Baobá na encruzilhada: ancestralidade, Capoeira Angola e permacultura
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20061 |
Resumo: | O presente trabalho considera a Capoeira Angola na encruzilhada entre natureza e cultura. A capoeira, fenômeno que tem suas origens prováveis no contexto rural, consolida-se, na atualidade, nos grandes centros urbanos e em comunidades internacionais, multiculturais. Nas últimas décadas, alguns mestres de capoeira estruturam suas vidas em áreas não urbanas, onde realizam trabalhos de capoeira junto a práticas como a permacultura, na busca por formas de vida mais sustentáveis e integradas à natureza. O projeto Kilombo Tenonde – um centro de capoeira angola e permacultura, coordenado pelo mestre Cobra Mansa e localizado no município Valença/BA –, identificado como um Espaço Multirreferencial de Aprendizagem, é o microcosmo da pesquisa, a partir do qual identificamos outras iniciativas com propostas semelhantes. Partimos, assim, da seguinte pergunta de investigação: quais são os elementos epistemológicos que podem ser identificados, a partir da Capoeira Angola, na sua intersecção com a permacultura? Esta pesquisa está situada no campo de estudos sobre a produção e difusão de conhecimentos, mais especificamente na relação entre Cultura e Conhecimento, com a proposta de acompanhar o movimento de ampliação dos desafios tomados pelos capoeiristas, unindo experiências, princípios éticos, práticas, saberes e fazeres mais ecológicos, solidários, humanos e integrados. Este é um campo de estudos em que a produção e difusão de conhecimentos é multirreferencial, pois integra saberes de comunidades diversas: de capoeiristas, de permacultores e acadêmicos (comunidades tradicionais, técnicas e epistêmicas). O percurso metodológico parte do meu lugar como pesquisadora e também capoeirista, angoleira, envolvida no campo de estudos. Tomo a própria Capoeira Angola como uma possível epistemologia, ancorada na ancestralidade, compreendendo a capoeira como filosofia de vida, uma forma de ver o mundo de modo complexo, dinâmico, corporal, artístico. Construímos, assim, a proposta metodológica da encruzilhada, na qual nos posicionamos de forma implicada na pesquisa, buscando relacionar de diversos ângulos algumas categorias interpretativas, tais como: Ancestralidade, Capoeira Angola, Cultura, Natureza, Corpo, Permacultura, Multirreferencialidade, Diversidade e Diferença e Interculturalidade. Apontamos, com isso, alguns princípios “permangoleiros” tais como: corpo-natureza sagrado, corpo-movimento de liberdade, a ginga como arte de (con)viver com as diversidades, corpo-território ancestral. Esses princípios indicam elementos epistemológicos de uma ancestralidade africano brasileira em um movimento inovador e transformador que acontece a partir da integração entre a capoeira e a permacultura. |
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Machado, Sara Abreu da MataAraujo, Rosangela Janja CostaOliveira, Eduardo David deBarreto, Paula Cristina da SilvaSilva, Renata de LimaOliveira, Margarete Rodrigues Neves2016-08-17T18:45:14Z2016-08-17T18:45:14Z2016-08-172016-05-09Tesehttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20061O presente trabalho considera a Capoeira Angola na encruzilhada entre natureza e cultura. A capoeira, fenômeno que tem suas origens prováveis no contexto rural, consolida-se, na atualidade, nos grandes centros urbanos e em comunidades internacionais, multiculturais. Nas últimas décadas, alguns mestres de capoeira estruturam suas vidas em áreas não urbanas, onde realizam trabalhos de capoeira junto a práticas como a permacultura, na busca por formas de vida mais sustentáveis e integradas à natureza. O projeto Kilombo Tenonde – um centro de capoeira angola e permacultura, coordenado pelo mestre Cobra Mansa e localizado no município Valença/BA –, identificado como um Espaço Multirreferencial de Aprendizagem, é o microcosmo da pesquisa, a partir do qual identificamos outras iniciativas com propostas semelhantes. Partimos, assim, da seguinte pergunta de investigação: quais são os elementos epistemológicos que podem ser identificados, a partir da Capoeira Angola, na sua intersecção com a permacultura? Esta pesquisa está situada no campo de estudos sobre a produção e difusão de conhecimentos, mais especificamente na relação entre Cultura e Conhecimento, com a proposta de acompanhar o movimento de ampliação dos desafios tomados pelos capoeiristas, unindo experiências, princípios éticos, práticas, saberes e fazeres mais ecológicos, solidários, humanos e integrados. Este é um campo de estudos em que a produção e difusão de conhecimentos é multirreferencial, pois integra saberes de comunidades diversas: de capoeiristas, de permacultores e acadêmicos (comunidades tradicionais, técnicas e epistêmicas). O percurso metodológico parte do meu lugar como pesquisadora e também capoeirista, angoleira, envolvida no campo de estudos. Tomo a própria Capoeira Angola como uma possível epistemologia, ancorada na ancestralidade, compreendendo a capoeira como filosofia de vida, uma forma de ver o mundo de modo complexo, dinâmico, corporal, artístico. Construímos, assim, a proposta metodológica da encruzilhada, na qual nos posicionamos de forma implicada na pesquisa, buscando relacionar de diversos ângulos algumas categorias interpretativas, tais como: Ancestralidade, Capoeira Angola, Cultura, Natureza, Corpo, Permacultura, Multirreferencialidade, Diversidade e Diferença e Interculturalidade. Apontamos, com isso, alguns princípios “permangoleiros” tais como: corpo-natureza sagrado, corpo-movimento de liberdade, a ginga como arte de (con)viver com as diversidades, corpo-território ancestral. Esses princípios indicam elementos epistemológicos de uma ancestralidade africano brasileira em um movimento inovador e transformador que acontece a partir da integração entre a capoeira e a permacultura.ABSTRACT This work considers the Capoeira Angola at the crossroads of nature and culture. Capoeira, a phenomenon that has its probable origins in the rural context, consolidates, nowadays, in large urban centers and in international and multicultural communities. In recent decades, some capoeira teachers structure their lives in non-urban areas, where they perform capoeira work with practices such as permaculture, searching for more sustainable livelihoods and integrated with nature. The project Kilombo Tenonde – a Capoeira Angola and permaculture center, coordinated by master Cobra Mansa and located in the city Valença / BA –, identified as a Multi-referential Learning Place, is taken as the microcosm of the research, from which we identified other initiatives with similar proposals. We start, thus, with the following research question: what are the epistemological elements that can be identified from the Capoeira Angola at its intersection with permaculture? This research is situated in the studies field of the production and dissemination of knowledge, specifically the relationship between culture and knowledge, with the proposal to follow the movement of expansion of the challenges taken by the capoeira practitioners, uniting experiences, ethical principles, practices and knowledge in a more environmentally friendly, supportive, humanized and integrated way. This is a study area where the production and dissemination of knowledge is multi-referential, because it integrates knowledge from diverse communities: the capoeira practitioners, the permaculture practitioners and the academics (traditional, technical and epistemic communities). The methodological approach considers my role as a researcher and also Capoeira Angola practitioner, involved in the studies field. I take Capoeira Angola as a possible epistemology, rooted in ancestry, considering capoeira as a philosophy of life, a way of seeing the world in a complex, dynamic, body, artistic way. Therefore, we built the methodological proposal based on the idea of crossroads, in which we position ourselves in an implicate way in the research, seeking to relate in different angles some interpretive categories such as: Ancestry, Capoeira Angola, Culture, Nature, Body, Permaculture, Multi-referentiality, Diversity and Difference and Interculturalism. We aim, thereby, some “permangoleiros” principles, such as: sacred bodynature, body-movement of freedom, ginga as an art of living with diversity, body-ancestral territory, associated with categories such as integration, interconnection, myth, reversing movements and enchantment. These principles indicate epistemological elements of an African-Brazilian ancestry, in an innovated and transformative movement that happens from the integration between capoeira and permaculture.Submitted by Sara Machado (sara.abreu@gmail.com) on 2016-08-16T14:19:31Z No. of bitstreams: 1 tese_sara_completa.pdf: 20996484 bytes, checksum: a757704f2bd79c304d5f529388a7ed06 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora da Silva Lopes (silopes@ufba.br) on 2016-08-17T18:45:14Z (GMT) No. of bitstreams: 1 tese_sara_completa.pdf: 20996484 bytes, checksum: a757704f2bd79c304d5f529388a7ed06 (MD5)Made available in DSpace on 2016-08-17T18:45:14Z (GMT). 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