Efeitos das mudanças de decúbitos e da ventilação não invasiva na distribuição da ventilação pulmonar regional em jovens e idosos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marinho, Liegina Silveira
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/46091
Resumo: A heterogeneidade da distribuição da ventilação pulmonar regional (DVPR) pode ser influenciada por alterações posturais, aplicação de ventilação não invasiva (VNI) e envelhecimento. Objetivo: Avaliar os efeitos agudos da VNI, de mudanças de decúbitos, e a combinação dos dois, sobre a DVPR e parâmetros cardiorrespiratórios, em voluntários adultos jovens e idosos sadios, através de análise de imagens obtidas por tomografia de impedância elétrica (TIE). Métodos: Estudo aplicado, experimental, quantitativo, realizado em 10 jovens (26±2 anos) e 10 idosos (65±4 anos). A DVPR foi avaliada pela TIE em três condições respiratórias: respiração espontânea (RE), CPAP de 10cmH2O e BiPAP de 15/5cmH2O nos decúbitos: dorsal (DD), ventral (DV), laterais direito (DLD) e esquerdo (DLE) em sequência randomizada. Foram estudados o % DVPR (em quatro quadrantes: anterior direito (QAD), posterior direito (QPD), anterior esquerdo (QAE) e posterior esquerdo (QPE) e os parâmetros cardiorrespiratórios (frequência respiratória (f), frequência cardíaca (FC), volume corrente (VC), volume minuto (VE), saturação periférica de oxigênio (SpO2) e a pressão de dióxido de carbono ao final da expiração (EtCO2) por dez minutos,. Resultados: A TIE demonstrou que as regiões dependentes dos pulmões são mais bem ventiladas durante a RE, com exceção do posicionamento em DV. Ambos os decúbitos laterais resultaram em maior redistribuição da ventilação para o pulmão dependente, principalmente para o pulmão direito (PD) em decúbito ipsilateral. Os idosos tiveram menos ventilação do pulmão esquerdo (PE) em comparação aos jovens. A VNI (CPAP e BiPAP) não alterou significativamente a DVPR em DV ou DD, enquanto aumentou significativamente a ventilação pulmonar dependente em ambos os decúbitos laterais em idosos. Conclusões: A TIE demonstrou a heterogeneidade e os efeitos da variação de diferentes decúbitos sobre a DVPR em voluntários jovens e idosos. No DD, em respiração espontânea, a DVPR foi direcionada para as regiões posteriores (dependentes) em relação às anteriores (não dependentes), enquanto em DV (posição prona), essa foi maior nos quadrantes posteriores do pulmão (região não dependente) nas três condições respiratórias avaliadas. A DVPR foi direcionada para o pulmão dependente nos decúbitos laterais direito e esquerdo, nos dois grupos. No grupo idoso, a ventilação foi maior no pulmão direito do que no esquerdo padrão significativamente diferente do observado no grupo jovem. A VNI não alterou a DVPR nos DD e DV nos dois grupos No grupo jovem, a VNI no modo BiPAP, redistribuiu a ventilação em DLD para o pulmão esquerdo, não dependente, em comparação com a RE. A VNI em modo CPAP no DLE intensificou a ventilação para o pulmão esquerdo, dependente, em comparação à RE. No grupo idoso, em DLE, a VNI (CPAP e BiPAP) aumentou de forma significativa a ventilação para o pulmão esquerdo (dependente). O grupo idoso apresentou menores valores de EtCO2 do que o jovem em RE em DV, DLD e DLE mas não durante a VNI. A aplicação da VNI (CPAP e BiPAP) no grupo jovem, promoveu redução da EtCO2 em todos os decúbitos. Estas alterações se acompanharam de um aumento significativo do VC e do VE no modo BiPAP.
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