectuais como Etim (2019), Fromm (1950), Kyalo (2013), Soyinka (1976), Santos (2012) e Burley (2020). Para além da abertura do campo teórico e metodológico no campo dos Estudos de Tradução, que também está inserido no campo dos Estudos Literários, esta pesquisa resultou na tradução afrocentrada da peça Death and The King’s Horseman, contribuindo, de mesmo modo, para o desenvolvimento de estudos voltados para outras áreas do conhecimento tais como as áreas de Artes Cênicas, História, Sociologia, Linguística, Antropologia, Estudos Étnicos e Religião.
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Para o desenvolvimento desta produção, foi feito a maturação de um projeto de tradução afrocentrada que concentrou-se, maiormente, em revisitar o conceito de Tradução de Encruzilhada, cunhado pela pesquisadora e tradutora Luciana Reis (2016) e, mais trade, revisto pela pesquisadora Feva Omo Iyanu (2018), buscando acrescer outros elementos que encorpassem a potência teórica e metodológica dessa ferramenta tradutória. Nesse sentido, o conceito foi encorpado a partir de sua reelaboração, levando em conta os seguintes fatores teóricos e metodológicos: i pensar a tradução doravante a perspectiva de ancestralidade; ii reestabelecer a questão do tempo e das temporalidades no processo tradutório, tomando como ponto de partida as encruzilhadas e as manifestações religiosas afro-brasileiras; iii e, por fim, discorrer sobre o ritual enquanto ferramenta tradutória que compõe a perspectiva de Tradução de Encruzilhada, ponderando sobre o processo de tradução negra como práxis tradutória assentada no corpo. Assim sendo, para a primeira parte, centrada na reconstrução historiográfica dos terreiros de candomblé, a tradição, a memória e a história africana e afrodiaspórica no Brasil, como também as perspectivas política e filosófica da ancestralidade, o diálogo se estabeleceu, dentre outras e outros intelectuais, a partir de Verger (1981), Reis (2005), Silveira (2005), Luiz Mott (1986), Laura de Mello e Souza (1986), Parés (2018), Moraes (1916), Freitas (1977), Bordieu (1979), Sodré (2017), Kabengele Munanga (2016), Tigana Santos (2019), Maurício Waldman (1998), Hampaté Bâ (2010), Kwasi Wiredu (2010) e Vanda Machado (2013); para a segunda parte, cuja a centralidade estava alicerçada em elaborar sobre o Espaço e o Território, as perspectivas de Tempo Africano e Tempo-imagético-espiralar, as trocas foram feitas a partir de nomes como Santos (2001), Ediho Lokanga (2021), SILVA-REIS (2018), Sodré (2019), Milton Santos (2001), Borges e Caputo (2016), Edson Carneiro (2008), Carrascosa (2016), John Mbiti (1989), Sunday Babalola e Olusegun Alokan (2013), ZorBari-Nwitambu e Sylva Ezema Kalu (2018), Kazeem (2016), Beniste (2010), Juana Elbein (2012) e Martins (2021); já na terceira parte, concentrada no Ritual como Ethos-Negro e os seus desdobramentos para o processo tradutório na Tradução de Encruzilhada, as elaborações foram gestadas a partir de intelectuais como Etim (2019), Fromm (1950), Kyalo (2013), Soyinka (1976), Santos (2012) e Burley (2020). Para além da abertura do campo teórico e metodológico no campo dos Estudos de Tradução, que também está inserido no campo dos Estudos Literários, esta pesquisa resultou na tradução afrocentrada da peça Death and The King’s Horseman, contribuindo, de mesmo modo, para o desenvolvimento de estudos voltados para outras áreas do conhecimento tais como as áreas de Artes Cênicas, História, Sociologia, Linguística, Antropologia, Estudos Étnicos e Religião.Black Translation, as a component belonging to the field of Translation Studies, presents itself as a theoretical and methodological mechanism for the development of Afro-centered translation projects whose main purpose is the construction of an egalitarian dialogue between texts produced and translated from productions African and Afrodiasporic. Based on this principle, the development and application of an Afrocentric translation project, this research had as its general objective to make the literary translation of the play Death and The King's Horseman, by the Nigerian writer Wole Soyinka, written in English and Yoruba, into Brazilian Portuguese. For the development of this production, an Afro-centered translation project was matured, which focused mainly on revisiting the concept of Translation of Encruzilhada, coined by researcher and translator Luciana Reis (2016) and, furthermore, revised by researcher Feva Omo Iyanu (2018), seeking to add other elements that embody the theoretical and methodological power of this translation tool. In this sense, the concept was embodied from its re-elaboration, taking into account the following theoretical and methodological factors: i think of translation from the perspective of ancestry; ii re-establish the issue of time and temporalities in the translation process, taking as a starting point the encruzilhadas (crossroads) and Afro-Brazilian religious manifestations; iii and, finally, discuss the ritual as a translation tool that composes the perspective of Translation of Encruzilhada, pondering the process of black translation as a translation practice based on the body. Therefore, for the first part, centered on the historiographical reconstruction of Candomblé Terreiros (religious temples), African and Afrodiasporic tradition, memory and history in Brazil, as well as the political and philosophical perspectives of ancestry, the dialogue was established, among others intellectuals, from Verger (1981), Reis (2005), Silveira (2005), Luiz Mott (1986), Laura de Mello e Souza (1986), Parés (2018), Moraes (1916), Freitas (1977), Bordieu (1979), Sodré (2017), Kabengele Munanga (2016), Tigana Santos (2019), Maurício Waldman (1998), Hampaté Bâ (2010), Kwasi Wiredu (2010) and Vanda Machado (2013); for the second part, whose centrality was based on elaborating on Space and Territory, the perspectives of African Time and Spiral-Imagetic-Time, the exchanges were made from names such as Santos (2001), Ediho Lokanga (2021) , SILVA-REIS (2018), Sodré (2019), Milton Santos (2001), Borges and Caputo (2016), Edson Carneiro (2008), Carrascosa (2016), John Mbiti (1989), Sunday Babalola and Olusegun Alokan (2013) ), ZorBari-Nwitambu and Sylva Ezema Kalu (2018), Kazeem (2016), Beniste (2010), Juana Elbein (2012) and Martins (2021); in the third part, concentrated on Ritual as a Black-Ethos and its consequences for the translation process in the Translation of Encruzilhada, the elaborations were gestated from intellectuals such as Etim (2019), Fromm (1950), Kyalo (2013), Soyinka (1976), Santos (2012) and Burley (2020). In addition to opening the theoretical and methodological field in the field of Translation Studies, which is also inserted in the field of Literary Studies, this research resulted in the Afro-centered translation of the play Death and The King's Horseman, contributing, in the same way, to the development of studies focused on other areas of knowledge such as the areas of Performing Arts, History, Sociology, Linguistics, Anthropology, Ethnic Studies and Religion.Submitted by Michelle Veras (michelle.veras@ufba.br) on 2023-10-27T11:31:01Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Tese_Verso_Final_2023.pdf: 3392226 bytes, checksum: 238d901fed7009d99e63f6305eaff611 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2023-11-13T15:34:56Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Tese_Verso_Final_2023.pdf: 3392226 bytes, checksum: 238d901fed7009d99e63f6305eaff611 (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5)Made available in DSpace on 2023-11-13T15:34:56Z (GMT). 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