Caracterização geoquímica do novo sistema petrolífero Santa Brígida-Sergi (?) para a Sub-Bacia de Tucano Norte e Bacia de Jatobá, Brasil

• Autor(a) principal: Brito, Urânia Catarina Freire Fagundes de
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30767
• topic: Ciências Exatas e da Terra; Geociências; Geoquímica; Sistema petrolífero Santa Brígida-Sergi (?); Sub-bacia do Tucano Norte; Bacia de Jatobá; Formação Santa Brígida

A Formação Santa Brígida (Permiano) ocorre na base da coluna estratigráfica da Sub-Bacia do Tucano Norte e da Bacia de Jatobá, juntamente com outras unidades do paleozoico. Tal unidade aflora no Graben de Santa Brígida, localizado ao redor da cidade homônima, a leste da Sub-Bacia de Tucano Norte. O Membro Ingá da Formação Santa Brígida é constituído por fácies pelíticas, as quais nesse trabalho foram avaliadas quanto ao seu potencial gerador para petróleo. Na Bacia de Jatobá, próximo à cidade de Ibimirim/PE, foi constatada uma ocorrência de arenitos juro-cretáceos com exsudação de óleo em fraturas, cujo extrato oleoso foi analisado geoquimicamente, buscando investigar a possível rocha geradora dessa exsudação. Sendo assim, foram coletadas amostras dos pelitos do Membro Ingá na localidade conhecida como Fazenda Barriga, alguns dos quais apresentaram teores de Carbono Orgânico Total (COT) variando de 1,89% a 6,7%, o que permitiu classificar essas amostras com teores de alto a muito alto. A pirólise (Rock-Eval) dessas amostras mostram um excelente potencial gerador (S2 de até 46 kg/ton) e querogênio do tipo I, predominantemente, e do tipo II. Entretanto, tais amostras encontram-se imaturas (Tmax ~ 420ºC). As evidências sedimentológicas e palinológicas indicam que o paleoambiente predominante durante a deposição era quente e seco. Essas amostras apresentam, em maioria, componentes autóctones representados por material orgânico amorfo globoso (~90%) subordinados por grãos de pólen bissacados-taeniados afins às coníferas, esporos e raros fragmentos de algas do gênero Botryococcus. Os extratos orgânicos e oleosos apresentam fingerprint com ausência dos n-alcanos de baixo e alto peso molecular, evidenciando que essas frações do óleo foram biodegradadas. A comparação entre os cromatogramas de massa (m/z 191 e 217), bem como de algumas razões de biomarcadores saturados, do extrato orgânico dos pelitos do Membro Ingá e do extrato oleoso dos arenitos juro-cretáceos, indicam origem da matéria orgânica e condições paleoambientais, correlacionáveis. Constata-se, portanto, que na Sub-bacia de Tucano Norte e Bacia de Jatobá, os resultados analíticos indicam a provável existência de uma rocha geradora de muito boa qualidade nos sedimentos pérmicos, configurando a possibilidade de existência de um sistema petrolífero Santa Brígida-Sergi (?). Entretanto, a Sub-Bacia de Tucano Norte tem uma espessura sedimentar de cerca de apenas 3.000m, a qual, a princípio, seria insuficiente para a geração de óleo através do calor resultante da subsidência térmica. Desta forma, interpreta-se que parte do overburden necessário para a geração de óleo nesta bacia tenha sido removido por erosão durante o Andar Alagoas (Aptiano).