Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: dos Santos Leite, André Filipe
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Moreira de Oliveira, Thiago Ranniery
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Periódicus
Texto Completo: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888
Resumo: Suturar o campo da saúde a uma perspectiva queer. Neste ensaio, tentaremos operar um desses procedimentos cirúrgicos complexos e cheios de incertezas quanto ao seu resultado final, mas que ainda sim, e talvez até por isso mesmo, fascinante em suas possibilidades não muito bem circunscritas e contingentes. Queremos neste ensaio revisitar, trilhar e explorar as pontes possíveis e encontros improváveis que a saúde pode percorrer com a crítica queer. Fazer a saúde se (re)inventar, se (re)arquitetar, se (re)(des)construir nesse (im)possível encontro com o queer, de modo a desestabilizar seu comprometimento biopolítico com uma política de normalizações e seu interesse por um disciplinamento dos sujeitos aos regimes identitários vigentes. Formatando dessa maneira um jogo que experimenta desativar esses dispositivos da saúde, para fazer deles um novo uso, para transformá-los em outra coisa, agenciando assim outras formas possíveis de agir, pensar, ver e fazer saúde. O que aconteceria se aplicarmos a noção de profanação ao universo da saúde? Afinal, seria possível um olhar queer sobre a saúde? Um olhar queer abriria um chamado para o signo do movimento em saúde, uma perspectiva que, se não quer oferecer rotas seguras ou caminhos traçados para trilhar, deseja a saúde enquanto experiência. Deseja observar o quanto o setor saúde tem se preparado para o encontro com a diferença, apontando para a precariedade intrínseca a normalização da saúde e apostando e potencializando suas debilidades. Queerizar a saúde pode significar, assim, um chamado, uma aposta em um processo de produção das diferenças em saúde como potências, o quanto os sentidos do campo da saúde projetam esperanças sobre nosso estatuto político.
id UFBA-8_f28b37ac7df42c0581a771963691e68f
oai_identifier_str oai:ojs.periodicos.ufba.br:article/12888
network_acronym_str UFBA-8
network_name_str Revista Periódicus
repository_id_str
spelling Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?Suturar o campo da saúde a uma perspectiva queer. Neste ensaio, tentaremos operar um desses procedimentos cirúrgicos complexos e cheios de incertezas quanto ao seu resultado final, mas que ainda sim, e talvez até por isso mesmo, fascinante em suas possibilidades não muito bem circunscritas e contingentes. Queremos neste ensaio revisitar, trilhar e explorar as pontes possíveis e encontros improváveis que a saúde pode percorrer com a crítica queer. Fazer a saúde se (re)inventar, se (re)arquitetar, se (re)(des)construir nesse (im)possível encontro com o queer, de modo a desestabilizar seu comprometimento biopolítico com uma política de normalizações e seu interesse por um disciplinamento dos sujeitos aos regimes identitários vigentes. Formatando dessa maneira um jogo que experimenta desativar esses dispositivos da saúde, para fazer deles um novo uso, para transformá-los em outra coisa, agenciando assim outras formas possíveis de agir, pensar, ver e fazer saúde. O que aconteceria se aplicarmos a noção de profanação ao universo da saúde? Afinal, seria possível um olhar queer sobre a saúde? Um olhar queer abriria um chamado para o signo do movimento em saúde, uma perspectiva que, se não quer oferecer rotas seguras ou caminhos traçados para trilhar, deseja a saúde enquanto experiência. Deseja observar o quanto o setor saúde tem se preparado para o encontro com a diferença, apontando para a precariedade intrínseca a normalização da saúde e apostando e potencializando suas debilidades. Queerizar a saúde pode significar, assim, um chamado, uma aposta em um processo de produção das diferenças em saúde como potências, o quanto os sentidos do campo da saúde projetam esperanças sobre nosso estatuto político.Universidade Federal da Bahia2015-01-18info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionAvaliado por paresapplication/pdfapplication/pdfhttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/1288810.9771/peri.v1i2.12888Revista Periódicus; Vol. 1 No. 2 (2014): (DES)APRENDA!; 200-215Revista Periódicus; Vol. 1 Núm. 2 (2014): (DES)APRENDA!; 200-215Revista Periódicus; v. 1 n. 2 (2014): (DES)APRENDA!; 200-2152358-0844reponame:Revista Periódicusinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAporhttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888/9203https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888/9204http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessdos Santos Leite, André FilipeMoreira de Oliveira, Thiago Ranniery2021-10-18T19:50:37Zoai:ojs.periodicos.ufba.br:article/12888Revistahttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicusPUBhttps://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/oai||revistaperiodicus@ufba.br2358-08442358-0844opendoar:2021-10-18T19:50:37Revista Periódicus - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.none.fl_str_mv Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
title Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
spellingShingle Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
dos Santos Leite, André Filipe
title_short Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
title_full Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
title_fullStr Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
title_full_unstemmed Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
title_sort Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
author dos Santos Leite, André Filipe
author_facet dos Santos Leite, André Filipe
Moreira de Oliveira, Thiago Ranniery
author_role author
author2 Moreira de Oliveira, Thiago Ranniery
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv dos Santos Leite, André Filipe
Moreira de Oliveira, Thiago Ranniery
description Suturar o campo da saúde a uma perspectiva queer. Neste ensaio, tentaremos operar um desses procedimentos cirúrgicos complexos e cheios de incertezas quanto ao seu resultado final, mas que ainda sim, e talvez até por isso mesmo, fascinante em suas possibilidades não muito bem circunscritas e contingentes. Queremos neste ensaio revisitar, trilhar e explorar as pontes possíveis e encontros improváveis que a saúde pode percorrer com a crítica queer. Fazer a saúde se (re)inventar, se (re)arquitetar, se (re)(des)construir nesse (im)possível encontro com o queer, de modo a desestabilizar seu comprometimento biopolítico com uma política de normalizações e seu interesse por um disciplinamento dos sujeitos aos regimes identitários vigentes. Formatando dessa maneira um jogo que experimenta desativar esses dispositivos da saúde, para fazer deles um novo uso, para transformá-los em outra coisa, agenciando assim outras formas possíveis de agir, pensar, ver e fazer saúde. O que aconteceria se aplicarmos a noção de profanação ao universo da saúde? Afinal, seria possível um olhar queer sobre a saúde? Um olhar queer abriria um chamado para o signo do movimento em saúde, uma perspectiva que, se não quer oferecer rotas seguras ou caminhos traçados para trilhar, deseja a saúde enquanto experiência. Deseja observar o quanto o setor saúde tem se preparado para o encontro com a diferença, apontando para a precariedade intrínseca a normalização da saúde e apostando e potencializando suas debilidades. Queerizar a saúde pode significar, assim, um chamado, uma aposta em um processo de produção das diferenças em saúde como potências, o quanto os sentidos do campo da saúde projetam esperanças sobre nosso estatuto político.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-01-18
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Avaliado por pares
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888
10.9771/peri.v1i2.12888
url https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888
identifier_str_mv 10.9771/peri.v1i2.12888
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888/9203
https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888/9204
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.source.none.fl_str_mv Revista Periódicus; Vol. 1 No. 2 (2014): (DES)APRENDA!; 200-215
Revista Periódicus; Vol. 1 Núm. 2 (2014): (DES)APRENDA!; 200-215
Revista Periódicus; v. 1 n. 2 (2014): (DES)APRENDA!; 200-215
2358-0844
reponame:Revista Periódicus
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Revista Periódicus
collection Revista Periódicus
repository.name.fl_str_mv Revista Periódicus - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv ||revistaperiodicus@ufba.br
_version_ 1799318320485236736