Os Poderosos no Sertão
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Ciências Sociais |
Texto Completo: | http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42505 |
Resumo: | Neste trabalho, revelo apreensões frente a conceitos usualmente empregados nos estudos sobre a dominação política no sertão nordestino, historicamente marcado pela pecuária extensiva e apresentado como uma das regiões mais pobres do mundo. Em que pese sua importante contribuição para o desenvolvimento da economia brasileira, o imaginário dos letrados firmou a idéia de que este espaço caracterizar-se-ia por condições ambientais desfavoráveis à vida humana. Minhas reflexões têm como ponto de partida a convicção de que o Nordeste sertanejo, além de apresentar múltiplas paisagens naturais e sociais, não esteve isolado do mundo, parado no tempo, nem é caso de história lenta. Seu trajeto esteve subordinado a demandas e imposições das elites hegemõnicas no país. Espaço de particularidades acentuadas e, sobretudo, não produzindo especialmente para o estrangeiro,foi observado depreciativamente, inclusive pela intelectualidade regional. Nas Ciências Sociais, os conceitos devem servir à elucidação de acontecimentos, fenômenos e processos históricos. Mas, sem sustentação empírica razoável, prestam-se ao contrário: confundem, obscurecem. É o que tem ocorrido com o emprego dos termos coronelismo, clientelismo e exclusão social por sociólogos, historiadores e cientistaspolíticos que escreveram sobre o sertão nordestino. |
id |
UFC-6_0917513b8190f34c1364d8de14786541 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:periodicos.ufc:article/42505 |
network_acronym_str |
UFC-6 |
network_name_str |
Revista de Ciências Sociais |
repository_id_str |
|
spelling |
Os Poderosos no SertãoNeste trabalho, revelo apreensões frente a conceitos usualmente empregados nos estudos sobre a dominação política no sertão nordestino, historicamente marcado pela pecuária extensiva e apresentado como uma das regiões mais pobres do mundo. Em que pese sua importante contribuição para o desenvolvimento da economia brasileira, o imaginário dos letrados firmou a idéia de que este espaço caracterizar-se-ia por condições ambientais desfavoráveis à vida humana. Minhas reflexões têm como ponto de partida a convicção de que o Nordeste sertanejo, além de apresentar múltiplas paisagens naturais e sociais, não esteve isolado do mundo, parado no tempo, nem é caso de história lenta. Seu trajeto esteve subordinado a demandas e imposições das elites hegemõnicas no país. Espaço de particularidades acentuadas e, sobretudo, não produzindo especialmente para o estrangeiro,foi observado depreciativamente, inclusive pela intelectualidade regional. Nas Ciências Sociais, os conceitos devem servir à elucidação de acontecimentos, fenômenos e processos históricos. Mas, sem sustentação empírica razoável, prestam-se ao contrário: confundem, obscurecem. É o que tem ocorrido com o emprego dos termos coronelismo, clientelismo e exclusão social por sociólogos, historiadores e cientistaspolíticos que escreveram sobre o sertão nordestino.Universidade Federal do Ceará2019-10-24info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42505Revista de Ciências Sociais (Social Sciences' Journal); Vol. 30 No. 1/2 (1999): Práticas e Representações Regionais; 58 a 71Revista de Ciências Sociais (Revista de Ciencias Sociales); Vol. 30 Núm. 1/2 (1999): Práticas e Representações Regionais; 58 a 71Revista de Ciências Sociais; v. 30 n. 1/2 (1999): Práticas e Representações Regionais; 58 a 712318-46200041-8862reponame:Revista de Ciências Sociaisinstname:Universidade Federal do Ceará (UFC)instacron:UFCporhttp://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42505/99590Copyright (c) 2019 Revista de Ciências Sociaisinfo:eu-repo/semantics/openAccessDomingos Neto, Manuel2020-02-17T20:34:15Zoai:periodicos.ufc:article/42505Revistahttp://periodicos.ufc.br/revciensoPUBhttp://www.periodicos.ufc.br/index.php/revcienso/oai||rcs.ufc@gmail.com|| cunhafilho@ufc.br2318-46200041-8862opendoar:2020-02-17T20:34:15Revista de Ciências Sociais - Universidade Federal do Ceará (UFC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Os Poderosos no Sertão |
title |
Os Poderosos no Sertão |
spellingShingle |
Os Poderosos no Sertão Domingos Neto, Manuel |
title_short |
Os Poderosos no Sertão |
title_full |
Os Poderosos no Sertão |
title_fullStr |
Os Poderosos no Sertão |
title_full_unstemmed |
Os Poderosos no Sertão |
title_sort |
Os Poderosos no Sertão |
author |
Domingos Neto, Manuel |
author_facet |
Domingos Neto, Manuel |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Domingos Neto, Manuel |
description |
Neste trabalho, revelo apreensões frente a conceitos usualmente empregados nos estudos sobre a dominação política no sertão nordestino, historicamente marcado pela pecuária extensiva e apresentado como uma das regiões mais pobres do mundo. Em que pese sua importante contribuição para o desenvolvimento da economia brasileira, o imaginário dos letrados firmou a idéia de que este espaço caracterizar-se-ia por condições ambientais desfavoráveis à vida humana. Minhas reflexões têm como ponto de partida a convicção de que o Nordeste sertanejo, além de apresentar múltiplas paisagens naturais e sociais, não esteve isolado do mundo, parado no tempo, nem é caso de história lenta. Seu trajeto esteve subordinado a demandas e imposições das elites hegemõnicas no país. Espaço de particularidades acentuadas e, sobretudo, não produzindo especialmente para o estrangeiro,foi observado depreciativamente, inclusive pela intelectualidade regional. Nas Ciências Sociais, os conceitos devem servir à elucidação de acontecimentos, fenômenos e processos históricos. Mas, sem sustentação empírica razoável, prestam-se ao contrário: confundem, obscurecem. É o que tem ocorrido com o emprego dos termos coronelismo, clientelismo e exclusão social por sociólogos, historiadores e cientistaspolíticos que escreveram sobre o sertão nordestino. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-10-24 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42505 |
url |
http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42505 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42505/99590 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2019 Revista de Ciências Sociais info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2019 Revista de Ciências Sociais |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Ceará |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Ceará |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de Ciências Sociais (Social Sciences' Journal); Vol. 30 No. 1/2 (1999): Práticas e Representações Regionais; 58 a 71 Revista de Ciências Sociais (Revista de Ciencias Sociales); Vol. 30 Núm. 1/2 (1999): Práticas e Representações Regionais; 58 a 71 Revista de Ciências Sociais; v. 30 n. 1/2 (1999): Práticas e Representações Regionais; 58 a 71 2318-4620 0041-8862 reponame:Revista de Ciências Sociais instname:Universidade Federal do Ceará (UFC) instacron:UFC |
instname_str |
Universidade Federal do Ceará (UFC) |
instacron_str |
UFC |
institution |
UFC |
reponame_str |
Revista de Ciências Sociais |
collection |
Revista de Ciências Sociais |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de Ciências Sociais - Universidade Federal do Ceará (UFC) |
repository.mail.fl_str_mv |
||rcs.ufc@gmail.com|| cunhafilho@ufc.br |
_version_ |
1799698948563140608 |