Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Periódicus |
Texto Completo: | https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/12888 |
Resumo: | Suturar o campo da saúde a uma perspectiva queer. Neste ensaio, tentaremos operar um desses procedimentos cirúrgicos complexos e cheios de incertezas quanto ao seu resultado final, mas que ainda sim, e talvez até por isso mesmo, fascinante em suas possibilidades não muito bem circunscritas e contingentes. Queremos neste ensaio revisitar, trilhar e explorar as pontes possíveis e encontros improváveis que a saúde pode percorrer com a crítica queer. Fazer a saúde se (re)inventar, se (re)arquitetar, se (re)(des)construir nesse (im)possível encontro com o queer, de modo a desestabilizar seu comprometimento biopolítico com uma política de normalizações e seu interesse por um disciplinamento dos sujeitos aos regimes identitários vigentes. Formatando dessa maneira um jogo que experimenta desativar esses dispositivos da saúde, para fazer deles um novo uso, para transformá-los em outra coisa, agenciando assim outras formas possíveis de agir, pensar, ver e fazer saúde. O que aconteceria se aplicarmos a noção de profanação ao universo da saúde? Afinal, seria possível um olhar queer sobre a saúde? Um olhar queer abriria um chamado para o signo do movimento em saúde, uma perspectiva que, se não quer oferecer rotas seguras ou caminhos traçados para trilhar, deseja a saúde enquanto experiência. Deseja observar o quanto o setor saúde tem se preparado para o encontro com a diferença, apontando para a precariedade intrínseca a normalização da saúde e apostando e potencializando suas debilidades. Queerizar a saúde pode significar, assim, um chamado, uma aposta em um processo de produção das diferenças em saúde como potências, o quanto os sentidos do campo da saúde projetam esperanças sobre nosso estatuto político. |
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