Entre a leitura tátil e a leitura oral: letramentos de jovens cegos na contemporaneidade.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martinez, Amanda Botelho Corbacho
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32546
Resumo: Atualmente, as pessoas cegas podem ler através do Sistema Braille, dos ledores, que são as pessoas que enxergam e leem em voz alta para os cegos, e das tecnologias digitais por meio do sintetizador de voz de programas leitores de tela. Diante dessas diferentes possibilidades, esta pesquisa teve como objetivo geral compreender como ocorrem os letramentos de jovens cegos na contemporaneidade, para contribuir com a discussão no campo da educação, sobretudo no que se refere ao ensino da leitura e da escrita. Os objetivos específicos foram conhecer quais eventos de letramento são vivenciados pelos jovens cegos, em diferentes espaços sociais; identificar os sujeitos e/ou artefatos mediadores desses eventos. Foi adotada a concepção dos letramentos sociais proposta pelos Novos Estudos do Letramento (New Literacy Studies), que busca compreender os usos que as pessoas fazem da leitura e da escrita nos diferentes contextos socioculturais. Para discutir leitura e escrita foi utilizada a perspectiva interacionista, que se baseia na concepção bakhtiniana de linguagem. Foi realizado um estudo qualitativo e utilizada a entrevista semiestruturada como dispositivo de pesquisa. As categorias analisadas, elaboradas com base no referencial teórico, foram os eventos e práticas de letramento vernaculares e seus respectivos sujeitos e artefatos mediadores e os eventos e práticas de letramento dominantes e seus respectivos sujeitos e artefatos mediadores. Participaram da investigação cinco jovens cegos, de 11 a 18 anos de idade, que frequentam escolas públicas e particulares no estado da Bahia e um Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), em Salvador. No que se refere aos letramentos dominantes, os resultados desta pesquisa demonstraram que os sujeitos participam apenas de práticas de letramento escolar, tendo como principal artefato mediador os ledores (colegas, professores e familiares). Já as práticas de letramento vernaculares ocorrem em casa e na escola (no intervalo das aulas, na chegada e saída) e o celular é o principal artefato mediador desses eventos de letramento. O braille não faz parte das práticas de letramento vernaculares, sendo utilizado apenas para algumas tarefas escolares e os jovens relataram também que preferem ler através das tecnologias digitais ou dos ledores. Ainda há, porém, muita dificuldade para obter livros em formatos acessíveis (seja em braille ou digital). A partir dos relatos, foi possível perceber que a esfera escolar valoriza mais a leitura pelo sistema em relevo. No entanto, no dia a dia desses jovens, as tecnologias digitais e os ledores são os principais mediadores das práticas letradas. Nesse sentido, os resultados deste estudo apontam que o braille deve continuar sendo ensinado, por favorecer o processo de alfabetização e também por ainda ser o único sistema que propicia o contato imediato com a ortografia das palavras, mas é importante haver também políticas públicas de incentivo ao uso dos computadores portáteis desde as séries iniciais do Ensino Fundamental. A leitura com o apoio da oralidade é frequente no cotidiano dos jovens cegos e os modos e meios de ler e escrever em tempos de tecnologias digitais devem ser valorizados pela esfera escolar e tornarem-se também um objeto de ensino.
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Os objetivos específicos foram conhecer quais eventos de letramento são vivenciados pelos jovens cegos, em diferentes espaços sociais; identificar os sujeitos e/ou artefatos mediadores desses eventos. Foi adotada a concepção dos letramentos sociais proposta pelos Novos Estudos do Letramento (New Literacy Studies), que busca compreender os usos que as pessoas fazem da leitura e da escrita nos diferentes contextos socioculturais. Para discutir leitura e escrita foi utilizada a perspectiva interacionista, que se baseia na concepção bakhtiniana de linguagem. Foi realizado um estudo qualitativo e utilizada a entrevista semiestruturada como dispositivo de pesquisa. As categorias analisadas, elaboradas com base no referencial teórico, foram os eventos e práticas de letramento vernaculares e seus respectivos sujeitos e artefatos mediadores e os eventos e práticas de letramento dominantes e seus respectivos sujeitos e artefatos mediadores. Participaram da investigação cinco jovens cegos, de 11 a 18 anos de idade, que frequentam escolas públicas e particulares no estado da Bahia e um Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), em Salvador. No que se refere aos letramentos dominantes, os resultados desta pesquisa demonstraram que os sujeitos participam apenas de práticas de letramento escolar, tendo como principal artefato mediador os ledores (colegas, professores e familiares). Já as práticas de letramento vernaculares ocorrem em casa e na escola (no intervalo das aulas, na chegada e saída) e o celular é o principal artefato mediador desses eventos de letramento. O braille não faz parte das práticas de letramento vernaculares, sendo utilizado apenas para algumas tarefas escolares e os jovens relataram também que preferem ler através das tecnologias digitais ou dos ledores. Ainda há, porém, muita dificuldade para obter livros em formatos acessíveis (seja em braille ou digital). A partir dos relatos, foi possível perceber que a esfera escolar valoriza mais a leitura pelo sistema em relevo. No entanto, no dia a dia desses jovens, as tecnologias digitais e os ledores são os principais mediadores das práticas letradas. Nesse sentido, os resultados deste estudo apontam que o braille deve continuar sendo ensinado, por favorecer o processo de alfabetização e também por ainda ser o único sistema que propicia o contato imediato com a ortografia das palavras, mas é importante haver também políticas públicas de incentivo ao uso dos computadores portáteis desde as séries iniciais do Ensino Fundamental. A leitura com o apoio da oralidade é frequente no cotidiano dos jovens cegos e os modos e meios de ler e escrever em tempos de tecnologias digitais devem ser valorizados pela esfera escolar e tornarem-se também um objeto de ensino.ABSTRACT Currently, blind people can read through the Braille System, from the readers who are the people who see and read aloud to them, and from digital technologies through the speech synthesizer of screen reader programs. In view of these different possibilities, this research had the general objective of understanding how literacies of blind young people occur in contemporary times, and thus to contribute to the discussion in the field of education, especially with regard to the teaching of reading and writing. The specific objectives were to know what literacy events are experienced by young blind people in different social spaces; identify the subjects and/or artifacts that mediate these events. The concept of social literacies proposed by the New Literacy Studies was adopted, which seeks to understand the uses that people make of reading and writing in different socio-cultural contexts. The interactionist perspective was used to discuss reading and writing, which is based on the Bakhtinian conception of language. A qualitative study was carried out and the semi-structured interview was used as a research device. The analyzed categories, developed on the basis of the theoretical framework, were both the vernacular and dominant literacy events and practices and their respective subjects and mediating artifacts. Five blind young people, from 11 to 18 years old, who attended public and private schools in the state of Bahia and a Specialized Educational Assistance Center (CAEE) in Salvador city participated in the investigation. With regard to the dominant literacies, the results of this research demonstrated that the subjects participate only in school literacy practices, with the main mediator artifact being the readers (classmates, teachers and family members). The vernacular literacy practices, on the other hand, occur at home and at school (between classes, on arrival and departure) and the cell phone is the main mediating artifact of these literacy events. Braille is not part of vernacular literacy practices, being used only for some school tasks and young people also reported that they prefer to read through digital technologies or readers. However, it is still very difficult to obtain books in accessible formats (whether in braille or digital). From the reports, it was possible to notice that the school environment values reading more by the embossed system. However, in the daily lives of these young people, digital technologies and readers are the main mediators of literate practices. In this sense, the results of this study point out that Braille should continue to be taught, as it favors the literacy process and also because it is still the only system that provides immediate contact with the spelling of words, but it is also important to have public incentive policies to the use of portable computers since the initial grades of Elementary School. The reading with the support of orality is frequent in the daily lives of young blind people and the ways and means of reading and writing in times of digital technologies must be valued by the school environment, and also become an object of teaching.Submitted by Amanda Corbacho (corbacho.amanda@gmail.com) on 2020-12-28T08:24:03Z No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado_Amanda Martinez_data aprovação.pdf: 2341730 bytes, checksum: 36163de95f1aba446cec2104696009aa (MD5)Approved for entry into archive by Ana Miria Moreira (anamiriamoreira@hotmail.com) on 2021-01-04T17:46:55Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado_Amanda Martinez_data aprovação.pdf: 2341730 bytes, checksum: 36163de95f1aba446cec2104696009aa (MD5)Made available in DSpace on 2021-01-04T17:46:55Z (GMT). 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