Identificação de melanina em cepas clínicas e ambientais de Burkholderia pseudomallei e atividade in vitro do farnesol como inibidor de β-lactamases

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Valente, Lívia Gurgel do Amaral
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/8692
Resumo: Burkholderia pseudomallei é um bacilo Gram-negativo causador da melioidose uma doença infecciosa severa e geralmente fatal, a qual pode ser adquirida através da inoculação, inalação e ingestão do microrganismo que se encontra distribuído no ambiente. No Brasil a melioidose é considerada uma doença emergente descrita pela primeira vez em 2003 no Nordeste brasileiro O presente estudo consistiu em identificar o gene hppD que codifica a produção de um precursor importante na síntese de melanina e avaliar fenotipicamente a produção do pigmento em cepas de B pseudomallei através de meios contendo substratos fenólicos. Aliado ao estudo foi realizada a comparação do perfil de sensibilidade e curva de morte entre cepas melanizadas e não melanizada ante ao imipenem além da avaliação da possível ação do sesquiterpeno farnesol como um inibidor de β-lactamases Os isolados utilizados no estudo pertencem ao Laboratório de Patógenos Reemergentes e Emergentes-LAPERE UFC Para o cumprimento da metodologia as cepas foram recuperadas do estoque realizado a extração de DNA e a identificação do gene hppD através de reação de PCR A expressão fenotípica de melanina foi avaliada através de subcultivos em meio Brain Heart infusion (BHI) acrescido de ácido caféico. O teste de sensibilidade com cepas melanizadas e não melanizadas foi realizado utilizando-se o teste de microdiluição em caldo padronizado pelo CLSI segundo documento M07-A8 A curva de morte foi realizada a partir da incubação do inóculo com imipenem no intervalo de 0,125 µg/ mL a 0,5 µg/ mL por 1 e 2 horas, seguida da contagem das colônias A avaliação do farnesol como um possível inibidor de β-lactamases foi realizada através da combinação in vitro do farnesol com antibióticos β-lactâmicos (amoxicilina ampicilina oxacilina imipenem amoxicilina-ácido clavulânico utilizando-se o teste de microdiluição em caldo. O gene hppD foi detectado em todas as cepas de B pseudomallei testadas além da produção de pigmento em meios contendo substratos fenólicos Em relação ao perfil de sensibilidade as cepas não melanizadas e melanizadas apresentaram o mesmo valor de CIM porém as cepas melanizadas demonstraram maior capacidade de sobrevivência quando em contato com a droga do que as cepas não melanizadas. Em relação ao farnesol todas as cepas testadas foram inibidas por este composto com CIM variando de 75 a 150µM Dentre as combinações dos β-lactâmicos testadas com farnesol, todas as drogas apresentaram redução estatisticamente significativa: amoxicilina (p=0,0001) amoxicilina-ácido clavulânico (p=0,0005), ampicilina (p=0,0026), oxacilina (p=0,0001) e imipenem (p=0,0105). Por fim as combinações com amicacina e gentamicina não apresentaram redução estatisticamente significativa pois os aminoglicosídeos praticamente repetiram seus valores quando combinados com farnesol Esse estudo abre perspectivas acerca de um novo fator de virulência melanina ainda não descrita para B pseudomallei, além do sesquiterpeno farnesol como um possível inibidor de β-latamases nessa espécie.
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