Autoeficácia das mulheres no ciclo gravídico-puerperal em amamentar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Uchoa, Janaiana Lemos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4133
Resumo: O aleitamento materno (AM) influencia diretamente na prevenção da morbimortalidade infantil, sendo fundamental para a promoção e proteção da saúde das crianças. Contudo, o desmame precoce é uma realidade mundial, sendo necessário investigar não apenas o conhecimento das mães acerca do aleitamento, mas, sobretudo, a autoeficácia destas em amamentar seus filhos. Objetivou-se analisar a autoeficácia das mulheres no ciclo gravídico-puerperal quanto ao seu potencial em amamentar. Tratou-se de um estudo de delineamento longitudinal, com abordagem quantitativa, realizado em seis Unidades Básicas de Saúde da Família de Pacatuba/CE, totalizando uma amostra de 50 gestantes. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, em duas etapas: a primeira, durante a gestação, e a segunda, no puerpério dessas mulheres (15º dia, 30º dia, 60º dia). Na primeira etapa de coleta, aplicaram-se dois instrumentos: a BSES-SF (Breastfeeding Self-EfficacyScale – Short-Form) e o formulário sociodemográfico e clínico-obstétrico. Já, na segunda, foram aplicados a BSES-SF e o formulário com dados do parto atual e o tipo de aleitamento materno e dados antropométricos do recém-nascido. Os dados foram analisados por meio do SPSS - Statistical Package for the Social Sciences, versão 19.0, através de estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, sob o Protocolo 124/2011. A média da idade das puérperas foi de 23 anos (DP= ± 5,3). Predominaram mulheres casadas/união consensual, com oito ou mais anos de estudos, donas do lar, com renda per capita maior que R$141,00. Verificou-se diferença estatisticamente significante entre a maioria das variáveis sociodemográficas e as médias dos escores da BSES-SF no pré-natal e pós-parto (p<0,05): idade, estado civil, escolaridade materna e paterna, ocupação, renda, nº de filhos, receber bolsa-família. Quanto aos antecedentes obstétricos, também se constatou significância estatística nas seguintes variáveis (p<0,05): número de gestações, número de abortos, paridade, número de filhos vivos, tipo de amamentação anterior, dificuldades para amamentar, experiência em amamentar. Ainda houve significância quanto aos dados da gestação atual (p<0,05): gravidez planejada, número de consultas de pré-natal, ter conhecimento prévio em amamentação, preparo das mamas para amamentar e o tempo em que pretende amamentar. Pode-se ainda ressaltar significância estatística quanto aos dados do parto atual e puerpério (p<0,05): tipo, local e satisfação com o parto, amamentar na 1ª hora de vida do RN, orientações sobre amamentação na maternidade, dificuldade em amamentar e o tipo de alimentação do RN na alta da maternidade. Em relação aos dados antropométricos do RN, apresentaram significância estatística (p<0,05) com a escala: peso e estatura do RN ao nascer, sexo, Apgar no primeiro e quinto minutos de vida; classificação do RN quanto à semana gestacional. Pode-se constatar que as médias dos escores da BSES-SF foram maiores no segundo momento da aplicação da escala (pós-parto), sendo mais significante o domínio Técnico. Quanto à alimentação do recém-nascido e a escala, a amamentação exclusiva foi significante tanto na alta hospitalar, quanto no 15º, 30º e 60º dias de vida da criança. Assim, a Enfermagem pode apropriar-se de estratégias educativas que envolvam a autoeficácia materna em amamentar no ciclo gravídico-puerperal, tendo em vista que a experiência pessoal foi fator preponderante no aumento das médias dos escores de autoeficácia, bem como na duração do aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida da criança.
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