Tornar-se Agente Penitenciário: entre os significados, a vulnerabilidade e o poder

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Leticia Chaves
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28836
Resumo: Esta tese tem como objeto de análise a construção da identidade profissional de agentes penitenciários, considerada a partir das dinâmicas sociais, organizacionais e pessoais que impactam e constroem o sentido do trabalho, a ideia que se tem de quem é o preso e o sentimento de vulnerabilidade ou poder que se apresenta nas interações a partir do trabalho no contexto prisional. A partir de entrevistas realizadas em uma unidade prisional de Salvador-BA com agentes penitenciários em diferentes fases da trajetória profissional, e de questionários aplicados a aprovados no último concurso realizado no Estado, em 2014, com análise inspirada na Teoria Fundamentada nos Dados, essas três categorias de análise foram identificadas como dimensões interligadas que possibilitam a compreensão do que caracteriza a atuação e as relações estabelecidas ao longo da trajetória profissional desses sujeitos. No caso das prisões e dos agentes penitenciários, existem características próprias vividas nesse contexto, que constroem uma cultura peculiar e torna necessário aos que convivem na prisão uma assimilação da dinâmica relacional vigente, especialmente porque é a própria integridade (física, moral, emocional), bem como a segurança da unidade e dos que lá estão, que estão em jogo. Uma função historicamente composta por pessoas com uma realidade socioeconômica não tão distante à dos presos, cada vez mais vem sendo ocupada por profissionais com outras formações e advindos de outros contextos culturais. Identificou-se que, nestes casos, a existência de uma outra identidade profissional agrega a esses sujeitos uma proteção subjetiva à aderência a este papel, o que lhes protege, sobretudo, nas relações extra-muros, por lhes dar a oportunidade de não ter que afirmar o pertencimento a esta categoria profissional, apesar da vulnerabilidade física ainda ser percebida e, intramuros, potencializa a condição de distanciamento dos presos. A perspectiva policialesca que permeia a segurança pública também se faz presente dentre os agentes penitenciários, que tem buscado mecanismos de exercer o poder minimizando as questões relacionais e prezando prioritariamente pela própria segurança. Mudanças nos postos de trabalho dos agentes e da configuração das novas prisões também tem contribuído para novas configurações na relação entre agentes e presos, atualmente marcada por um maior distanciamento. Entretanto, se verifica que, por mais que os agentes com outras formações busquem não se aproximar dos internos, existem aspectos relacionais, atitudinais, relativos a esta ocupação profissional que inevitavelmente precisam ser assimilados para a atuação intramuros e, em alguma medida, passam a fazer parte da experiência de vida desses sujeitos também extramuros. Assim, destacamos também aspectos referentes a como se dá o aprendizado desta função em sua condição relacional. As análises realizadas sobre os sentidos, sentimentos, ideias, estratégias e percursos vividos por estes profissionais encontraram ressonância com os estudos da sociologia da punição como Garland e Wacquant, da sociologia das prisões como Kauffman, Ramalho, Moraes, e Crawley, que faz uma interface da sociologia das prisões com a das emoções, bem como de autores da sociologia do trabalho, como Dubar
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There were used three categories of analysis; interviews, questionnaires applied to the last contest held in the State in 2014 with analysis based on the Data Based Theory. These categories were identified as interconnected dimensions that make possible the un- derstanding of what characterises the performance and relationships established along the professional career of the staff. In what concerns prisons and prison officers, there are spe- cific characteristics lived in this context, which build a peculiar culture and make it necessary for those who live in prison to assimilate the current relational dynamics, especially because it is their own integrity (physical, moral, emotional) as well as the safety of the prison unit and of those who are there, which is at stake.A position formerly held by people with a socioeconomic reality that slightly differs from that of the prisoners, has increasingly been occupied by professionals with other backgrounds and cultural contexts. It was identified that the existence of another professional identity adds to these subjects a subjective pro- tection to their role, which protects them, especially with outside the prison relationships, as it gives them the opportunity not to affirm belonging to this professional category, despite the physical vulnerability still prevailing and within the prison this position enhances the separation from the prisoners. The police perspective that permeates public security is also present among prison agents, who have sought mechanisms to exercise power by minimi- sing relational issues and prioritising their own security. Changes in the work places of the agents and the configuration of the new prisons have also contributed to new configurations in the relationship between agents and prisoners, currently marked by a greater distance. However, it is verified that, although the agents with other backgrounds try not to approach the inmates, there are relational, attitudinal aspects related to this professional occupation that inevitably need to be assimilated to the intramural work and, to some extent, begin to be part of the life experience of these subjects also outside the walls. Thus, we also highlight aspects related to how the learning of this position occurs in its relational condition. The analyses carried out on the senses, feelings, ideas, strategies and paths lived by these pro- fessionals have resonated with the studies of the sociology of punishment such as Garland and Wacquant, from the sociology of prisons such as Kauffman, Ramalho, Moraes, and Crawley, which interfaces from the sociology of prisons to that of the emotions, as well as authors of the sociology of labor, such as DubarSubmitted by leticia chaves monteiro (leticiachavesmonteiro@gmail.com) on 2019-02-20T23:26:39Z No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 5385324 bytes, checksum: 77a9f926d54663910b0b5118c0c85792 (MD5)Approved for entry into archive by Hozana Azevedo (hazevedo@ufba.br) on 2019-03-14T17:23:10Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 5385324 bytes, checksum: 77a9f926d54663910b0b5118c0c85792 (MD5)Made available in DSpace on 2019-03-14T17:23:10Z (GMT). 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