A educação em saúde e a prática do enfermeiro da saúde da família: conhecendo a nossa realidade

• Autor(a) principal: Gianucci, Thalita Lôbo
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36698
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM; Educação em saúde; Estratégia Saúde da Família; Enfermagem; Health Education; Family Health Strategy; Nursing

Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) caracteriza-se pela ênfase na prevenção de agravos e promoção à saúde, além do vínculo com a comunidade adscrita, sendo um espaço privilegiado para a execução das atividades de educação em saúde. A relevância destas práticas educativas centra-se no fato de que, além de ser um direito de todo o cidadão conhecer os elementos relacionados ao cuidar-se, viver, adoecer e morrer, o conhecimento também é indispensável para que o indivíduo tenha maior autonomia nos seus modos de conduzir e produzir saúde. Objetivo: Identificar as práticas de educação em saúde desenvolvidas por enfermeiros das ESF´s de um dos distritos sanitários de saúde da cidade do Salvador-Ba. Metodologia: Estudo com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados a partir: 1) da coleta dos registros das atividades educativas referentes ao ano de 2009 disponíveis nas unidades para posterior análise documental; e 2) mediante entrevistas semiestruturadas e organizadas a partir de análise de conteúdo adaptado de Bardin e à luz da literatura. Esta análise resultou na formação dos seguintes temas: Tema 1: As Práticas Educativas (Caminho metodológico percorrido pelas enfermeiras; Participação dos usuários/comunidade nas atividades educativas; Relevância observada pelas enfermeiras nas suas práticas de educação em saúde); e Tema 2: Realidade Vivenciada pelas Enfermeiras. Resultados: No que se refere à análise dos documentos disponibilizados, foi verificado que as fichas de Produção e Marcadores para Avaliação (PMA2) apenas contemplam a quantidade de atividades educativas realizadas, trazendo uma visão produtivista do trabalho na ESF. E os livros de registros das equipes trouxeram que poucas atividades são registradas neles, sendo possível verificar que cada equipe o faz à sua maneira e que, mesmo dentro da própria, não há padronização de como as atividades devem ser registradas. Nas entrevistas, foi identificado que todas as enfermeiras reconheciam a importância da educação em saúde, todavia pôde ser observada a realização de atividades com temas voltados para a doença e com metodologias tradicionais de ensino. Alguns fatores interferem negativamente nas práticas educativas, como a falta de apoio do distrito; vínculos empregatícios precários; diminuída participação da comunidade e rotina repleta de afazeres administrativos e assistenciais. Conclusão: Entendese que trabalhar com educação em saúde é algo complexo e que demanda estudo de metodologias diferenciadas, além da percepção das necessidades de saúde da população-alvo. Percebe-se que, apesar de ser verificada a importância das atividades educativas, elas não são realizadas de modo a abordar o conceito ampliado de saúde utilizado pela Organização Mundial de Saúde. Verifica-se a carência da realização, por parte das enfermeiras, de uma auto-avaliação sobre as práticas de educação em saúde desenvolvidas por elas para tentar entender os reais motivos do afastamento do usuário de tais atividades. Além disto, faz-se necessário que o governo amplie sua forma de avaliar a educação em saúde das ESF´s e que realize atividades de educação permanente, abordando temas pertinentes à construção de atividades educativas.