O potencial argumentativo de antropônimos nos processos referenciais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Maiara Sousa
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Cavalcante, Monica Magalhaes
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48836
Resumo: Este trabalho visa a descrever o papel das expressões referenciais antroponímicas, em introduções referenciais e anáforas diretas e indiretas, como recurso linguístico que cumpre uma função predominantemente argumentativa na construção dos referentes em textos. Adota-se o pressuposto teórico de Mondada e Dubois (2015) de que os referentes são objetos cognitivos e discursivos negociados, modificados e ratificados pelos sujeitos sob influência da intersubjetividade e das concepções particulatizadas e públicas destes sobre o mundo. Esse pressuposto é também assumido por vários estudiosos da referenciação, como Cavalcante, Custódio Filho e Brito (2014), que concebem o referente como uma entidade negociada e dinâmica que é representada na mente dos interlocutores. Quanto à teoria da argumentação, toma-se a nova retórica de Perelman e Tyteca (2005) que advogam acerca do ato de persuadir e convencer o auditório a determinados posicionamentos. Ainda, nesta pesquisa, tomou-se como base para o estudo de antropônimos, as funções designativa e atributiva- atributos construídos discursivamente e atributos cristalizados- dos nomes próprios propostas por Basseto (2015), a qual analisou a funcionalidade do nome próprio como estratégia de construção referencial em diferentes contextos de interação verbal, concebendo um continuum que representasse a gradação de nomes próprios prototípicos a nomes próprios construídos discursivamente. Com base nisso, a análise compreenderá textos coletados via facebook cujo tema é o cenário político brasileiro, os quais se utilizam dos antropônimos como recurso linguístico para a construção dos referentes, revelando um potencial argumentativo desse recurso de modo a persuadir o interlocutor à adesão de um ponto de vistas. Por fim, constatamos que certos nomes próprios de pessoa ao serem introduzidos e retomados nos textos estrategicamente pelos locutores contribuem para indução de posicionamentos argumentativos dos interlocutores.
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