Características clínicas e histopatológicas dos pacientes com carcinoma de próstata metastático tratados em uma unidade de referência do Sistema Único de Saúde em Salvador - Bahia

• Autor(a) principal: Lima, Ícaro César Nunes Nogueira de
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35858
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA; Carcinoma da Próstata; Orquiectomia; Metástase; Prostate Carcinoma; Orchiectomy; Metastasis

Introdução: Carcinoma prostático (CP) é a neoplasia maligna mais comum em homens no Brasil e no mundo. Alguns estudos indicam que afrodescendentes são acometidos pela doença em faixa etária mais jovem e cursam com graus histológicos e estágios elevados. Se por um lado, alguns autores atribuem este perfil adverso à dificuldade de acesso ao sistema de saúde e rastreio, outros acreditam que a doença progride mais rapidamente em pacientes negros. Considerando a grande população de afrodescendentes e a ausência de rastreio sistemático pelo PSA resolvemos identificar o perfil histopatológico do carcinoma prostático metastático (CPM) na nossa região. Metodologia: Foram identificados os casos de CPM submetidos a orquiectomia paliativa, tratamento padrão oferecido pelo Sistema Único de Saúde. Todos os casos ocorridos consecutivamente em 2009 e 2010 e tratados no Hospital Aristides Maltez, (HAM), referência do Sistema Único de Saúde, foram incluídos. Os dados clínicos e patológicos foram obtidos dos laudos anátomo-patológicos arquivados no HAM ou dos prontuários nos casos de biópsia prostática externa. Em pacientes com RTU negativa ou grau histológico menor que 7, foram acessados os laudos das biópsias sextante prévias. Resultados: 2144 pacientes foram registrados para tratamento de câncer de próstata no HAM neste período. Destes, 166 (7.7%) foram submetidos a orquiectomia bilateral, correspondendo aos casos metastáticos. Foram excluídos 6 casos devido à inacessibilidade aos dados. Nos 160 pacientes, a idade média foi de aproximadamente 71 anos, variando de 45 a 93 à época da orquiectomia. A maioria dos pacientes (85,6%) estava entre 61 e 80 anos, sendo que mais da metade dos pacientes encontravam-se abaixo dos 72 anos. A RTU foi positiva em 133 pacientes (83%), e negativa em 27 (17%). Os graus histológicos de Gleason variaram entre 6 e 10, sendo que 109 pacientes (68%) exibiram grau histológico elevado, 38 apresentaram grau histológico moderado e 13 grau histológico baixo. Estes últimos (com exceção de um paciente) exibiram RTU negativa para carcinoma. Conclusão: A frequência de CPM na nossa população é maior que a descrita em séries americanas e brasileiras, porém a idade média ao diagnóstico é semelhante. A grande positividade no material de RTU (83%) no nosso trabalho, superior ao observado na literatura indica que os nossos pacientes exibem estágios mais avançados da doença. Assim, são necessários estudos complementares para investigar se este perfil avançado está associado ao atraso diagnóstico ou a fatores genéticos.