Culpabilização de mulheres vítimas de estupro: subtipos femininos e variáveis correlatas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farias, Mariana Gonçalves
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/41556
Resumo: Blaming the victim consist of the imputation of guilt for the crime to the victim and occurs when individuals resort to characteristics or behaviors of the victim to blame her. This dissertation aimed to understand the attributions of blame to rape victims by analyzing observer' attributes (human values, right-wing authoritarianism, orientation to social dominance, ambivalent sexism, and acceptance of rape myths) and their interactions with female subtypes. The sample was composed of 391 individuals, mostly female (61.2%), heterosexual (76.7%), and Catholic (42.2%). Participants read a rape scenario that varied in terms of female subtype (traditional victim vs. non-traditional victim) and completed scales measuring human values, social dominance, right-wing authoritarianism, ambivalent sexism, and acceptance of rape myths. All ethical procedures were followed. Results revealed no significant differences between responses to the traditional victim vignette and the non-traditional victim vignette, regarding blame attributions. Greater victim-blaming was attributed by men vs. women, high vs. low right-wing authoritarianism, and high vs. low orientation to social dominance. Results indicated blame attributions were negatively correlated with interactive, excitement, and suprapersonal values. Right-wing authoritarianism did not predict rape myths acceptance. Therefore, it was excluded from the final model of blame attributions. The proposed model showed reasonable adjustment indexes. Despite some limitations, this dissertation advances by offering an integrative model for understanding the attribution of blame in rape cases.
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Participants read a rape scenario that varied in terms of female subtype (traditional victim vs. non-traditional victim) and completed scales measuring human values, social dominance, right-wing authoritarianism, ambivalent sexism, and acceptance of rape myths. All ethical procedures were followed. Results revealed no significant differences between responses to the traditional victim vignette and the non-traditional victim vignette, regarding blame attributions. Greater victim-blaming was attributed by men vs. women, high vs. low right-wing authoritarianism, and high vs. low orientation to social dominance. Results indicated blame attributions were negatively correlated with interactive, excitement, and suprapersonal values. Right-wing authoritarianism did not predict rape myths acceptance. Therefore, it was excluded from the final model of blame attributions. The proposed model showed reasonable adjustment indexes. Despite some limitations, this dissertation advances by offering an integrative model for understanding the attribution of blame in rape cases.A culpabilização da vítima pode ser definida como a imputação da culpa pelo crime à própria vítima e ocorre quando os indivíduos recorrem às suas características ou aos seus comportamentos para responsabilizá-la pela agressão sofrida. Esta dissertação teve como objetivo compreender a culpabilização das vítimas de estupro, analisando atributos do observador (valores humanos, autoritarismo de direita, orientação à dominância social, sexismo ambivalente e aceitação de mitos de estupro) e suas interações com os subtipos femininos. Contou-se com uma amostra de 391 pessoas da população geral, a maioria do gênero feminino (61,2%), heterossexual (76,7%), católica (42,2%) e com renda familiar mensal acima de quatro salários mínimos. Foram construídos dois cenários variando de acordo com o subtipo feminino (vítima tradicional x vítima não-tradicional). Os participantes responderam a um dos cenários e às seguintes escalas: de valores humanos, de dominância social, de autoritarismo de direita, de sexismo ambivalente e de aceitação de mitos de estupro. Todos os respondentes tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo assegurado o caráter anônimo e confidencial de sua participação. Foram realizadas correlações r de Pearson, Testes t de Student e Análises de Variância (ANOVA). Em um segundo momento, realizou-se modelagem por equações estruturais com o propósito de avaliar a adequação de um modelo acerca da culpabilização da vítima de estupro. Os resultados não apontaram diferenças de médias no nível de culpabilização entre as vítimas do subtipo tradicional e do não-tradicional. Foram observadas diferenças significativas entre homens e mulheres; entre pessoas com baixa e alta dominância social; e entre pessoas com baixo e alto autoritarismo de direita. Quanto às subfunções valorativas, o nível de culpabilização da vítima se correlacionou negativamente com as subfunções interacional, experimentação e suprapessoal; e positivamente com a subfunção normativa. As subfunções realização, normativa e suprapessoal conseguiram predizer satisfatoriamente o autoritarismo de direita, a dominância social e o sexismo ambivalente. O autoritarismo de direita pouco contribuiu para a explicação da aceitação de mitos de estupro, optando-se por excluí-lo do modelo. Por fim, o modelo proposto apresentou índices razoáveis de ajuste, demonstrando a sua adequabilidade. Não obstante algumas limitações, esta dissertação avança ao oferecer um modelo integrativo para a compreensão da culpabilização da vítima.Santos, Walberto Silva dosFarias, Mariana Gonçalves2019-05-10T15:54:14Z2019-05-10T15:54:14Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfFARIAS, Mariana Gonçalves. 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