Atividade antifúngica da prometazina sobre espécies do complexo fusarium solani oriundas de infecções oculares
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/47347 |
Resumo: | Espécies do gênero Fusarium são os principais agentes fúngicos causadores de infecções oculares. Sua capacidade de formar biofilme em dispositivos de importância médica, especialmente lentes de contato (LC), favorece o surgimento de ceratite, doença tipicamente mediada por biofilmes. Os biofilmes são agregados celulares recobertos por uma matriz polimérica autoproduzida, com estrutura tridimensional, aderidos ou não, a uma superfície. Essa estrutura contribuí para proteção contra fatores externos, escape do sistema imune e falha na terapia anti-microbiana. Diante disso, é necessário o estudo de novos compostos capazes de inibir a formação dos biofilmes. A prometazina (PMZ) é um derivado das fenotiazinas que apresenta atividade inibitória de bombas de efluxo, responsável pela resistência farmacológica, além de possível ação na mitocôndria e membrana celular. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da PMZ nas células planctônicas e nos biofilmes de Espécies do Complexo Fusarium solani (FSSC). O ensaio de sensibilidade planctônico foi realizado pelo método de microdiluição em caldo, com 10 isolados de FSSC obtidos de ceratite, nas concentrações de PMZ variando entre 1 a 512 μg/mL. Os testes em biofilmes foram conduzidos com 6 isolados clínicos, nas concentrações de PMZ variando entre 62,5 a 500 μg/mL e analisados quanto a sua biomassa por cristal violeta, atividade metabólica por XTT e ultraestrutura por microscopia confocal. Para tanto, foi avaliado o efeito da PMZ sobre as etapas de adesão celular, desenvolvimento do biofilme e biofilme maduro de FSSC, bem como sobre a capacidade de restauração do biofilme após exposição prévia à PMZ. Também observamos a interação da PMZ com voriconazol (VRZ) e anfotericina B (AMB), além da inibição do efluxo de rodamina 6G (R6G) por citometria de fluxo. A PMZ foi capaz de inibir o crescimento planctônico em 50, 80 e 100% nas concentrações de 32 a 256 μg/mL, além disso apresentou sinergismo com AMB e VRZ reduzindo suas concentrações em até 99,6% e 93,75%, respectivamente. A adesão celular foi reduzida em até 90% nas concentrações de 250 a 500 μg/mL, ademais após o contato inicial com PMZ, a capacidade de formar biofilme foi prejudicada. A PMZ reduziu em 90% o biofilme maduro de FSSC, com concentrações de 250 e 500 μg/mL. Também foi observado uma maior sensibilidade aos antifúngicos (AMB e VRZ), após exposição prévia a PMZ na concentração de 125 μg/mL. A análise de citometria, evidenciou uma redução na atividade de efluxo de R6G após pré-incubação com PMZ nas concentrações de 4 e 8 μg/mL. O presente estudo evidenciou a eficácia da PMZ contra o crescimento planctônico e biofilmes de FSSC, estruturas refratárias aos antifúngicos. Além disso, comprovou sua capacidade de inibição da atividade de bomba de efluxo, ressaltando a importância no aproveitamento de compostos conhecidos para outras finalidades. O trabalho sugere a existência de bombas de efluxo em FSSC e abre uma perspectiva para esse alvo no controle de infecções por PMZ. Entretanto, novos estudos são necessários para melhor compreender o efeito da PMZ e elucidar os mecanismos envolvidos na sua atividade antifúngica. |
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