Efeito da epigalocatequina-3-galato nas propriedades biológicas e no desempenho clínico de um sistema adesivo universal: estudos in vitro e in vivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Cecília Atem Gonçalves de Araújo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/39755
Resumo: A epigalocatequina-3-galato (EGCG) é um flavonoide que foi recentemente introduzido na pesquisa odontológica devido a vários benefícios, como o efeito antibacteriano, a inibição de metaloproteinases e a capacidade de melhorar as propriedades biomecânicas do colágeno. Essas características sugerem que o EGCG pode ser um composto promissor a ser associado a procedimentos adesivos, visando melhorar o prognóstico do tratamento restaurador e evitar a degradação da união resina-dentina. O objetivo deste estudo foi investigar a citotoxicidade do EGCG em células-tronco dentárias, a atividade antibacteriana de sistemas adesivos comerciais incorporados com EGCG no biofilme de Streptococcus mutans e avaliar o desempenho clínico após 2 anos do pré-tratamento da dentina com EGCG em restaurações de lesões cervicais não cariosas (LCNC) usando um adesivo universal em duas diferentes estratégias adesivas. No primeiro capítulo, células-tronco de polpa dental humana foram usadas para a avaliação de citotoxicidade transdentinal com pré-tratamento com solução aquosa de EGCG a 0,1%. Para análise antibacteriana, o pó de EGCG foi incorporado em sistemas adesivos comerciais a 0,1% e espécimes de adesivo polimerizado serviram de substratos para o teste antimicrobiano de contato direto e para formação de biofilme. Para o ensaio clínico randomizado, descrito no segundo e terceiro capítulos, 33 voluntários foram selecionados e 156 LCNCs foram restauradas variando as estratégias adesivas, ou seja, condicionamento total (CT) ou autocondicionante (AUTO), com a presença (CT-ECGC) ou ausência (AUTO-EGCG) do pré-tratamento da dentina com solução aquosa de EGCG a 0,1%. Dois avaliadores, “cegos” para os tratamentos realizados, avaliaram as restaurações no baseline, e após 6, 12, 18 e 24 meses, utilizando os critérios FDI (Federação Odontológica Mundial) para descoloração marginal, retenção, adaptação marginal, cárie e sensibilidade pós-operatória. Moldagens foram feitas das LCNCs e das restaurações para criar réplicas de resina epóxica para observação sob microscopia eletrônica de varredura. Os dados de todos os testes foram submetidos à análise estatística (α = 0,05). Os resultados in vitro mostraram que o pré-tratamento dentinário com EGCG não foi citotóxico para células dentais, mas a incorporação de EGCG em adesivos dentais não mostrou atividade antibacteriana em biofilme de Streptococcus mutans. Na avaliação clínica, após 12 meses, as taxas de retenção foram 97,37% para CT e AUTO, 100% para CT-EGCG e 94,6% para AUTO-EGCG, enquanto que, aos 24 meses, as taxas de retenção foram 97,14% para CT, 94,44% para AUTO, 97,14% para CT-EGCG e 94,59% para AUTO-EGCG, sem diferença estatística entre os grupos nos dois períodos. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para todos os outros critérios em 12 e 24 meses, nem entre os mesmos grupos quando os resultados de baseline e 12 meses foram comparados. Para adaptação marginal, entretanto, uma diferença significativa foi detectada para o grupo AUTO entre baseline e 24 meses (p = 0,0313). Como conclusão, a incorporação de 0,1% de EGCG em adesivos comerciais não demonstrou atividade antibacteriana, e o pré-tratamento dentinário não foi citotóxico para células dentais. A retenção clínica do adesivo universal após 12 e 24 meses não dependeu da estratégia de adesão utilizada bem como do pré-tratamento da dentina com EGCG.
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