As relações entre jovens infratores e a polícia sob a ótica das lógicas penais, policiais e territoriais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bugnon, Géraldine
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Duprez, Dominique
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/18094
Resumo: As representações da polícia brasileira de que dispomos estão intimamente conectadas a reportagens e obras cinematográficas sobre favelas, e mostram, com frequência, cenas das tropas de elite da Polícia militar em favelas do Rio de Janeiro. Duas delas, que obtiveram grande êxito tanto no Brasil como no estrangeiro, constituem exemplos típicos: o filme Tropa de Elite, que exibe cruamente a atuação extremamente violenta do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) contra o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro; e o filme Cidade de Deus, uma adaptação exitosa de um livro que coloca crianças e adolescentes no centro das operações do tráfi co de drogas. Podemos também invocar o livro e documentário realizado por MV Bill et Celso Athayde, Falcão: meninos do tráfi co, projeto realizado entre 1998 e 2006. Os autores do livro afirmam que, dos 17 jovens entrevistados, 16 morreram durante a realização do documentário. Longe de pensarmos que essas representações não condizem em absoluto com a realidade; pelo contrário, o sucesso alcançado por elas se deve também ao realismo obtido graças ao apelo antropológico que permeia essas obras. No entanto, elas distorcem a percepção do trabalho policial comum e também das experiências cotidianas vivenciadas pelos jovens envolvidos na vida criminal, muitas vezes involuntariamente. Nosso objetivo manifesto é apreender as interações entre jovens e policiais, a partir do relato desses jovens no contexto de uma entrevista frente a um/a sociólogo/a europeu/éia. Os jovens foram todos submetidos a uma medida judiciária devido a atos infracionais cometidos antes dos 18 anos de idade e, portanto, foram julgados pelo sistema brasileiro de justiça juvenil.
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