Prisões, Pistas e Encadeamentos: Uma Experiência de Teatro no Conjunto Penal Feminino (CPF) - Salvador
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27311 |
Resumo: | RESUMO Por meio da presente dissertação, apresento os encadeamentos do processo de encenação que aconteceram no Conjunto Penal Feminino de Salvador (CPF), cartografados na travessia entre o teatro e o presídio, com o intuito de investigar as interações entre o espaço físico do sistema prisional, suas disciplinas e circunstâncias normativas, com vistas à ideação da existência de um lugar onde as fronteiras são permeáveis, constituindo uma zona de transgressão, não restrita ao espaço físico, mas resultante da articulação do espaço das diversidades, um espaço dinâmico, espaço “de e para” criação, onde somos confrontados com os nossos próprios limites. Assim, discorro sobre quem penso que sou, porque escrevi esta dissertação e como materializei essa produção, em parte dialética e em parte subjetiva, na qual me coloco na posição de sujeito errante de uma trajetória rizomática. O propósito foi discutir “no e sobre” o presídio, um lugar de encontros e desencontros, lugar de relações com um outro que poderia ser nós mesmos. A partir das formulações de Lemgruber, Goffman, Foucault, Carvalho Filho, Maia e colaboradores, acerca do poder, controle e vigilância das instituições totais, das consequências e privações do encarceramento, destaco aspectos percebidos que poderiam despir noções e preconceitos a respeito de quem está presa ou preso e com isso alterar configurações do pensamento de quem está fora dos muros dos cárceres. Nesse trajeto, os princípios e técnicas do TO forneceram considerável suporte para o desenvolvimento das oficinas e, junto com os indutores do jogo proposto por Ryngaert, propiciaram a elaboração de proposições que me levaram a compreender o descobrir/saber/fazer teatro em situações adversas. A dissertação divide-se em três pistas que contêm chaves nas quais discuto questões específicas do presídio, do método e da oficina de teatro realizada no CPF. Assim, reflito sobre o presídio como instituição total e molar detentora do tempo de pessoas e sobre as consequências do encarceramento; sobre o processo como método da pesquisa, mapeando tudo que pensava em conjunção com as leituras, experimentos, músicas e as vozes que ecoavam, pois precisava visualizar os territórios por onde me deslocava e, sendo assim, elaborei mapas visuais para entender as possíveis conexões de força entre eles e os dispositivos de pergunta/resposta/pergunta a partir dos quais fagulhas do pensamento de Deleuze e Guattari sustentaram o trajeto e as possibilidades de cruzamento que dele surgia. Descrevo as singularidades da criação no Conjunto Penal Feminino – Salvador, que foram divididos no período do Projeto Dialogando com a Liberdade em 2014 e durante o reencontro com às mulheres presas, que aconteceu em 2017/2018, período desta investigação. Assim, aproximei e ao mesmo tempo delimitei as fronteiras entre o teatro e o presídio (liberdade e encarceramento), para encadeá-las na escrita desta dissertação. Deste modo, nas considerações nada finais concebo o teatro como ato de resistência que projetou a voz das mulheres presas. |
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Requião, SimoneRequião, SimoneSilva, Hebe Alves daLourenço, Luiz ClaudioBezerra, Antônia Pereira2018-09-11T13:21:07Z2018-09-11T13:21:07Z2018-09-112018-08-25http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27311RESUMO Por meio da presente dissertação, apresento os encadeamentos do processo de encenação que aconteceram no Conjunto Penal Feminino de Salvador (CPF), cartografados na travessia entre o teatro e o presídio, com o intuito de investigar as interações entre o espaço físico do sistema prisional, suas disciplinas e circunstâncias normativas, com vistas à ideação da existência de um lugar onde as fronteiras são permeáveis, constituindo uma zona de transgressão, não restrita ao espaço físico, mas resultante da articulação do espaço das diversidades, um espaço dinâmico, espaço “de e para” criação, onde somos confrontados com os nossos próprios limites. Assim, discorro sobre quem penso que sou, porque escrevi esta dissertação e como materializei essa produção, em parte dialética e em parte subjetiva, na qual me coloco na posição de sujeito errante de uma trajetória rizomática. O propósito foi discutir “no e sobre” o presídio, um lugar de encontros e desencontros, lugar de relações com um outro que poderia ser nós mesmos. A partir das formulações de Lemgruber, Goffman, Foucault, Carvalho Filho, Maia e colaboradores, acerca do poder, controle e vigilância das instituições totais, das consequências e privações do encarceramento, destaco aspectos percebidos que poderiam despir noções e preconceitos a respeito de quem está presa ou preso e com isso alterar configurações do pensamento de quem está fora dos muros dos cárceres. Nesse trajeto, os princípios e técnicas do TO forneceram considerável suporte para o desenvolvimento das oficinas e, junto com os indutores do jogo proposto por Ryngaert, propiciaram a elaboração de proposições que me levaram a compreender o descobrir/saber/fazer teatro em situações adversas. A dissertação divide-se em três pistas que contêm chaves nas quais discuto questões específicas do presídio, do método e da oficina de teatro realizada no CPF. Assim, reflito sobre o presídio como instituição total e molar detentora do tempo de pessoas e sobre as consequências do encarceramento; sobre o processo como método da pesquisa, mapeando tudo que pensava em conjunção com as leituras, experimentos, músicas e as vozes que ecoavam, pois precisava visualizar os territórios por onde me deslocava e, sendo assim, elaborei mapas visuais para entender as possíveis conexões de força entre eles e os dispositivos de pergunta/resposta/pergunta a partir dos quais fagulhas do pensamento de Deleuze e Guattari sustentaram o trajeto e as possibilidades de cruzamento que dele surgia. Descrevo as singularidades da criação no Conjunto Penal Feminino – Salvador, que foram divididos no período do Projeto Dialogando com a Liberdade em 2014 e durante o reencontro com às mulheres presas, que aconteceu em 2017/2018, período desta investigação. Assim, aproximei e ao mesmo tempo delimitei as fronteiras entre o teatro e o presídio (liberdade e encarceramento), para encadeá-las na escrita desta dissertação. Deste modo, nas considerações nada finais concebo o teatro como ato de resistência que projetou a voz das mulheres presas.RÉSUMÉ Grâce à cette thèse, je présente les fils du processus de mise en scène qui a eu lieu dans le création la Institution pénale feminine de Salvador (CPF), mis en correspondance à la frontière entre le théâtre et la prison, afin d'étudier les interactions entre l'espace physique du système pénitentiaire, leurs disciplines et les circonstances réglementaires, en vue de l'idéation de l'existence d'un lieu où les limites sont perméables, constituant une zone de transgression, ne se limite pas à l'espace physique, mais en raison de l'espace commun de la diversité, un espace dynamique, l'espace pour la création, où nous sommes confrontés à nos propres limites. Donc, je parle au sujet de qui je pense que je suis, le pour quoi j'ai écrit cette thèse et comment cette production a etait matérialisée, dans la dialectique de la pièce et une partie subjective, où je me place dans la position du sujet errant d'une trajectoire de rhizome. Le but était de discuter “à l'intérieur et a propos” de la prison, un lieu d'accords et désaccords, un lieu de rencontre avec ceux qui pourraient être nous-mêmes. A partir de conception Lemgruber, Goffman, Foucault, Carvalho Filho, Maia et collaborateus, sur le pouvoir, le contrôle et la surveillance des institutions totales, les conséquences et l'emprisonnement de privation, et mettre en évidence les aspects qui pourraient dépouiller les notions et les préjugés au sujet de qui est arrêtés ou emprisonnés et altérant ainsi la pensée de ceux qui sont en dehors des murs de la prison. Dans cette voie, les principes et les techniques du théâtre de l'opprimé on fourni un soutien considérable pour le développement des ateliers et en collaboration avec les inducteurs du jeu proposé par Ryngaert, a conduit à l'élaboration de propositions qui m'a amené à comprendre la découverte / savoir / faire du théâtre dans des situations difficiles. La thèse est divisée en trois pistes qui contiennent des clés sur des questions spécifiques qui traitent de la prison, la méthode et l'atelier de théâtre a eu lieu à CPF. Ainsi, je réfléchis à la prison en tant qu’institution totale et molaire détenant le temps des personnes et aux conséquences de l’incarcération; au sujet du processus en tant que méthode de recherche, la cartographie toute pensée en conjonction avec les lectures, les expériences, la musique et les voix qui résonnaient, pour visualiser les territoires où me déplacés, par conséquent jai’s élaboré des cartes visuelles pour comprendre les possibles connexions de force entre eux et les techniques de question / réponse / question qui suscite la pensée de Deleuze et Guattari ont soutenu le chemin et les possibilités de le traverser. Je décris les singularités de la création dans le cadre pénal féminin - Salvador, qui ont été divisées pendant la période du projet Dialogando com a Liberdade en 2014 et lors de la rencontre avec les femmes détenues en 2017/2018, période de l'enquête. Ainsi, je me suis approché et en même temps délimité les frontières entre le théâtre et la prison (liberté et emprisonnement), pour les relier à la rédaction de cette thèse. Ainsi, dans les dernières considérations, je conçois le théâtre comme un acte de résistance qui projette la voix des femmes détenues.Submitted by Simone Requião (requiaosimone@gmail.com) on 2018-09-07T20:13:11Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO SIMONE - Defesa Final 25.08.2018.pdf: 3556835 bytes, checksum: 44da17c83eb67cc71300f2dfec978758 (MD5)Approved for entry into archive by Ednaide Gondim Magalhães (ednaide@ufba.br) on 2018-09-11T13:21:07Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO SIMONE - Defesa Final 25.08.2018.pdf: 3556835 bytes, checksum: 44da17c83eb67cc71300f2dfec978758 (MD5)Made available in DSpace on 2018-09-11T13:21:07Z (GMT). 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