Entre ativismos e pan-africanismos: “travessias” internacionais de mulheres negras
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33960 |
Resumo: | O Atlântico Negro é o termo que descreve a transnacionalidade e a interculturalidade do espaço-lugar que compreende a África (continente), as Américas e a Europa (diáspora). É no Atlântico Negro, e particularmente na diáspora, onde se firma um dos muitos movimentos de resistência e reafirmação identitária negra: o pan-africanismo. Surgido no início do século XX, o movimento pan-africanista é uma alternativa de luta contra a opressão e a exploração, e em favor da emancipação de todos os povos negros do mundo. Isto posto, o presente trabalho tem como objetivo analisar em que medida o pan-africanismo dialoga com o ativismo de mulheres negras na diáspora do Atlântico Negro, com ênfase para o ativismo teórico-político de três mulheres negras diaspóricas que desenvolveram o seu trabalho ao longo do século XX: Claudia Jones, Lélia Gonzalez e May Ayim. Para realizar essa pesquisa, utilizo a metodologia qualitativa e bibliográfica, e adoto ainda a escrevivência e a interseccionalidade como procedimentos metodológicos. Assim, inicio a pesquisa situando a construção das identidades de mulheres negras na diáspora do Atlântico Negro, tomando como ponto de partida a (re)construção da minha própria identidade. Também averiguo em que medida o pan-africanismo compreende a questão de gênero, e quais são as interlocuções entre os ativismos de mulheres negras e o pan-africanismo na diáspora do Atlântico Negro. Nesse sentido, observa-se que as identidades de mulheres negras na diáspora são construídas de forma complexa a partir das categorias de raça e gênero, e, em meio a essa complexidade, desenvolvem ativismos que unem teoria e política, num verdadeiro pensar-fazer. Tais ativismos foram cruciais para o desenvolvimento do movimento pan-africanista ao longo do século XX, apesar da constante marginalização e silenciamento impostos às mulheres negras por seus companheiros de luta. Como se nota na elaboração de estratégias que se baseiam em princípios pan-africanistas (libertação, integração, solidariedade e personalidade), por exemplo, ativistas negras como Claudia Jones, Lélia Gonzalez e May Ayim não apenas dialogaram com o pan-africanismo como também se tornaram importantes lideranças de movimentos que possuíam como princípios orientadores os princípios pan-africanistas. |
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Jesus, Blenda Santos deLage, Victor CoutinhoLage, Victor CoutinhoSilva, Karine de SouzaRios, Flavia Mateus2021-08-17T20:37:22Z2021-08-17T20:37:22Z2021-08-172021-07-15http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33960O Atlântico Negro é o termo que descreve a transnacionalidade e a interculturalidade do espaço-lugar que compreende a África (continente), as Américas e a Europa (diáspora). É no Atlântico Negro, e particularmente na diáspora, onde se firma um dos muitos movimentos de resistência e reafirmação identitária negra: o pan-africanismo. Surgido no início do século XX, o movimento pan-africanista é uma alternativa de luta contra a opressão e a exploração, e em favor da emancipação de todos os povos negros do mundo. Isto posto, o presente trabalho tem como objetivo analisar em que medida o pan-africanismo dialoga com o ativismo de mulheres negras na diáspora do Atlântico Negro, com ênfase para o ativismo teórico-político de três mulheres negras diaspóricas que desenvolveram o seu trabalho ao longo do século XX: Claudia Jones, Lélia Gonzalez e May Ayim. Para realizar essa pesquisa, utilizo a metodologia qualitativa e bibliográfica, e adoto ainda a escrevivência e a interseccionalidade como procedimentos metodológicos. Assim, inicio a pesquisa situando a construção das identidades de mulheres negras na diáspora do Atlântico Negro, tomando como ponto de partida a (re)construção da minha própria identidade. Também averiguo em que medida o pan-africanismo compreende a questão de gênero, e quais são as interlocuções entre os ativismos de mulheres negras e o pan-africanismo na diáspora do Atlântico Negro. Nesse sentido, observa-se que as identidades de mulheres negras na diáspora são construídas de forma complexa a partir das categorias de raça e gênero, e, em meio a essa complexidade, desenvolvem ativismos que unem teoria e política, num verdadeiro pensar-fazer. Tais ativismos foram cruciais para o desenvolvimento do movimento pan-africanista ao longo do século XX, apesar da constante marginalização e silenciamento impostos às mulheres negras por seus companheiros de luta. Como se nota na elaboração de estratégias que se baseiam em princípios pan-africanistas (libertação, integração, solidariedade e personalidade), por exemplo, ativistas negras como Claudia Jones, Lélia Gonzalez e May Ayim não apenas dialogaram com o pan-africanismo como também se tornaram importantes lideranças de movimentos que possuíam como princípios orientadores os princípios pan-africanistas.The Black Atlantic is a term to describe the transnationality and interculturality of Africa (continent), the Americas and Europe (the diaspora). It is in the Black Atlantic, and particularly in the diaspora, where one of the many resistance movements and black identity reaffirmation takes place: Pan-Africanism. Originating at the beginning of the 20th century, the Pan-Africanist movement fights oppression and exploitation, and is in favour of the emancipation of all black people in the world. This dissertation will analyse the extent to which Pan-Africanism dialogues with black women's activism in the Black Atlantic, examining the theoretical-political activism of three diasporic black women who developed their work over the 20th century: Claudia Jones, Lélia Gonzalez and May Ayim. To carry out this research, I use qualitative and bibliographic methodology, and adopt “escrevivência” and intersectionality as methodological procedures. I begin the research by positioning the construction of the identities of black women in the diaspora of the Black Atlantic, taking as a starting point the reconstruction of my own identity. I also explore the extent to which Pan-Africanism understands gender identities, and what are the interlocutions between black women's activism and Pan-Africanism in the Black Atlantic. It is observed that the identities of black women in the diaspora are constructed in complex ways based on race and gender, and in the midst of this complexity, develop activist methods and techniques that unite theory and politics. Those were crucial to the development of the Pan-Africanist movement throughout the 20th century, despite the constant marginalisation and silencing imposed on black women. As noted, Black activists such as Claudia Jones, Lélia Gonzalez and May Ayim based their strategies on Pan-Africanist principles such as liberation, integration, solidarity and personality, leading to them becoming leaders of movements with such principles as their foundation.Submitted by Blenda Santos de Jesus (contato.blenda@gmail.com) on 2021-07-28T16:24:20Z No. of bitstreams: 1 Jesus, Blenda Santos de. 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