Representação de elementos regionais na página suricate seboso

• Autor(a) principal: Sales, João Victor Melo
• Data de Publicação: 2016
• Outros Autores: Sampaio, Inês Sílvia Vitorino
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48173
• topic: Suricate seboso; Região; Representação

A marca cearense Suricate Seboso surgiu em 2012, a partir da criação de uma página homônima no Facebook, cujo sucesso alcança hoje mais de 4 milhões de fãs. Produzido por jovens amadores que ganharam fama na internet, o conteúdo da página é composto principalmente por tirinhas e memes cujos personagens são representados por suricates e cujos enredos narram situações típicas do cotidiano regional do Ceará e do Nordeste brasileiro. Buscamos identificar as principais estratégias de representação de elementos regionais no conteúdo. Para isso, realizamos a análise de 50 posts selecionados por nós e dos comentários publicados pelos internautas, em diálogo com os depoimentos concedidos pelos produtores da página em algumas entrevistas. Utilizamos os conceitos de estratégia, segundo Michel de Certeau (1996), e representação, segundo Serge Moscovici (2004). Dentre as estratégias identificadas, destacamos o reforço de certos elementos que já eram tidos como representativos da cultura regional mesmo antes da criação da página, como expressões do vocabulário, tradições e a própria imagem do “humor cearense” nos termos de Gilmar de Carvalho (2014). Além disso, há o destaque para uma representação de gênero masculina, visto que a ideia do “macho” está entre os principais estereótipos que construíram as representações de indivíduos que nascem na região, segundo Albuquerque Jr. (2003). Para nós, um dos diferenciais da página que proporciona tanta aceitação por parte do público é a construção de novas representações regionais, como uma abordagem regionalista sobre a infância com uma popularização nunca vista no Ceará. Uma das principais estratégias dos produtores, finalmente, é a utilização de todos esses elementos por meio de uma abordagem não-fundamentalista, nos termos de Canclini (2008), ou seja, que não se propõe a um confronto ou exclusão em relação a outras regiões.