Mapeamento participativo e defesa do território: os caminhos cotidianos e as trilhas de luta no Assentamento Maceió em Itapipoca - CE (cadastro no. GA2010.PJ.0128)

• Autor(a) principal: Viana, Ligia Alves
• Data de Publicação: 2016
• Outros Autores: Teixeira, Erika do Vale, Camurça, Andrea Machado, Rodrigues, Rogéria de Oliveira, Amaral, Natália Mendes do, Esmeraldo, Gema Galgani Silveira Leite
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/57580
• topic: Cartografia social; Propriedade territorial; Posse da terra; Desenvolvimento comunitário; Proteção ambiental

A trajetória histórica do Assentamento Maceió, localizado no município de Itapipoca - CE, é marcada por intensas lutas pela permanência no território. Em defesa da praia livre e do acesso ao mar para desenvolvimento da pesca artesanal, as famílias ocuparam, em 2007, uma faixa de extensão de praia, constituindo o “Acampamento Nossa Terra” contra as ameaças de especulação imobiliária. Sendo assim, o estudo tem como objetivo apresentar elementos do processo de elaboração coletiva de representações cartográficas a partir da etapa de reconhecimento e demarcação de trilhas. O mapeamento das trilhas tem se constituído uma das estratégicas utilizadas pelos(as) assentados(as) para potencializar o turismo comunitário e fortalecer a luta e defesa do território. Como metodologia, utilizou-se a Cartografia Social e como técnica o mapeamento participativo que se deu em um processo de construção coletiva de conhecimento envolvendo diversos sujeitos sociais na elaboração dos mapas. As ferramentas utilizadas foram GPS, software de mapeamento e câmera fotográfica. Este projeto está vinculado, ainda, às ações do Núcleo de Estudos, Experiências e Pesquisa em Agroecologia – NEEPA, que já está presente no assentamento desde 2013. Os caminhos trilhados eram conhecidos, principalmente pelas pessoas mais antigas das comunidades que orientavam o coletivo que percorria as trilhas. As representações cartográficas indicam a afirmação dos territórios enquanto proposta do modo de vida local, configurando estratégias de garantia do território, resistência e de visibilidade dos conflitos e ameaças ao território. Ainda, constituem-se enquanto expressão crítica e questionamento do modo de produção hegemônico pautado nas estruturas ideológicas de desenvolvimento baseadas na promoção da desigualdade e degradação ambiental.