Musicalidade e constituição subjetiva: um estudo psicanalítico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Parente Júnior, Paulo Alves
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Martins, Karla Patricia Holanda
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48850
Resumo: A música em seu aspecto mais elementar está presente desde a fundação do mundo para cada humano. Ao bebê é transmitido um mundo que guarda as propriedades do continuo e do descontínuo desde o encontro com a voz maternal. Esta pesquisa visa situar o papel da musicalidade na construção de uma teoria da constituição subjetiva. Para isto, busca-se inicialmente retomar os textos proto-fundadores da metapsicologia freudiana, especialmente localizados na última década do século XIX. Enseja-se revisitar alguns momentos germinais da abordagem de Freud acerca da representação sonora, com arrimo em suas construções em torno da voz e do ritmo. Freud parte de uma teoria representacional fundada no fenômeno acústico e na linguagem que será posteriormente sedimentada em uma metapsicologia que leva em conta o trabalho pulsional. Em seguida, adentraremos na questão crucial que remete ao estatuto do aquém ou do além do símbolo em psicanálise, passando pelas relações entre o pré-verbal e a linguagem, a música e a palavra. Com arrimo nas considerações de Didier-Weill sobre a música, trataremos, no terceiro momento, da constatação da eficácia subjetivante envolta na musicalidade da voz a que a criança tem acesso antes mesmo de compreender o sentido das palavras. Uma vez que, o tempo lógico da constituição subjetiva não se completará sem o esquecimento do timbre originário da voz do Outro, a música representará uma via de elaboração da nostalgia da voz e, ao mesmo tempo, uma comemoração da articulação imemorável do simbólico sobre o real.
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